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Doe sangue, compartilhe vida!



Faça parte dessa corrente do bem e participe do Projeto Circulação

Ser doador de sangue é doar um pouco de tempo da sua vida para aumentar a expectativa de vida de quem irá recebê-lo. Através desse ato de solidariedade, o Projeto Circulação conscientiza, informa a população e reabastece os estoques de bolsas de sangue do Hemocentro e do Hospital Universitário de Santa Maria.

Apesar dos avanços científicos serem cada vez maiores, a ciência ainda não conseguiu criar um substituto para o sangue. Essa característica de ser insubstituível é crucial para a vida humana, pois sem ele não há vida. Uma única bolsa de sangue, que corresponde a uma doação, pode salvar até quatro vidas. A solidariedade de doar sangue periodicamente é essencial para garantir reposição dos estoques de bolsas de sangue nos hemocentros. Por isso, é muito importante que a doação seja feita regularmente e não só quando alguém próximo necessita. Sempre vai haver alguém precisando e a sua doação pode fazer a diferença.

A zootecnista Gabriela Pase Bresolin, 24, conta que quando tinha cinco anos de idade precisou receber sangue, pois foi submetida a uma cirurgia para retirada do canal ureter no rim esquerdo. Hoje em dia Gabriela retribui esse gesto como doadora. “Agora eu consigo retribuir esse bem que fizeram para mim, doando. Mesmo tendo um rim e meio, posso doar, pois tenho orientação médica. Isso é uma satisfação enorme, saber que eu precisei receber sangue e depois de alguns anos posso retribuir com o meu”, relata Gabriela.

Segundo as recomendações da ONU, para manter os estoques das bolsas de sangue regular no país, o ideal é que de 3 a 5% da população seja doadora. Entretendo, dados do Ministério da Saúde mostram que esse ideal não é alcançado no Brasil, onde apenas 1,9% da população doa sangue anualmente.

Os mitos são alguns dos motivos de termos poucos doadores entre a população brasileira. Muitas pessoas deixam de ser doadoras por acharem que irão ficar sem sangue ou que no processo de doação vão adquirir alguma doença. Durante a coleta são retirados em média 400 ml de sangue. É pouco se comparado à quantidade de sangue no corpo humano, pois representa apenas 10% do volume total. A reposição desse sangue é feita pelo próprio organismo após 24 horas. A doação não oferece ao doador nenhum risco de contrair doenças infecciosas como Aids ou Hepatite. O sangue doado é testado para seis doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatite B e C, HIV, HTLV, Sífilis e doença de Chagas.

Se cada pessoa saudável doasse sangue espontaneamente pelo menos duas vezes ao ano, os hemocentros teriam hemocomponentes (células sanguíneas do sangue como hemácias, leucócitos e plaquetas) suficiente para atender toda população. No município de Santa Maria, o Hemocentro Regional atende 16 hospitais de 30 municípios do centro do Estado. O Hemocentro recebe, em média, 25 doadores por dia e os hemocomponentes das doações são encaminhados para o Hospital Universitário de Santa Maria, local exclusivo de abastecimento do Hemocentro.

A pedagoga Fernanda Issler Franzen, 24, contribui para o reabastecimento de bolsas de sangue no hemocentro. Ela conta que sua mãe a inspirou ser doadora, pois sempre levava Fernanda ao hemocentro para doar sangue. Fernanda doa sangue no Hemocentro há três anos. “Nunca tinha me dado conta de como esse ato era importante, até uma amiga próxima a mim precisar. Aí eu pude ver na prática o quão impactante e significante é esse ato. Eu me sinto muito bem sendo doadora de sangue e estou fazendo minha parte como cidadã, isso me tranquiliza bastante”, confessa.

A enfermeira técnica do Hemocentro Gislaine Savian Machado, explica que a doação de sangue funciona através de etapas que são cumpridas rigorosamente para aproveitamento máximo das bolsas de sangue doadas. O doador chega e realiza um cadastro, depois é direcionado para a triagem hematológica e clínica. Na triagem hematológica é feito um pequeno furo no dedo do doador para checar valores da hemoglobina para garantir que o doador não esteja anêmico. Na triagem clínica, é feita a verificação de sinais vitais, da pressão arterial, da temperatura, da frequência cardíaca e respiratória e é realizada uma entrevista confidencial sobre hábitos do doador. Após essas etapas, o doador vai para sala de coleta. Depois da doação, ele é encaminhado para uma sala onde irá receber um lanche e um voto de exclusão. Este funciona como uma avaliação final. O doador terá que ser honesto em dizer se tem algum impedimento para a doação de sangue. Gislaine comenta que o procedimento de doação demora em torno de 40 minutos.

