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Solos Brasileiros

O Brasil é um pais com dimensões continentais e uma variedade riquíssima de ecossistemas (biomas). Por isso, a diversidade de solos encontrados no Brasil é bastante grande. Todos os nossos solos são agrupados nas 13 classes (ordens) do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Santos et al., 2018), as quais são apresentadas na sequência.

São solos profundos, bem desenvolvidos, com horizonte A (superficial) geralmente arenoso sobre um horizonte B (subsuperficial) argiloso, do tipo B textural. Apresentam sequência de horizonte A-Bt-C ou A-E-Bt-C. São solos com variação de drenagem (bem a imperfeitamente drenados) e com algumas limitações, principalmente em relação a fertilidade natural e retenção de água no horizonte A mais arenoso. A elevada suscetibilidade a erosão também deve ser levada em conta no planejamento de uso destes solos, demandando práticas conservacionistas para o seu uso sustentável.

São solos que apresentam processo incipiente de formação. Podem variar de rasos a profundos, com presença característica de fragmentos de saprolitos ou rochas no horizonte B incipiente. Apresentam sequência de horizontes A-Bi-C. São solo que frequentemente ocorrem em relevos ondulados a montanhosos, apresentando limitações em relação a erosão, profundidade efetiva, pedregosidade associada e fertilidade.

São solos que apresentam horizonte A escuro, com elevada fertilidade natural, chamado de A chernozêmico. Podem apresentar sequência de horizontes A-Bt-C ou A-Bi-C. Os teores mais elevados de matéria orgânica no horizonte A conferem a coloração escurecida. Embora tenham alta fertilidade, quando ocorrem em relevo forte ondulado apresentam limitações de mecanização e suscetibilidade a erosão.

São os únicos solos que apresentam acúmulo de matéria orgânica no horizonte B, chamado de B espódico. Apresentam sequência de horizontes A-Bh-C ou A-E-Bh-C. São solos que ocorrem em áreas arenosas e com elevada precipitação pluvial, geralmente associados a restingas litorâneas. São solos muito frágeis devido a textura arenosa do horizonte A. Apresentam sérias limitações ao uso agrícola e urbano/industrial.

São solos pouco profundos a profundos que apresentam o processo de gleização (redução do ferro em ambientes alagados) resultando em coloração acinzentada ou preta com manchas vermelhas e laranjas (mosqueados). Apresentam sequência de horizontes A-Bg-Cg ou A-Cg ou H-Cg. Geralmente ocupam as planícies baixas (várzeas) e podem apresentam um perfil arenoso ou argiloso. As principais limitações estão relacionadas a má drenagem (hidromorfismo), a mecanização e ao elevado potencia de contaminação do lençol freático ou aquífero.

São solos profundos e bem desenvolvidos, com elevado grau de intemperismo, por isso são pobres em fertilidade natural. Apresentam sequência de horizontes A-Bw-C. São solos com elevado potencial agrícola, entretanto, demandam correção da fertilidade com a aplicação de adubos e calcário. As suas propriedades físicas são muito boas para o desenvolvimento vegetal, pois são solos argilosos e com elevado grau de agregação (estruturação), apresentando elevada retenção de água, boa densidade e drenagem. Também demandam práticas conservacionistas para evitar o processo erosivo.

São solos pouco profundos a profundos que apresentam gradiente textural entre os horizontes A e B e sequência de horizontes A-Bt-C. Estes solso se diferem dos Argissolos por apresentarem alta saturação por bases associada a argila de atividade alta, ou seja, maior fertilidade natual devido a presença de argilas expansivas como vermiculitas ou esmectitas. São mais argilosos e menos profundos quando comparados aos Argissolos. Também demandam práticas conservacionistas para o seu uso sustentável.

São solos geralmente rasos, nos casos do Neossolos Litólicos e Neossolo Regolíticos, ou profundos como os Neossolos Quartzarênicos e Neossolos Flúvicos. Não apresentam horizonte B diagnóstico, com sequência de horizontes A-C-R ou A-C-Cr-R ou A-Cr-R. São solos pouco desenvolvidos e que apresentam severas limitações ao uso agrícola ou urbano/industrial, principalmente devido a sua pequena profundidade, pedregosidade, textura arenosa e ocorrência frequente em relevos ondulados a montanhosos. O seu uso deve ser amparado em conhecimento técnico e planejamento adequado.

São solos profundos, bem desenvolvidos, geralmente bem drenados, argilosos e de coloração vermelha, que se caracterizam pela presença de estrutura forte associada a cerosidade expressiva. Apresentam sequência de horizontes A-Bnítico-C. Estes solos se assemelham muito com Latossolos e, por vezes, com Argissolos. Apresentam elevado potencial agrícola e também demandam práticas de correções de fertilidade e controle da erosão.

Esta é a única classe de solos orgânicos, nas demais classes há o predomínio de partículas minerais. Os Organossolos são solos formados pela ocorrência de uma camada orgânica chamada de horizonte Hístico. Apresentam sequência de horizontes O-C-R ou H-C-R. São solos pouco frequentes que ocorrem em áreas pouco expressivas em termos territoriais, mas com valor ambiental elevado. São solos frágeis que apresentam funções ecossistêmicas importantes. Quando submetidos ao uso agrícola são destruidos em poucos anos, por isso, devem ser mantidos como área de preservação ambiental.

São solos mal drenados que apresentam elevado gradiente textural entre os horizontes A e B. Apresentam sequência de horizontes A-Btg-C ou A-E-Btg-C. Ocorrem geralmente em áres planas (várzeas) associados aos Gleissolos e Neossolos Flúvicos. São solos com elevado potencial para o cultivo do arroz irrigado no sul do Brasil. Geralmente apresentam baixa fertilidade natural no horizonte A, que se caracteriza como arenoso.

São solos geralmente profundos que apresentam plintitas e/ou petroplintitas no perfil. Possuem sequência de horizontes A-Btcf-C ou A-Bcf-C. As plintitas e petroplintitas são nódulos de ferro concentrado que limitam a penetração de raízes e a retenção de água nos horizontes onde ocorrem. Neste caso, os Plintossolo apresentam limitações a produção agrícola e, por isso, precisam ser conhecidos para que seu uso seja planejado adequadamente.

São solos pouco profundos a profundos e de coloração escura devido à presença homogênea de matéria orgânica e argilas expansivas do tipo 2:1. São solos que apresentam elevada fertilidade natural, com exceção do fósforo, mas que fisicamente apresentam limitações ao manejo. As argilas expansivas tornam o solo muito duro quando seco e muito plástico e pegajoso quando molhado. São solos utilizados para pecuária extensiva sobre campo nativo ou cultivo de arroz irrigado.

Para maiores informações sobre os solos brasileiros consulte o Sistema Brasileiro de Clasificação de Solos:

SANTOS, H.G. et al. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5ª ed. Brasília: EMBRAPA, 2018. 356p.