O “rock rural” do professor Clayton Hillig é uma mistura das próprias ideologias. Diferente do normal, ou melhor: quer ser uma fala esquisita e uma ideia imprevista.
Francielli Campestrini – fracampestrini@yahoo.com.br
Clayton Hillig está longe de ser aquele professor padrão de uma universidade. Com estilo autêntico, voz grave e linguagem diferente, o veterinário – ou ex-veterinário, como ele mesmo se denota – é dedicado à extensão rural e ao Rock and Roll.
Nascido no dia 16 de fevereiro de 1966, em Porto Alegre, em uma família de cinco irmãos, o professor Clayton dedica o seu tempo à chefia do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), às aulas para a graduação e projetos que coordena nas escolas do meio rural. Pai de quatro filhos, Clayton veio para Santa Maria, em 1982, junto com seus pais, e no ano de 1984 ingressou no curso de Medicina Veterinária da UFSM.
Depois de formado, foi trabalhar em outras cidades, e em uma de suas andanças, ao questionar-se sobre a profissão, descobriu sua importância para a sociedade. Em 1993, ingressou no mestrado em Extensão Rural pela UFSM. Nesse mesmo ano, ministrou a primeira aula e não esquece o nome da disciplina jamais: “Estrutura Agrária e Concentração Fundiária Veterinária” a pedido do Professor Almeida. Desde então, apaixonou-se pela licenciatura.
No ano de 1995, se tornou professor adjunto da Extensão Rural e, em 1998, ingressou no Doutorado em Sociologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Após a conclusão do Doutorado, tornou-se professor efetivo da UFSM.
Para o filho da dona Loni e de seu Elemar, os dias dentro da sala de aula não são fáceis, mas afirma que são gratificantes. “Todos os dias acontecem desafios dentro de uma sala de aula, é muito difícil fazer uma pessoa se sensibilizar com o seu semelhante, existem alunos que não buscam desafios, que se acomodam”.
Para o professor a maior satisfação é a extensão, pois poder sair de dentro da
Universidade e conviver com as pessoas é gratificante. Ele ainda garante que o principal papel da UFSM é servir a nossa região, ao povo e promover o desenvolvimento. Segundo
Clayton, infelizmente a nossa instituição é elitizada, por mais que as políticas públicas existam dentro da UFSM. Clayton acredita numa Extensão Rural preocupada com o ambiente, que trabalha para o crescimento da agroecologia e uma agricultura familiar forte.
Um de seus maiores orgulhos é o Programa Arquitetos do Saber, projeto que realiza atividades de cidadania, agroecologia, educação especial e ambiental em escolas do meio rural, principalmente da cidade de Cachoeira do Sul. A formação de professores do estado e do município também faz parte do currículo do professor.
O ROCK
Desde pequeno, quando escutava em casa os discos compactos do pai, Clayton se tornou um apaixonado pela música. Ele acredita no poder transformador dela, que gera compaixão e afetividade. “A música luta por mudanças, é a energia transformadora da sociedade”. O professor é, há oito anos, vocalista da banda “Casaco Marrom”. Garante que não cobram cachês, e é só disponibilizar equipamento de som para os instrumentos que o “som rola numa boa”. Diz ainda que, se a sua vida tivesse uma trilha sonora, seria a música Hair, pois ela passa a mensagem do amor livre e sempre o deixou mais próximo da ecologia.
O bon vivant Clayton não sabe se definir, mas fala como gostaria de ser: “Estranho ao que a sociedade é capaz de produzir, ser diverso, inusitado e estranho aos outros.” Não resta dúvida alguma que o professor é uma pessoa revolucionária em suas ideias e à frente do seu tempo.
Bastidores da .txt
Formado em Medicina Veterinária Clayton é um apaixonado pela licenciatura e o Rock.
Realizado na Extensão Rural, o professor Clayton me contou dos sonhos que tem, e dos projetos que comanda na Universidade. Dedicado à vida acadêmica, ele é uma pessoa que ama a ecologia e sempre gosta de estar perto da natureza.
Ele empresta sua voz há oito anos para a banda “Casaco Marron”, onde canta clássicos do Rock com seus parceiros. Em nossa conversa ele contou da sua família, falou de seus pais e dos quatros filhos homens que tem, disse que ainda pretende ter a filha tão sonhada.txt