Na tarde da última sexta-feira (10), foi realizado o I Simpósio sobre Inglês como Meio de Instrução (EMI) na UFSM, promovido por diversos setores da instituição. O evento foi voltado para docentes, abordando questões relativas à aplicação do EMI em disciplinas acadêmicas, pensando em experiências já realizadas e as perspectivas para o futuro. O simpósio ocorreu de forma híbrida, unindo convidados de forma presencial e remota, através da transmissão do evento no canal no Youtube da UFSM. A sessão completa pode ser acessada neste link.
A abertura do simpósio contou com a fala da Dra. Daniela do Canto, tradutora na SAI, que introduziu e contextualizou o EMI e os convidados da mesa de honra. À seguir, o Prof. Paulo Bayard Dias Gonçalves, secretário de relações internacionais, fez uso da palavra para agradecer a presença dos participantes, contextualizou os planos futuros da SAI, com foco especial na internacionalização e os trabalhos conjuntos entre a secretaria com a Pró-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP).
A seguir, a Profa. Cristina Wayne Nogueira, pró-reitora de pós-graduação e pesquisa, comentou sobre a importância de criar um ambiente internacionalizado na UFSM, com objetivo de aumentar a excelência dos cursos de pós-graduação da instituição. Por fim, antes de iniciar a primeira atividade do simpósio, a vice-reitora, Profa. Martha Bohrer Adaime, comentou sobre esforços coletivos dentro da universidade em prol da inovação, da internacionalização e da pós-graduação, visando fortalecer essas instâncias de forma conjunta.
A primeira palestra: “Linking North and South: a Roadmap to Inclusive Internationalization / Conectando Norte e Sul: um Roteiro para a Internacionalização Inclusiva”, ocorreu com a presença da Profa. Dra. Ana Luiza Pires de Freitas (Docente do Departamento de Educação e Humanidades da UFCSPA) e da Profa. Dra. Julie Walaszczyk (docente na Université de Mons – Bélgica). A palestra foi mediada pela Profa. Graciela Rabuske Hendges, docente do Departamento de Letras Estrangeiras e Modernas (CAL) e co-coordenadora e orientadora pedagógica no Laboratório de Pesquisa e Ensino de Leitura e Redação (LabLeR). A palestra foi realizada de forma bilíngue, com a Profa. Ana Luíza falando em português enquanto a Profa. Julie trouxe suas contribuições por meio da língua inglesa, o que não foi empecilho para a troca de ideias com o público.
A palestra discutiu o EMI como uma demanda institucional, mostrando como ele foi aplicado pelas convidadas em suas respectivas instituições de ensino e os principais desafios e resultados obtidos. A ideia essencial é construir um ambiente interdisciplinar e colaborativo de aprendizagem, que inclua tanto docentes quanto discentes. Por exemplo, na UFCSPA a língua inglesa não é vista apenas como ferramenta para professores de línguas, mas como um instrumento comum para criação de um suporte de formação. O desafio que surge disso é descomplicar a língua e aumentar a confiança dos estudantes, permitindo melhorias em toda comunidade acadêmica e construindo pontes entre pessoas e as universidades.
A Profa. Ana Luiza Pires apontou que o sucesso do EMI está atrelado ao diálogo entre os envolvidos, a parcerias locais (inclusive interdisciplinares), nacionais e internacionais de ensino, a ações de formação para docentes e ao interesse genuíno dos alunos em participar de disciplinas em EMI. Para finalizar, também foi discutido o potencial do EMI como ferramenta de “internacionalização em casa”, o que contribui para o projeto de inclusão social e formação da universidade pública e também a importância do uso de EMI em disciplinas virtuais, visto que aumenta o acesso por meio da mobilidade virtual internacional.
A segunda atividade do simpósio foi a mesa redonda: “EMI na UFSM: experiências e perspectivas docentes”, que ocorreu com a presença do Prof. Dr. Lucio Strazzabosco Dorneles, docente do Programa de Pós-Graduação em Física (PGFISICA); o Prof. Dr. Igor Castellano da Silva, docente do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (PPGRI) e a Profa. Dra. Damaris Kirsch Pinheiro, docente do Programa de Pós-Graduação em Meteorologia (PPGMET). A mesa também contou com a mediação da Profa. Graciela Rabuske Hendges.
A mesa trouxe discussões relativas à aplicação do EMI em sala de aula, abordando os principais desafios e percepções, além de alternativas de abordagens, recomendações e sugestões. Os principais tópicos discutidos foram o desafio de gerar interesse nos discentes pela língua inglesa, as diferentes abordagens para nível de graduação e pós-graduação, a produção de conhecimentos internacionais e os desafios referentes à moradia estudantil para discentes estrangeiros, apoio para transcrição de materiais traduzidos e a carência por cursos de inglês para professores.
A terceira e última atividade foi a mesa redonda: “EMI na UFSM: experiências e perspectivas discentes”, que ocorreu com a participação do doutorando Johny Andres Jaramillo Palacio, natural da Colômbia e discente do Programa de Pós-Graduação em Física (PGFISICA); da mestranda Luiza Delaflora Cassol, discente do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (PPGRI) e os mestrandos Gabriel Salinet Rodrigues e Juliana Michelon Ribeiro, ambos do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGLETRAS). A mesa também contou com a mediação da Profa. Graciela Rabuske Hendges.
A mesa foi complementar à anterior, trazendo, por sua vez, relatos do lado dos discentes e mostrando os desafios e perspectivas notadas durante a aplicação do EMI nas aulas. O doutorando Johny Andres comentou sobre a importância da modalidade em sua formação internacional, contando do processo de superação de medos e desafios comunicacionais, além da aproximação entre os estudantes e colegas de turma. A mestranda Luiza Delaflora comentou sobre a necessidade de criação de um ambiente confortável para desenvolvimento da língua, o que traria um maior senso de coletividade. Por fim, a atividade foi encerrada com a contribuição dos mestrandos Gabriel Salinet e Juliana Michelon, que apresentaram os resultados de uma pesquisa iniciada em 2019, que analisava a aplicação do EMI na UFSM.
Um dos destaques do evento foi a unanimidade dos convidados em apontar a importância da participação da comunidade universitária na institucionalização do EMI, ou seja, que o ponto de partida do caminho em direção ao EMI seja a comunidade, para que que as caraterísticas e a prática do EMI na UFSM seja resultado da construção conjunta entre discentes, docentes e TAES.
Texto: Pedro Souza, acadêmico de Jornalismo, bolsista na SAI
Revisão: Núcleo de Comunicação da SAI