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Pós-juniores que hoje são donos do próprio negócio



Case – Alice Foletto 

Proprietária do Appiano Ristorante, formada em Administração pela UFSM com especialização em Gestão e Gastronomia em Serviços de Alimentação pela UNISINOS – Porto Alegre, Alice Foletto iniciou a trajetória nos negócios como uma empresária júnior. Conheça um pouco da sua história, os aprendizados adquiridos durante o seu período em uma EJ e o que a levou a empreender aos 24 anos.

– Experiência em uma empresa júnior:

Logo que entrou na faculdade de Administração, Alice teve a oportunidade de conhecer as diversas opções de projetos de extensão. A proposta de trabalho de uma empresa júnior lhe chamou a atenção desde o início. “A Objetiva Jr me conquistou porque, ao meu ver, era o projeto com uma direção mais prática, diferente daquilo que se aprendia em administração”, diz.

Na primeira vez em que participou do Processo Trainee Objetiva (PTO), não foi aprovada. Segundo ela, na época ainda era bastante imatura e não se encaixava muito bem no perfil da empresa. A aprovação veio em setembro de 2010, quando participou pela segunda do PTO.

Durante o ano de 2011, se dedicou às atividades da empresa e se candidatou ao cargo de diretora. “Em 2012, meu último ano de faculdade, fui diretora do Departamento da Qualidade. Foi uma experiência incrível para mim”, relata.

– Diferencial em participar de uma EJ:

Alice descreve uma empresa júnior como o ambiente ideal para se desenvolver. “Não acho que só participar de uma empresa júnior ou de um projeto de extensão faça a pessoa se destacar. É o necessário buscar o desenvolvimento e isso depende muito da postura e dos objetivos de cada um” declara.

Para ela, a principal colaboração da Objetiva foi em relação à postura profissional. Foi na empresa que ela pôde reconhecer seus gaps e seus pontos fortes, compreender seu perfil e trabalhar para crescer.

Uma característica que lhe acompanha até hoje, foi desenvolvida quando fazia parte da empresa júnior. “Na época, o principal feedback que eu recebia era que eu precisava desenvolver empatia. Hoje, tendo uma empresa, eu vejo que se eu não praticar a empatia, as coisas não funcionam”, enfatiza a administradora.

– Ideia de abrir o próprio negócio:

Inicialmente, a intenção era abrir um hotel, mas, após analisar melhor, Alice percebeu que essa não era a área mais apropriada para que ela empreendesse. Pensando em suas paixões, descobriu qual seria o negócio ideal: “eu gosto muito de gastronomia, gosto de receber as pessoas e vê-las felizes por uma reunião que foi proporcionada por mim. Gosto de convidar as pessoas a experimentarem um momento diferente”, compartilha.

Com influências empreendedoras em ambos os lados da família, não foi difícil começar a planejar o seu próprio negócio. Desde pequena a identificação com o ramo culinário já se manifestava no dia a dia da empresária. “Quando criança eu tinha brinquedos de fazer comidas. Eu tinha o cantinho da Alice, onde vendia os meus produtos”, conta ela.

– Surgimento do Appiano:

Um ambiente aconchegante e carregado de sensações. Luzes, cores e decoração cuidadosamente pensadas. Esse é o Appiano Ristorante. Misturando elementos que remetem a Itália, o ambiente traduz muito bem o conceito pensado por Alice. “Saber que as pessoas escolheram o Appiano para passar uma noite de descanso e entretenimento é uma das maiores recompensas que eu tenho diariamente”, comenta.

Entre o surgimento da ideia de abrir o negócio e a noite de inauguração, um ano de planejamento se passou. Foi necessário elaborar o plano de negócios do empreendimento, encontrar o espaço ideal, elaborar o cardápio e preparar a equipe. “O Appiano começou a se concretizar após a criação do projeto arquitetônico. Antes era algo que só existia na minha cabeça”, explica Alice.

A criação da marca foi a etapa que, segundo a empresária, mais exigiu trabalho. Traduzir o conceito do ambiente em um nome levou a equipe de criação a inventar uma nova palavra: “o nome Appiano é a junção de apprezzare e piano, que significa apreciar lentamente. E o Appiano é isso, um ambiente para relaxar e esquecer os problemas”.

– Appiano Ristorante:

Cada um dos ambientes foi projetado para proporcionar uma experiência diferente, mesmo para aqueles que vão ao Ristorante com frequência. O primeiro andar do ambiente remete à região de Vêneto; já o segundo, apresenta espaços que lembram Roma e Toscana. Os banheiros também seguem a decoração, com fotos de diferentes regiões da Itália.

O público do local é bastante variado. “O nosso cardápio é para todos os bolsos, todos os gostos e todas as idades. Nós servimos desde pizza à risoto de frutos do mar”, salienta a proprietária.