BOX DE CRITÉRIOS BÁSICOS PARA SER UM DOADOR DE SANGUE 

– Estar em boas condições de saúde.
– Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos, precisam de autorização do responsável por escrito)
– Pesar no mínimo 50kg.
 – Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas).
 – Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).

– O intervalo mínimo entre as doações é de 60 dias para homens e podem doar sangue até quatro vezes por ano. Já as mulheres podem doar três vezes ao ano, com intervalo de 90 dias.

 – Apresentar documento original com foto recente, que permita a identificação do candidato, emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social).

BOX DE QUEM NÃO PODE DOAR SANGUE

– Peso inferior a 50 kg;
– Infecção pelo vírus HIV ou AIDS;
– Hepatite B ou C;
– HTLV, vírus da mesma família do vírus HIV;
– Epilepsia
– Ter câncer no sangue como linfoma ou leucemia;
– Diabetes mellitus tipo 2
– Antecedente a AVC;
– Doença de Chagas;
– Asma
– Hipertensão ou Hipotensão arterial 
– Gravidez
BOX DE QUEM NÃO PODE DOAR SANGUE TEMPORARIAMENTE 

– Gripe ou resfriado – aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas;
– Anemia;
– Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação;
– Tatuagem, maquiagem definitiva – 12 meses;
– Piercing – 6 meses após a colocação;
– Cirurgias – variável 2 a 6 meses;
– Procedimentos endoscópicos (endoscopia digestiva alta, colonoscopia, rinoscopia, broncoscopia) – 6 meses;
– Medicamentos como anti-inflamatórios, corticoides e antibióticos
– Vacina contra gripe – 48 horas;
– Vacina contra Febre Amarela – 4 semanas

Parceria para salvar vidas

A doação de sangue começa em primeiro lugar pela conscientização. É através dela que uma pessoa vai ter a iniciativa de salvar uma vida. Informar a população sobre a importância da doação de sangue é crucial para manter e aumentar as bolsas de sangue nos hemocentros e consequentemente salvar mais vidas. Diante desse objetivo, o Programa de Educação Tutorial (PET), criou o Projeto Circulação que há sete anos desconstrói os mitos da doação de sangue e  convoca novos doadores.

O projeto Circulação funciona através da parceria do grupo PET da UFSM com o Hemocentro Regional de Santa Maria. Por trás do funcionamento do projeto está a professora e doutora Silvana Bastos Cogo que coordena o projeto com mais de 11 grupos do PET. Entre eles estão: Agronomia, Biologia, Ciências da computação, Ciências sociais aplicadas, Comunicação social, Enfermagem, Engenharia elétrica, Engenharia civil, Sistemas de informação, Matemática e Odontologia.

A coordenadora explica que os objetivo do projeto Circulação são a integração com o Hemocentro em prol da reposição do banco de sangue de Santa Maria, por meio das doações e envolver um número significativo de participantes nas ações de doação com a inclusão dos acadêmicos, funcionários da UFSM e a população em geral. “A partir das ações do projeto acabam sendo conhecedores da necessidade da importância de ser doador e fomentar a importância das doações. Conscientizar o público para que o ato de doar sangue se torne efetivo e contínuo, fazendo com que os locais onde se coleta sangue não fique com poucas bolsas”.

O projeto tem como meta arrecadar em média 70 bolsas de sangue por ação, objetiva abastecer o banco de sangue, realizar a integração entre os bolsistas do PET e  funcionários do hemocentro, e treinar bolsistas para realizar a organização das futuras ações do projeto Circulação. “A quantidade de bolsas que conseguimos nas ações do projeto variam. Ano passado, por exemplo, foram doadas 120. Dessas, 86 foram realmente aptas para o processo de doação. As bolsas foram destinadas ao Hemocentro e ao Hospital Universitário”, esclarece Silvana.

Para o Projeto Circulação alcançar seus objetivos e metas, a parceria com o Hemocentro Regional é essencial para garantir o reabastecimento de bolsas de sangue e ainda contribuir com a informação e conscientização da população sobre doar sangue. O Hemocentro possui um ônibus adaptado para serem feitas doações de sangue de forma segura e profissional. A unidade móvel é cedida para as ações do projeto de acordo com seu calendário. Silvana conta que para a parceria dar certo, são realizadas reuniões entre os integrantes do PET e a equipe do hemocentro, para garantir o sucesso das ações realizadas.

