A facilidade de nos comunicarmos, hoje em dia, muitas vezes, deve-se ao emprego de símbolos perante a sociedade. Com a criação dos símbolos os seres humanos puderam expressar suas ideias, crenças e até mesmo sua posição. Podemos encontrar um exemplo nas placas de trânsito, muitas delas nos indicam o que devemos ou não fazer, evitando contratempos ou devidos problemas.
Dessa maneira que o fundador e Reitor da UFSM José Mariano da Rocha Filho, no ano de 1963, encontrou uma maneira de representar a USM, sugerindo um símbolo fantasia para a Instituição. A ideia surgiu durante uma viagem pela Europa e Estados Unidos, quando notou que todas as universidades haviam escolhido animais como símbolo fantasia. Mariano escolheu a ave Quero-Quero.
Companheiro dos fazendeiros, o pássaro tem como característica cuidar do seu ninho, do ambiente, avisando sobre um suposto intruso, além de ser bastante pelejador e por isso conhecido, popularmente, no Rio Grande do Sul como Sentinela dos Pampas.
Sem hesitação, ilustrado por Joel Saldanha, funcionário da Faculdade de Medicina da USM e excelente desenhista, o desenho do pássaro guerreiro e gaúcho, que adotava lenço no pescoço, cuia, chaleira e esporas, foi colocado em todos os veículos e publicações da Universidade. Inclusive, serviu de inspiração para a criação do nome de um jornal (depois revista) produzido em 1973, como órgão oficial de informação da Universidade.
Há uma citação do mesmo inclusive em um trecho do hino da Instituição. A referência ao símbolo pelo Reitor Mariano era assim: “ave insistente, zelosa e guerreira dos Pampas”.
Fotógrafo não identificado. Arquivo Fotográfico UFSM.1964.029.001.
Texto: Danielle Godoy Espindola, Acadêmica do 3º semestre do Curso de Arquivologia da UFSM.
Audiodescrição da imagem: Fotografia vertical, em preto e branco, com desenho de um quero-quero estilizado de gaúcho com chimarrão e pala em uma folha de papel. Centralizado, o pássaro em pé, virado levemente à esquerda e contornado por fino traço preto, ocupa quase toda a altura da foto. Na parte posterior da cabeça, três penas sobrepostas, longas, finas, levemente curvadas para cima, separam-se gradativamente do ponto de origem até as extremidades. A cabeça é arredondada com sobrancelhas arqueadas, olhos grandes e pretos sobre bico proeminente, que se assemelha a pontas de uma tesoura aberta. O pescoço longilíneo prolonga o mesmo traço da cabeça. Tem um esporão pontudo em cada ombro com cinco pequenos traços ao redor da ponta e braços integrados às asas. Olha para a bomba dentro de uma cuia de chimarrão, a qual eleva com a mão direita na altura do bico, e na outra mão, segura uma chaleira preta, ao lado da perna esquerda, que está flexionada para trás e com o pé para frente. Usa lenço branco amarrado no pescoço, o pala preto, curto, com a sigla USM, em letras garrafais brancas na parte inferior frontal, e esporas nos pés. À direita, pouco abaixo do desenho, em letras cursivas pretas, “J. Saldanha” e abaixo, “1964”. A folha está desalinhada, sutilmente inclinada à esquerda, e com o papel sombreado de preto. Ao fundo, entre a borda superior da foto e a da folha, vê-se parte de outra folha.
Comissão de Audiodescrição da UFSM.