Em 1975 a Organização das Nações Unidas (ONU), declarava este o ano internacional das mulheres, muito já se falava dos feitos econômicos, políticos, sociais e principalmente da entrada delas em uma instituição de ensino superior, um acontecimento considerado um grande avanço naquela época, pois antes disso, o papel da mulher sempre se resumia ao isolamento doméstico e perpetuar a espécie.
No vestibular da UFSM do ano anterior, 1.769 estudantes foram classificados, para ocupar as vagas dos 30 cursos de graduação oferecidos pela universidade, e destes 832 eram mulheres, o equivalente a 48%.
Convencer a família da importância de estudar e sair da sua cidade natal em uma época onde um número considerável de mulheres não tinha acesso à educação, eram alguns dos desafios para o ingresso em uma universidade, principalmente para as moças que vinham do interior.
No ano de 1975 se formaram 22 alunas, um número razoavelmente maior, se comparado com a primeira formatura do curso em 1959, onde uma média de sete mulheres conseguiram seus diplomas, junto com outros 41 homens. E também uma peculiaridade, já que a procura maior era por cursos pedagógicos ou ligados às ciências humanas.
Houve uma grande demora para que as mulheres pudessem ter o acesso ao ensino regular em uma escola, ressaltando que o objetivo do ensino das mulheres era totalmente diferente do ensino para os homens. Em termos de classe média, enquanto eles eram educados para serem principalmente advogados ou médicos, elas eram educadas para se tornarem donas de casa, mães e esposas dedicadas aos seus maridos.
Fotógrafo não identificado. Arquivo Fotográfico UFSM.1970.335.006.
Texto: Kátia Moreira, Acadêmico do 4° semestre do Curso de Jornalismo da UFSM.
Audiodescrição da imagem: Fotografia em preto e branco, quadrada, com o Reitor José Mariano da Rocha Filho cumprimentando uma jovem formanda sob o olhar de um outro professor. Todos estão ao centro, enquadrados de baixo para cima. Os homens estão atrás da mesa, virados para a direita e a formanda, à frente da mesa, de perfil, virada para a esquerda. O Reitor tem pele clara, cabelos, sobrancelhas e bigode escuros. Usa beca preta, com samarras brancas e colar reitoral. Sorri abertamente e com o braço direito estendido segura a mão da jovem. A jovem tem pele clara, cabelos pretos, lisos e compridos, os quais encobrem o rosto. Usa capelo escuro com plumas brancas na borda e insígnia com uma serpente entrelaçada em um bastão. Veste beca escura na altura dos joelhos, com mangas longas e segura o canudo com a mão esquerda. Ao lado do reitor, à direita, um homem de meia idade, pele clara e bigode grisalho. Usa óculos de grau, beca preta, capelo escuro com borda branca e colar. Olha para o rosto da jovem e está próximo a um microfone. A mesa está ornamentada com arranjos de flores. Ao fundo, parede escura, um refletor e bandeiras.
Comissão de Audiodescrição da UFSM.