A Universidade é reconhecida por sua pesquisa científica e seu compromisso com a excelência acadêmica. Segundo a Folha de São Paulo, a UFSM se encontra na 18º posição do ranking de Melhores Universidades do país na categoria de Pesquisa Científica. No Portal de Projetos, há cerca de 30 mil pesquisas. Destas, mais de 20 mil estão publicadas e outras quatro mil estão em andamento em áreas como saúde, educação, humanas, engenharia e agricultura.
A maioria das pesquisas faz uso da tecnologia, como o estudo orientado pelo docente do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, José Antonio Mainardi de Carvalho. O projeto trata de uma condição vascular crônica, o lipedema – doença que ganhou notoriedade na comunidade científica e ocorre majoritariamente em mulheres que estão nos períodos de mudança de fase hormonal. Entre os sintomas estão o surgimento de hematomas com frequência e sem explicação, dor e sensibilidade ao toque, sensação de inchaço, aumento de volume e alterações estéticas significativas nos membros atingidos.
Existem, porém, dificuldades para chegar ao diagnóstico, uma vez que o lipedema pode ser confundido ou associado a outras condições como obesidade, linfedema e varizes. Com isso, há necessidade de estabelecer um diagnóstico mais preciso da doença. Segundo Michelle Kaefer, doutoranda responsável pela execução da investigação, existe um duplo papel na pesquisa. “Um deles é o desenvolvimento do biomarcador, mas ao mesmo tempo trazer conscientização para uma doença que estava até pouco tempo negligenciada”, explica Michelle.
Outro projeto em andamento na UFSM é o ‘Internet das coisas – IOT aplicada ao uso sustentável da água’. Coordenado pelo professor do Departamento de Eletrônica e Computação, Samuel Tumelero Valduga, ele visa diminuir o uso de água na irrigação de plantações de arroz, além de otimizar o tempo gasto nesse processo.
As alunas do terceiro semestre de Engenharia de Telecomunicações, Mariana Pansonato Gomes e Aurea Elizabete Silva Falqueto, explicam que o ciclo do arroz é de 120 dias, em que a plantação tem que ficar 100% irrigada. As quadras de arroz são desniveladas e ocupam vários hectares. Isso dificulta o trabalho dos agricultores, que precisam verificar o nível da água de cada uma, processo que costuma durar cerca de seis dias.
Mariana afirma que, com o sistema IOT, pretende-se colocar um sensor nas comportas de água que ficam entre as quadras de plantação. O dispositivo terá capacidade de abri-las e fechá-las, além de medir o nível da água. Cada sensor será controlado por um microcontrolador, o MCU ESP8266, que faz a leitura dos dados e enviará para o LORA ESP32, uma placa que se comunica via wi-fi. Ela, por sua vez, vai receber a informação dos sensores e enviar para a placa central, que também será LORA. A central vai reunir os dados e mandar para o aplicativo, que será disponibilizado ao fazendeiro. Com o aplicativo, será possível controlar as comportas e regular o nível de água mecanicamente.
Samuel explica que esse sistema contribui para a sustentabilidade ao permitir uma facilidade no controle da quantidade de água. Além disso, otimiza e facilita o trabalho dos agricultores. Por fim, acrescenta: “o projeto tem um cronograma de quatro meses e nosso objetivo final é obter um protótipo ou maquete funcional, criado por uma impressora 3D”.
Reportagem: Gabriela de Almeida e Maria Fernanda Dias
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