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UMA PALAVRA SEM TRADUÇÃO

Com apoio da UFSM e amigos, alunos estrangeiros transformam Santa Maria num lar



Para escutar o áudio da reportagem, clique abaixo:

Pessoas de todos os lugares do Brasil e do mundo compartilham o ambiente universitário e buscam novas experiências. Com isso, o estranhamento da cultura local é algo comum na UFSM. O sentimento  que prevalece é a saudade.

O  “sentir falta” faz parte do vocabulário de todas as pessoas. “Saudade” não é uma palavra que existe em todas as línguas, mas pode traduzir o sentimento de estar longe de casa. 

 

As argentinas Ailén Bühler, graduanda de Medicina Veterinária, e Camila Cheble, de Psicologia,  moram na Inter House – moradia disponibilizada para os  intercambistas da UFSM – e contam que desenvolveram meios de não sentir saudade de onde vieram. A relação próxima desenvolvida entre as cinco moradoras é um dos motivos para que esse período se torne mais fácil. “Acho que é o jeito que eu encontrei de não ter saudades ou que essas saudades não façam eu me sentir triste”, compartilha Ailén.

 

A intercambista Emília Romero também veio da Argentina por meio da Universidad Nacional de Córdoba. Ela confessa que o seu maior medo era sentir muita falta de casa, de não conseguir se adaptar a Santa Maria e às colegas de apartamento. No entanto, Emília construiu com as colegas, uma família. 

 

O apoio para os estudantes estrangeiros da UFSM é realizado pela Secretaria de Apoio Internacional (SAI). O órgão estabelece  programas de intercâmbios para alunos da Universidade, recebe estudantes de instituições internacionais e promove atividades de acolhimento. 

 

O Amigo Internacional é uma das atividades desenvolvidas para receber esses alunos. O projeto foi criado para tornar a experiência dos alunos estrangeiros mais confortável e faz com que um voluntário da UFSM se torne amigo de um intercambista. A relação criada pela necessidade de um rosto conhecido se torna, para a maioria, um lar longe de casa. A agenda inclui receber o estudante após a viagem, mostrar lugares importantes para o dia a dia e mantê-los ativos na comunidade acadêmica.

Fotografia horizontal, colorida e enquadrada em primeiro plano. Duas pessoas, um homem e uma mulher, olham e sorriem diretamente para a câmera. O homem, de 23 anos, está do lado esquerdo da fotografia. Ele é branco, alto, tem o cabelo castanho escuro, bigode e cavanhaque, e um brinco em cada orelha. Ele veste uma blusa azul escura com cordões brancos. Em seu pescoço está um colar marrom, com aspecto de couro, que possui um pingente de dente de tubarão. Em seu ombro leva uma bolsa, que segura próxima ao corpo com a mão direita. A mulher está à direita do jovem. Ela é branca, tem o cabelo loiro e está com as bochechas levemente coradas. Seu casaco corta vento, que está fechado, é marrom claro e branco com o zíper preto. Um feixe de luz solar passa por seu cabelo, que fica ainda mais claro. Ao fundo, um ambiente da UFSM, com vegetação verde e parte de um prédio, levemente desfocados.
A esquerda está Pedro Figo e a direita Maria Augusta Della | Foto: Jéssica Mocellin

O peso da saudade de casa diminui quando é dividido.O aluno de Engenharia Química, Pedro Figo, e a graduanda de Medicina Veterinária, Maria Augusta Della, participam do Programa Amigo Internacional como voluntários. Para Pedro, que também foi intercambista na Universidad de La Republica, em Montevideo, a maior importância do Programa é que as pessoas se sintam acolhidas.Quando você vai para longe é normal que se sinta sozinho, mesmo rodeado de pessoas, tanto pela questão do idioma quanto pela questão de ser de outro país”, lembra. 

 

Maria Augusta conta que os benefícios são mútuos. Conhecer novas línguas e fazer amizades com alunos internacionais foi importante para ela.  “Uma amizade verdadeira. Tenho contato com eles até hoje e sei que se eu fizer uma formatura eles vão vir de lá para cá. Tivemos uma conexão muito grande”, comenta. 

 

Angélica Iensen é Secretária Executiva bilíngue da Sai e responsável pelo Núcleo de Acolhimento de Estudantes Internacionais. “Morei três meses em um país estranho. Eu sei o quanto faz falta ter uma rede de apoio, com pessoas que você conheça, pessoas amigas. O acolhimento não é só na chegada, é dar suporte durante a estadia da pessoa”, ressalta Angélica.

As atividades de acolhimento envolvem Welcome Meetings (encontros de boas-vindas), tours pela cidade e pelo Campus, idas ao  Esporte Clube Internacional (Inter de Santa Maria) e reuniões para compartilhar a culinária de cada integrante. Um exemplo foi  a “Noite do Xis” na Escola de Samba Unidos do Itaimbé. “A bateria fez uma roda de samba e eles experimentaram o xis naquela noite”, conta Angélica. 

Grupo de estudantes seguram bandeiras e caminham em direção ao Arco da UFSM | Ilustração: Pedro Pagnossin

Reportagem: Jéssica Mocellin e Nadine Guarize

Contato: jessica.mocellin@acad.ufsm.br/nadine.guarize@acad.ufsm.br

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