Nicoli Saft – nicoli_x3@hotmail.com
Maria Helena – ninaspaniak@gmail.com
Provas, congressos, grupos de pesquisa, trabalhos, estágios, palestras, projetos; a formação acadêmica geralmente está associada a esses elementos, porém, outras experiências proporcionam aos estudantes desenvolvimento e acréscimo de conhecimento que vai além dos muros das universidades. Viajar para outros países é uma dessas opções.
O intercâmbio acadêmico ou cultural é uma das formas de conciliar o desejo de viajar com a graduação. A Secretaria de Apoio Internacional (SAI) é o setor que auxilia a reitoria em questões internacionais, e é também o órgão responsável pelos intercâmbios na UFSM. A secretária executiva da SAI, Eliane Cristina Amaretti, explica que são três as principais formas de se fazer intercâmbio através da universidade, pelo programa da AUGM (Asociasón de Universidades Grupo Montevidéu), pelo Ciências sem Fronteiras ou então por convênios entre a UFSM e universidades estrangeiras.
Através de um desses convênios, o acadêmico de Educação Fisíca, Eduardo Fantinel estudou o primeiro semestre de 2013 em Portugal, na Universidade do Porto (UP). Sobre a experiência, Eduardo afirma “ O intercâmbio fez com que eu atrasasse um semestre a minha formatura em Educação Física, mas a vivência foi fundamental para o currículo profissional e gratificação pessoal. A importância de fazer intercâmbio é enorme, mesmo que seja para um país de mesma língua, para conhecer outras metodologias de ensino e, principalmente, conhecer melhor o mundo e enriquecer como pessoa”.
A UFSM abre editais sempre que alguma universidade conveniada faz contato para informar vagas. Caso o estudante queira fazer intercâmbio e não há editais abertos, ele pode pesquisar quais convênios existem entre as universidades e solicitar à SAI para fazer a mediação entre eles. O passo a passo para esse procedimento pode ser consultado em: http://w3.ufsm.br/sai/ .
O graduado em Educação Física Gustavo Baretieri realizou seu intercâmbio de maneira autônoma. Conheceu o vice-reitor da Universidade do Porto em uma viagem a Moçambique, conversaram, então, sobre a possibilidade de o estudante realizar um intercâmbio acadêmico na cidade do Porto. Na época, a UFSM não possuía convênio com a faculdade de Educação Física da UP, entretanto, esse foi criado para Gustavo poder realizar sua viagem. Para ele, o intercâmbio “é uma nova maneira de ver o mundo, é um jeito de ser criança novamente; vislumbrar um horizonte novo, uma ideia nova, coisas novas o tempo inteiro”.
Eliane comenta que a busca e o interesse do estudante é essencial para a sua independência e desenvolvimento, uma vez que o mesmo deve buscar diversas informações sobre a sua viagem tendo sempre a SAI como apoio.
Porém, muitos estudantes tem queixas relativas aos aspectos acadêmicos de sua viagem. É o caso do estudante de História e graduado em Comunicação Social – Jornalismo, Guilherme Porto, relata que sentiu um desamparo e também falta de informações por parte da UFSM durante a preparação do seu intercâmbio para Portugal. A falta de informações quanto à matrícula e escolha de disciplinas foi, para Guilherme, o fator determinante para que ele não aproveitasse academicamente a viagem, o que torna a sua experiência válida somente pela bagagem cultural e vivência pessoal.
Outra complicação que pode surgir é a diferença de métodos de ensino das universidades estrangeiras com os da UFSM, o que faz com que o aluno não aproveite plenamente seus estudos no exterior. Quanto a essa questão, a estudante do 10º semestre de Direito, Rafaela da Cruz Mello, declara “Todavia, no âmbito acadêmico, não posso dizer que tive grandes aprendizados. Cursei duas cadeiras: Direito Internacional Público (Graduação em Direito) e Filosofia Política (Mestrado em Direito) e, tirando o fato de tê-las aproveitado como DCG [Disciplinas Complementares de Graduação] para o meu curso na UFSM, em nada pude fazer uso das disciplinas no meu curso, em razão de o ensino do Direito de Bolonha, ao menos na UP, ser mais dogmático enquanto o da UFSM, a meu ver, tem um viés mais crítico”.
Existem ainda intercâmbios não vinculados com a universidade, que podem ser feitos inclusive nos períodos de férias. A servidora pública Débora Flores Dalla Pozza fez sua viagem para o México através da Aiesec uma plataforma internacional de desenvolvimento pessoal que realiza intercâmbios, além de outras atividades. Mesmo sem ter a sua viagem vinculada com a graduação, Débora afirma que a experiência de viver em outro país é algo que marca e modifica a vida de uma pessoa, principalmente pelo intenso contato com outras culturas. A experiência afeta tanto o âmbito da graduação, ao abrir novos caminhos e oportunidades, quanto o de desenvolvimento pessoal ao proporcionar autoconhecimento e gratificação para o intercambista.TXT