Alice faz questão de conhecer cada um de seus clientes e estabelecer relação com cada um deles. Ela relata que há clientes que chegam ao local antes do horário de abertura, e outros que chegam cinco minutos antes de encerrar as atividades. Há também aqueles que frequentam o Ristorante devido à proximidade do trabalho, e outros que vem de Camobi apenas para o almoço.

“Nós já conhecemos muito bem os nossos clientes. Tem clientes da noite que sempre trazem o seu próprio vinho e fazem questão de abri-lo e servi-lo. Há clientes que gostam do mínimo de inserção na mesa e outros que gostam de conversar”, conclui Alice.

 – Expectativas:

A abertura do negócio, em março de 2015, foi um pouco conturbada pois a equipe ainda não estava bem estruturada. Hoje o Ristorante possui um núcleo bem alinhado e a equipe realiza treinamentos semanalmente, o que facilita a garantia de um padrão.

Alice descreve o Appiano como um negócio com muitas oportunidades de criação e conta que há produtos em desenvolvimento, elaborados com dedicação para que sejam implantados com excelência.

“Eu quero que daqui para a frente as coisas só melhorem. Nós estamos em um patamar muito bom, mas eu espero que a gente consiga trabalhar cada vez mais a marca. Espero poder proporcionar mais experiências diferenciadas aos clientes e atingir cada vez mais pessoas” finaliza Alice Foletto.

Case – Guilherme Bordin

Um dos fundadores da Caduceu Jr, empresa júnior (ej) do curso de ciências contábeis da UFSM, atualmente é um dos sócios proprietários da empresa de Assessoria Empresarial Analise. Pro.

– Experiência na Caduceu

Quando era aluno do curso de Ciências Contábeis, Guilherme Bordin e alguns colegas sentiram a necessidade de se inserir no meio acadêmico e vivenciar mais a Universidade. Assim, após cerca de seis meses de estruturação, em 2004, surgiu a Caduceu Jr. “No início, tinha-se uma empresa no papel, mas nada muito estruturado, o primeiro passo foi conseguir uma sala, que inicialmente a Caduceu dividiu com o Diretório Acadêmico da Contabéis”, relatou Guilherme. Após os tramites iniciais, buscaram parceiros, mas sem resultados, começaram uma busca por capacitação dos primeiros membros da Empresa.

Bordin ficou cerca de dois anos na ej, mas na etapa final do curso pouco participou da empresa, visto que as rotinas acadêmicas e de trabalho na ej foram se tornando mais intensas. Além disso, Guilherme dividia o seu tempo com graduação e o mercado de trabalho. “A Caduceu contribui na minha formação em dois aspectos, primeiro pelo sentimento de querer inserir-se em uma Empresa Júnior e isso acabou auxiliando na criação da Caduceu, segundo pelo espírito coletivo que se desenvolve em uma ej”, complementou o Contador.

Depois dos 12 anos do início da ej, o ex-membro percebe que ela cresceu bastante, já que no início não se tinha muitos departamentos desenvolvidos e nem áreas mais específicas de atuação. “Hoje ela está bem mais organizada.”, comenta. Guilherme ganhou experiência de mercado nas empresas de auditoria e consultoria. Isso fez com que, após a graduação, seguisse no mercado de trabalho como contador. Atualmente, Guilherm possui seu próprio escritório.

“Penso que para pertencer a uma EJ tem de se ter certa indignação, um espírito empreendedor para se colocar em prática na Empresa, tem de querer estar sempre reiventendando-se. Uma Empresa Júnior serviu como um laboratório para mim, por causa dos laços de relacionamento que se consegue manter a partir dela.” Guilherme Bordin.

– Próprio Negócio

A Análise. Pro surgiu em 2012, com a intenção de colocar em prática aquilo que acreditavam ser o mais viável. Para Guilherme, a parte mais difícil de manter o próprio negócio é ser empresário, pois “ser contador é fácil, para ser empreendedor é preciso gerir o relacionamento com o cliente”, comenta. O próprio negócio e, de certa forma, a participação na Caduceu auxiliou no seu aprendizado, pois pode aprender muito com as experiências, como buscar parceiros e lidar com o público.

O estabelecimento realiza serviços em três áreas: RH, Contábil e Tributária. Hoje atende 14 cidades da região central do Estado e tem sete membros na sua equipe. Alem de contar com três sócios e cerca de 80 clientes.

O que mais se busca no mercado hoje em dia é estreitar relações, manter relacionamentos, ganhar credibilidade e estabelecer relações de confiança com o público que procura uma consultoria contábil. A longo prazo a Analise. Pro deseja ser referência no ramo de consultorias do Centro do Estado.

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