A relações públicas Fernanda Laureano, 26, participava do projeto durante sua graduação. Ela revela que sempre quis doar sangue e contribuir com a sociedade, escolheu o dia da ação do projeto para realizar seu desejo. “Eu achei muito tranquilo doar no ônibus, o pessoal é muito simpático e atencioso. Estavam sempre dispostos e perguntando se eu estava bem.  Achei lindo ver a bolsa enchendo de sangue enquanto doava, imaginava que aquilo iria ajudar outra pessoa”, declara Fernanda.

Geralmente, as ações do projeto ocorrem semestralmente, em frente ao Restaurante Universitário da UFSM, por ser um local de grande trânsito de pessoas.  No dia da ação, a estudante de Enfermagem e integrante do projeto, Jozéli Fernandes de Lima, conta que a conscientização é a melhor maneira para chamar as pessoas para doar sangue no ônibus.

É dentro da unidade móvel cedida pelo Hemocentro que acontece as doações de sangue, mas o processo de doação começa fora do ônibus. Primeiramente, o doador recebe orientações sobre o procedimento e uma ficha para realizar sua doação. Ele é encaminhado para entrar pela porta dos fundos do ônibus, onde será feita a triagem clínica. Na parte central do ônibus há de três a quatro macas para a doação de sangue. Depois da doação, o doador sai da unidade pela porta da frente e recebe um lanche para se recuperar rapidamente. “Na parte anterior do ônibus tem a manipulação das bolsas, onde os alunos de enfermagem participam para fazer a etiquetação, essas bolsas ficam refrigeradas. O ônibus é mantido por gerador e tem um número máximo de bolsas de sangue, geralmente 120 e dependendo do tempo, eles precisam dar uma acelerada no processo, porque as bolsas de sangue não podem esquentar”, explica Jozéli.

A divulgação do projeto Circulação, e principalmente, a data da ação é fundamental para garantir o reabastecimento dos bancos de sangue. A estudante de relações públicas e participante do projeto, Stephanie Kern Bonilla, explica que as funções do projeto são distribuídas entre os grupos PET de acordo com suas competências e afinidades. “O Programa de Educação Tutorial da Comunicação (PETCom), por exemplo, é responsável pela divulgação. Temos publicitários, jornalistas e relações públicas. É essencial essas três áreas trabalhando para que a gente consiga de maneira efetiva fazer da comunicação algo estratégico, de modo que através dela a gente consiga atingir o potencial das bolsas de sangue que precisamos”.

“O projeto circulação incentiva e ajuda na doação de sangue, partindo principalmente das campanhas que a gente vem fazendo ao longo dos anos, utilizamos muito das redes sociais para isso. Tentamos desmistificar muitos tabus e muitos medos que existem dentro dessa questão, partindo inicialmente dessa comunicação via rede social, mas também no dia da ação buscamos orientar as pessoas através de banners e explicações de todo o processo de doação. Assim a pessoa pode se sentir apta a doar sangue”, finaliza Stephanie.

Sem sangue, cirurgias são canceladas, as funções dos hospitais são comprometidas, vidas são perdidas. Tudo isso pode ser evitado com a sua doação. Doar sangue não custa nada, é rápido, indolor e gratificante. Participe do Projeto Circulação ou procure o Hemocentro e compartilhe vida.

Bastidores:

Segundo as recomendações da ONU, para manter os estoques das bolsas de sangue regular no país, o ideal é que de 3 a 5% da população seja doadora. Entretanto, dados do Ministério da Saúde mostram que o ideal não é alcançado no Brasil, onde apenas 1,9% da população doa sangue anualmente.

Foram esses dados que me fizeram refletir o porque da população brasileira não doar sangue. Muitas alegam dificuldades de locomoção até hemocentros, a demora do procedimento e até a falta de informações sobre o processo de doação de sangue são listados como empecilhos para ser um doador.

Para mudar esse cenário, o Projeto Circulação desenvolvido pelo PET da Universidade Federal de Santa Maria, realiza coletas de bolsa de sangue destinadas ao Hemocentro semestralmente na UFSM.  Com esse projeto a doação fica mais rápida e de fácil acesso, além de promover informações a respeito da doação de sangue para a população.

Na reportagem há depoimentos de pessoas que já receberam e doaram sangue. Espero que esses depoimentos sirvam de incentivo para novos doadores e  de motivação para aqueles que já fazem o bem, doando vida para quem precisa.

O leitor também ficará ciente de todas as etapas do processo de doação com a enfermeira do hemocentro regional de Santa Maria e ele  saberá quais são os critérios listados pela OMS para ser um doador de sangue, o que impede a doação temporariamente e fatores que o impede de ser um doador.  Lembre-se que o seu sangue fará a diferença na vida de alguém, por isso doe sangue regularmente!

  Reportagem: Ana Júlia Müller Fernandes

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