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UM NOVO CAMINHO PARA ATLETAS NA UNIVERSIDADE

Incentivo para ingresso e permanência de desportistas na UFSM diverge das instituições dos EUA



Para escutar o áudio da reportagem, clique abaixo:

Fotografia vertical, colorida e em Contra-Plongée, de baixo para cima, com foco em um atleta que alonga a perna direita em uma barreira de atletismo na pista da UFSM. O homem tem pele branca, cabelos castanhos e curtos e olha para baixo. Ele usa uma regata azul de treino e um short preto. À sua frente estão mais três barreiras, que são formadas por duas barras verticais que sustentam uma barra horizontal. A pista é vermelha com listras brancas. O dia está ensolarado e ao fundo, há uma cerca, um prédio branco e árvores.
Atleta João Cazari na pista de Atletismo da UFSM | Foto: Giovana Chaves

 

Uma postagem no instagram da Confederação Brasileira de Atletismo: esta foi a maneira inusitada que o atleta João Cazari Vinicius Silva, 18, descobriu a possibilidade de ingressar na UFSM. João saiu de Presidente Prudente, São Paulo, para morar em Santa Maria e cursar Direito na Universidade graças a uma publicação que destacava o Processo Seletivo de Ingresso de Atletas de Rendimento (Piares). No programa,  implementado em 2024 para facilitar a matrícula de desportistas na instituição, ele viu uma oportunidade de concretizar algo que sempre sonhou: conseguir conciliar  a vida no esporte com os estudos.

O Piares disponibilizou 66 vagas para 49 cursos, divididas em duas categorias. A primeira para pessoas na faixa etária de 16 a 23 anos, vinculadas às modalidades de futsal, handebol, voleibol e atletismo, que disputaram competições nos últimos três anos. Já a segunda foi ofertada para ex-atletas que tiveram destaque internacional em qualquer esporte reconhecido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (Cob). A pontuação do processo seletivo funcionou da seguinte maneira: 50% de peso para a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os outros 50% para as conquistas desportivas do indivíduo. No ano de estreia do Programa, oito atletas ingressaram pelo edital nos cursos bacharelados de Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, Direito, Educação Física e Serviço Social e a licenciatura de Ciências Sociais. Todos são do gênero masculino e da divisão de talentos em potencial.

Esta nova categoria de processo seletivo é coordenada pelo Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) e pelo Núcleo de Implementação da Excelência Esportiva e Manutenção da Saúde (NIEEMS). A coordenação do NIEEMS sonhava com a efetivação do projeto há mais de 20 anos. O Programa foi inspirado na trajetória de atletas que abdicam da carreira esportiva para concluir a graduação. A motivação para tentar mudar este cenário, somada ao estudo de políticas deste gênero aplicadas em outros países deu vida ao Piares: o edital pioneiro para o ingresso de atletas na Universidade.

 

Do outro lado da América

 

Os Estados Unidos são um exemplo de potência no esporte universitário, com faculdades  mundialmente reconhecidas pela captação de atletas mediante bolsas de estudo. Para o estudante bolsista da modalidade de tênis na Universidade de North Greenville, Lucas Cardoso, o Brasil encontra-se muito longe do nível de investimento norte-americano. “É incomparável a estrutura. Por exemplo, tem uma universidade perto da minha (Universidade de Clemson) com um estádio que cabe de 80 a 90 mil pessoas, mais público que o Maracanã”, conta o tenista, que é natural de Santa Maria.

Segundo uma matéria produzida pelo Globo Esporte em 2016, 440 dos 555 convocados da delegação estadunidense para as Olimpíadas do Rio de Janeiro praticaram o esporte universitário. Inclusive, alguns atletas competiam por universidades na época em que foram chamados para os Jogos Olímpicos. Ou seja, a valorização do esporte no país da América do Norte vem da base escolar e universitária, algo que o Brasil carece.

Projetos como o Piares são o primeiro passo de uma jornada para o reconhecimento do assunto. Lucas, por exemplo, usufrui de um centro médico patrocinado pela Gatorade, roupas ilimitadas da Nike, uma treinadora e dois preparadores físicos especializados na modalidade do tênis. João não conta com essas regalias na UFSM, mas também tem auxílio proveniente da instituição. Ele mora na Casa do Estudante Universitário (Ceu) e dispõe do Benefício Socioeconômico (BSE), que disponibiliza  refeições gratuitamente. Além disso, o acadêmico de Direito acrescenta que a pista de atletismo, recém reformada e nos padrões olímpicos, colaborou para a sua escolha de vir para Santa Maria. Este é um ponto importante para ele, que compete nos 400 metros com barreiras, 110 metros com barreiras e decatlo – modalidade composta por dez provas de atletismo.

João é protagonista de uma das oitos histórias que ingressaram na Universidade pelo Piares e sonham em viver do esporte, porém sabem a adversidade dessa realidade no país e, por esse motivo, prezam pela formação acadêmica. “É muito importante entender que a vida de atleta não é para toda a vida, você tem que seguir com uma outra rotina, uma outra carreira quando isso termina, porque tem o fim”, enfatiza. A escolha pelo Direito não é por acaso. João julga a área jurídica como flexível para prosseguir o maior tempo possível, dentro e fora das pistas.

Reportagem: Marina Brignol de Llano Einhardt e Marina Ferreira dos Santos

Contato: marina.llano@acad.ufsm.br/santos.marina@acad.ufsm.br

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