Wagner Freitas – wagnerthefreitas@gmail.com
Valdemar Neto – valdemaralexandre@yahoo.com
Criado na década de 70, o Centro de Educação Física e Desportos tem o seu uso limitado nos dias de hoje. Com materiais defasados e falta de recursos humanos, o CEFD sofre para atender às demandas
A atividade física sempre foi relacionada com cultura e saúde e, para isso, os espaços públicos são importantes na disseminação dessas práticas. Para os universitários que procuram locais para o esporte e lazer na Universidade Federal de Santa Maria, o Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) é uma das opções. Por outro lado, ainda há problemas estruturais, financeiros e de recursos humanos.
O CEFD concentra atividades da Graduação em Educação Física (Bacharelado e Licenciatura) e Dança (Licenciatura) e atividades da Pós-Graduação em Especialização (Educação Física Escolar) e Mestrado (Educação Física e Gerontologia). Além dos alunos desses cursos, podem utilizar a estrutura e projetos do Centro os técnico-administrativos, docentes e discentes de outros cursos. Entretanto, o CEFD mal consegue atender a demanda dos atuais professores e técnicos da UFSM que já utilizam sua estrutura.
Apesar disso, a ideia é estender para o público em geral. O diretor da Divisão de Atividades Esportivas (DAE), Jeverson de Assumpção Bello, informa que a nova direção do CEFD vai realizar um estudo para abrir os espaços para a comunidade externa: “Este estudo servirá para dizer o que precisa ser feito para liberar os espaços e que melhorias devem ser feitas”.
Fundado em 1970, atualmente o CEFD conta com cerca de 650 alunos matriculados em uma das maiores áreas da UFSM, que inclui três ginásios e um estádio, além de áreas abertas voltadas para a graduação. O Ginásio I conta com uma quadra poliesportiva, uma academia e espaços para ginástica e dança. O Ginásio II dispõe de piscinas térmicas, enquanto que o III possui outra quadra poliesportiva, construída mais recentemente. Hoje somente as quadras de tênis, padel e basquete são de uso livre.
Segundo Tempo
A forma mais comum de utilização do CEFD é o programa Segundo Tempo Universitário, um dos projetos da UFSM que mais precisa da infraestrutura. A iniciativa nacional existe desde 2009 e agrega 11 modalidades em Santa Maria: vôlei, tênis, natação, basquete, handebol, ginástica, musculação, hidroginástica, caminhada e corrida, futsal masculino e feminino. As inscrições podem ser realizadas no momento da matrícula no curso, no Portal do Aluno. A continuidade do aluno no projeto depende da frequência às atividades.
De acordo com a coordenadora geral do Programa, Simone Neiva Milbradt Roos, atualmente o programa conta com 346 alunos, número maior que a estrutura suporta, ocupando toda área do Ginásio I. Além das dificuldades com espaço físico e recursos humanos, a manutenção do espaço é um dos problemas que mais afeta as atividades do Segundo Tempo.
Conforme o professor do curso de Educação Física, Matheus Saldanha Filho, o crescimento do CEFD não acompanhou o crescimento da Universidade que, de seis mil alunos, na época de fundação, passou para mais de 20 mil nos dias atuais. “A pluralidade do esporte e lazer não é mais comportada no atual tamanho do universo acadêmico”, salienta.
Para o professor, é preciso pensar o esporte como uma política de prioridade: “devemos pensar o esporte e o lazer como se pensa e se debate a moradia, saúde, segurança, transporte e alimentação dentro do campus”. Embora constem no plano gestor (2014/2017) ações estratégicas, como “promover programas de cultura, política, esportes e lazer em espaços de convivência nos diferentes campi”, o cenário ainda está aquém do ideal.