A plataforma Performance Vegetal, desenvolvida na Incubadora Pulsar, vinculada ao Parque de Inovação, Ciência e Tecnologia (Inovatec) da UFSM, inova ao estabelecer padrões de diagnóstico nutricional em culturas vegetais. A análise permite aos agricultores adicionar a quantidade exata de adubo e nutrientes às plantações. Assim, é possível reduzir os gastos de produção e a contaminação ambiental. Devido ao caráter inédito, a startup foi aprovada na edição de 2022 do Programa Centelha, que incentiva a criação de empreendimentos inovadores no Rio Grande do Sul.
A diretora executiva da empresa, Betania de Paula, conta ter começado a desenvolver a plataforma em 2019, durante seu doutorado em Nutrição e Fertilidade de Solos na UFSM, quando percebeu ser necessário estabelecer maior precisão nos padrões de referência nutricional em plantas. ‘’Assim como o médico precisa de exames, o agrônomo também precisa’’, explica Betania, ao falar das características variáveis que envolvem o desenvolvimento de culturas, que se alteram conforme o vegetal cultivado, os objetivos do produtor, o tipo de solo, o tamanho da área plantada e o clima em que o produto está inserido. Todos esses aspectos são considerados pela Performance Vegetal, que, através da inteligência artificial, simula matematicamente a absorção de nutrientes pela planta analisada e estabelece as quantidades exatas de adubação necessárias para que aquele vegetal em específico se desenvolva ao máximo, sem excessos nem deficiências. Assim, o produtor consegue economizar nos custos de produção, e também evitar o despejo de fertilizantes excedentes no solo e na água.
Para determinar tais números, é preciso observar as particularidades do cultivo por pelo menos uma safra. Contudo, esse período depende do tamanho da área utilizada: quanto maior, mais rápida é feita a análise. O investimento para usufruir da Performance Vegetal também depende das características das áreas cultivadas e dos vegetais em exame, que podem ser dos mais diversos tipos.
Todos esses pontos são analisados e armazenados no aplicativo e no site da empresa, estruturados por cientistas da computação. A plataforma também serve como caderno de campo, uma vez que as atualizações periódicas das safras são anotadas, formando um histórico para o produtor.
Os próximos passos da plataforma
A Performance Vegetal já apresenta um histórico de editais vencidos ao longo dos seus três anos de desenvolvimento, como o programa Doutor Empreendedor Fapergs 2020, em que Betania foi eleita como uma das 20 doutoras empreendedoras do Rio Grande do Sul, e o Techfuturo 2021, em que a tecnologia da Performance foi escolhida como uma das portadoras de futuro. E para os próximos anos, o objetivo é participar de mais editais, porque além dos incentivos financeiros fornecidos pelos programas, eles também geram visibilidade para as iniciativas, de acordo com a diretora executiva.
Agora, com o Programa Centelha, a ideia da empresa é levar a plataforma para o mercado, visto que o aprimoramento do projeto já foi realizado por meio de testes pilotos, a partir dos editais anteriores. Nessa lógica, a finalidade da Performance Vegetal é transformar conhecimento científico em produtos que cheguem à população. Por isso, a startup tem como meta atual a elaboração de uma equipe de gestão de vendas, para estimular a comercialização da tecnologia. Há, inclusive, duas bolsas disponibilizadas a estudantes da UFSM, que se interessem pela iniciativa. Em caso de interesse, entrar em contato com a empresa pelo e-mail contato@performancevegetal.com.br.
Texto: Laurent Keller, estudante de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Foto de capa: Ana Alícia Flores, acadêmica de Desenho Industrial, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista