O médico otorrinolaringologista e professor da Universidade Federal de Santa Maria Reinaldo Fernando Coser foi um dos primeiros a se preocupar com a questão dos surdos e com a formação de professores para os mesmos em Santa Maria. Na década de 1960, Cóser colaborou na abertura do Instituto da Fala na UFSM, que se destinava ao desenvolvimento do ensino, à pesquisa e à extensão na área da audição, fala e linguagem.
Em decorrência do grande número de casos de surdez que apareciam em seu consultório, sem possibilidades de intervenção cirúrgica para curar o deficiente, o Dr. Coser empenhou-se em trazer para a UFSM a formação de recursos humanos na área, ou seja, a formação de professores especializados na educação de surdos.
O Dr. Jair J. Nicolini, Instrutor de Ensino da Faculdade de Medicina da UFSM, auxiliava com aulas teóricas no Curso de Formação de Professores Especializados na Educação de Surdos e orientava a parte prática de audiometria, realizando estágio de aperfeiçoamento por dez meses, em 1966, no Serviço de Otoneurologia da Faculdade de Medicina Del Salvador de Buenos Aires.
Em 1980 foi criado o Serviço de Atendimento Complementar ao Deficiente Auditivo (SACDA) no Departamento de Educação Especial, convênio da UFSM com a Legião Brasileira de Assistência.
A Associação dos Surdos de Santa Maria foi fundada em 1985 e teve um papel fundamental no processo de lutas pela abertura de uma escola especial para a educação de surdos. Assim, em 2001 foi fundada a Escola de Educação Especial Dr. Reinaldo Fernando Cóser, com o objetivo de implementar a conscientização da comunidade escolar quanto à importância da língua de sinais, da cultura e da identidade surda, do uso da língua de sinais como primeira língua da escola e do uso da língua portuguesa escrita como segunda língua.
Fotógrafo: José Ramos Penna. Arquivo Fotográfico UFSM.1965.083.005.
Texto: Cristina Strohschoen, arquivista do Departamento de Arquivo Geral.
Audiodescrição da imagem: Fotografia em preto e branco e formato paisagem de um ambiente interno com uma mulher em pé segurando um microfone em frente a quatro crianças em carteiras escolares, com fones de ouvido supra-auriculares. Ao centro, vê-se o canto da sala com uma mesa retangular à direita, com aproximadamente um metro de largura, e sobre ela dois equipamentos de som. O primeiro equipamento é quadrado, baixo, claro e tem um fio curto ligado ao microfone. O segundo é retangular, alto, escuro e tem botões claros. A mulher, à direita, tem pele clara, cabelos pretos com corte chanel e franja, e veste jaleco branco, longo, abotoado, de meia manga, sobre uma blusa escura. As crianças, três meninos e uma menina, têm pele clara e estão sentadas, lado a lado, em perspectiva, com as carteiras levemente em curva sobre as quais apóiam os cotovelos. À esquerda, o primeiro menino com cabelos escuros, testa franzida e mãos em forma de concha sobre os fones. Ao lado, o segundo, com cabelos escuros e lábios apertados. O terceiro tem cabelos claros. Eles usam cabelos curtos, roupas escuras e olham para a mulher, virados para a direita. A menina, ao lado e à direita, está de costas com as mãos sobre os fones, tem cabelo escuro na altura dos ombros, veste roupa clara e tem um foco de luz atrás de si. As paredes são claras. Na parede da esquerda, uma janela basculante alta.
Comissão de Audiodescrição da UFSM.