No início deste mês, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) passou a oferecer cursos presenciais de Chinês (níveis 1 e 2) para sua comunidade acadêmica. Um dos grandes diferenciais desta oferta está no fato das aulas serem ministradas pela professora chinesa Xingxing Li, vinda da Universidade Normal de Hebei. O contato direto com uma professora nativa proporciona uma experiência de aprendizado única, pois permite uma profunda imersão na língua e na cultura da China a partir das vivências diretas da docente. Além disso, a condução das aulas e o material didático digital são feitos em inglês, o que contribui para o aperfeiçoamento das habilidades dos alunos também nesse idioma. Outro ponto distintivo desta iniciativa é a utilização da estrutura inovadora da Chinese Smart Classroom (CSC), doada pelo Center for Language Education and Cooperation (CLEC) e recentemente inaugurada nas dependências do Centro de Educação. Essas salas de aula permitem que professores e estudantes tenham acesso a tecnologias avançadas, projetadas especificamente para facilitar o aprendizado e a interação com o conteúdo.
Em entrevistas concedidas para a Secretaria de Apoio Internacional (SAI), estudantes dos cursos recém iniciados falaram sobre as contribuições dessa experiência para suas carreiras acadêmicas e profissionais. Luísa de Araújo Duarte (estudante do curso de Direito) pontuou a importância do estabelecimento dessa relação estratégica, tendo em vista a atual emergência da China enquanto uma potência econômica e científica no cenário internacional. Segundo ela, o domínio da língua e o conhecimento da cultura chinesa permitirá que os estudantes da UFSM criem redes de contato e explorem as grandes possibilidades oferecidas por um país em franca ascensão. Jenny (estudante do curso de Letras – Espanhol), também falou sobre o grande diferencial que o domínio de outras línguas representa no mercado de trabalho, especialmente uma língua que é falada por poucas pessoas no Brasil, o que já faz com que o profissional “saia na frente” com relação aos seus pares. Sidney Monteiro Junior (estudante do curso de Engenharia de Computação), além de destacar quanto esse conhecimento agrega ao seu currículo, também enfatizou a importância que é poder ter uma experiência imersiva como essa sem a necessidade de sair do país.
Segundo Gracielli Mainardi, uma das principais responsáveis pela implementação do projeto na UFSM, o início das atividades presenciais é um marco significativo não só para nossa instituição, mas também para a cooperação Brasil-China. A inauguração da CLEC Chinese Smart Classroom da UFSM é uma iniciativa pioneira, pois foi a primeira deste tipo a entrar em pleno funcionamento na América Latina, o que foi possível graças à um longo processo de negociação entre a UFSM (através da SAI), o CLEC (vinculado ao Ministério da Educação da China) e a Universidade Normal de Hebei. Esse protagonismo da UFSM nas relações com a China e seus órgãos governamentais coloca tanto a instituição quanto a cidade de Santa Maria em um novo patamar no cenário acadêmico internacional. A longo prazo, com a chegada de mais docentes chineses, o projeto pretende aumentar a oferta de turmas e expandir suas atividades para o público externo, promovendo um ambiente de aprendizado inclusivo e enriquecedor para toda a comunidade santamariense. Além de promover o intercâmbio de conhecimentos linguísticos e culturais, a proposta também pretende servir como um hub para a internacionalização do ensino superior brasileiro e impulsionar o progresso científico e tecnológico de ambos os países.
Confira abaixo a reportagem produzida pelo Diário de Santa Maria sobre a inauguração da CLEC Chinese Smart Classroom: