Políticas em prol das tecnologias de padrão aberto são discutidas no encontro do Comitê Técnico de Implementação de Software Livre do Governo Federal (Cisl).
A quarta edição do Planejamento Estratégico de Ações do Comitê Técnico de Implementação de Software Livre do Governo Federal (Cisl) promoveu um amplo debate sobre políticas de adoção do software livre no Brasil. Sociedade civil, governo e academia apresentaram opiniões diversificadas e enriquecidas pelas diferentes experiências e perspectivas de cada um dos participantes.
O ativista do software livre Marcelo Branco, por exemplo, considera que “o evento marca a retomada do Cisl”. Segundo ele, o encontro propiciou um debate aberto e trouxe críticas, como a compra de softwares proprietários por algumas empresas públicas. Na opinião de Branco, desde o fim do governo Lula, havia uma certa dúvida quanto ao futuro das políticas de soluções livres no governo federal. “Daí a importância da ideia de retomada para que possamos apostar e dar autoridade a esse comitê que vai ajudar a definir as políticas de tecnologia do governo”.
Inteligência e diálogo
Para Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC, o encontro teve “um grau de maturidade bem elevado”. Para ele, os grupos de discussão teriam definido objetivos e diretrizes bastantes factíveis. Um exemplo seria a proposta de se convidar os técnicos do governo federal que trabalham com ferramentas livres para participar do desenvolvimento e aprimoramento dessas soluções. “Isso aumenta a inteligência do Estado como um todo, além de melhorar os próprios softwares”, avaliou Amadeu. Outra sugestão dada pelo professor seria organizar um sítio para que o gestor público tire dúvidas e dialogue com o comitê.
Já Antônio Carlos Tiboni, coordenador nacional do Programa Serpro de Software Livre, ressaltou que a troca de experiências entre os diversos órgãos do governo foi um dos pontos fortes do evento. “Discutimos questões como ambientes de compartilhamento, planos de participação em cursos e divulgação de casos de sucesso”, explicou Tiboni. Um dos resultados dessa troca foi a definição de ações para que a administração pública federal conheça sua própria experiência no uso de soluções livres.
Conheça o esboço completo do planejamento do Cisl para 2013/2014.
Fonte: Site do Serpro.