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Soldados do futebol americano



Barbara Pesamosca – barbarapesamosca@hotmail.com
Rodrigo Thiel – rodthielmendonca@gmail.com

Em meados de 2006, quatro amigos batiam bola no parque Itaimbé durante as folgas do colégio e do cursinho pré-vestibular. Como qualquer outro grupo de amigos, eles só procuravam lazer e diversão. Essa seria uma história comum, não fosse o fato de a bola não ser redonda, mas oval. O fato culminou na criação de um dos maiores clubes de futebol americano do Brasil, o Santa Maria Soldiers.

Iniciar em um esporte que possui pouca visibilidade no país não é tarefa fácil. Segundo Douglas Rodrigues dos Santos, quarterback do Soldiers, principal função do time de ataque (no futebol americano há um time de ataque e outro de defesa), e um dos quatro amigos fundadores da equipe, o que mais se busca é o reconhecimento e a tentativa de derrubar a barreira do preconceito com o esporte erroneamente dito como violento. Além do estereótipo de violência, no início, o clube também sofria com a falta de apoio financeiro, tendo eles mesmos que financiar seus uniformes, equipamentos de segurança e também as viagens para as competições.

Com organização, dedicação e força de vontade, o Soldiers superou todas as adversidades e buscou o crescimento. Hoje, além da venda de camisetas e adereços, o time conta com o patrocínio de uma escola de idiomas. Assim, o único empecilho para um bom desempenho seria a conciliação da vida acadêmica/profissional com a rotina de um time. Mas, tanto Vinícius Zanon, defensive end (jogador do time de defesa), quanto Douglas dos Santos acham que “se tu fazes o que tu gosta, sempre dá tempo para fazer outras coisas e conseguir conciliar”.

Zanon conciliou tão bem que foi convocado para integrar a seleção brasileira de futebol americano. Ele acredita que sua convocação fará a equipe crescer e ganhar visibilidade e que “o fato de jogar bem e estar na seleção é apenas um detalhe, pois o importante é o crescimento da equipe como um todo e fazer com que a população santamariense apoie e torça pelo time”.

Campeão gaúcho em 2011 e criado com base em sonhos de meninos apaixonados pelo esporte da bola oval, o Soldiers consegue se autossustentar. Atualmente, disputa o Campeonato Gaúcho de Futebol Americano e, a partir do segundo semestre deste ano, vai participar do Campeonato Brasileiro. A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) vai emprestar o campo do Centro de Educação Física e Desportos (Cefd) para a disputa do campeonato nacional.

Apoio da UFSM

Além de ceder o campo para os campeonatos, a UFSM auxilia os atletas em viagens e estadias. No momento, segundo o professor e diretor do Cefd, Marco Aurélio de Figueiredo Acosta, o Centro e o Gabinete do reitor ajudam o time de futebol americano, as equipes de futebol de campo que participam de torneios citadinos, como a Copa A Razão, e a um atleta de judô.

Mas o apoio da UFSM ao Santa Maria Soldiers, que neste ano conseguiram parceria com o Cefd para jogar o campeonato brasileiro no campo da UFSM, não foi nada fácil. Além de ser apenas para o torneio nacional, a liberação do campo só vale para os dias de jogos em que não há previsão de chuva, pois a prática do esporte pode estragar o gramado e a preferência da cessão do estádio é para os times de futebol amador.

Mudanças e resultados

Em 2009, dois anos após sua fundação, o clube trocou de nome. Os fundadores da equipe decidiram trocar o nome do time, que antes se chamava Santa Maria White Horses, visto que o contingente militar na cidade é muito grande como também o número de quartéis. Com a mudança de nome vieram os primeiros pontos, marcado pelo quarterback Douglas, o primeiro touchdown, pelo wide receiver Lucas Zanon, e a primeira vitória, contra o Panambi Diamonds.

Várias vitórias históricas como essa se repetiram ao longo dos anos. Algumas triunfais, como as sobre o Porto Alegre Bulls que deram o título gaúcho de 2011 ao time do coração do estado, e outras mais emocionantes, dramáticas, vencidas nos últimos segundos, como a do ultimo dia 18 de maio, sobre o Porto Alegre Pumpkins, provando que dois segundos separam a glória e o fracasso, a vitória e a derrota, um batalhão de soldados e algumas abóboras.

Bastidores da .txt

Esta matéria nos levou muito mais do que simplesmente conhecer um esporte visto como violento pelos olhos cegos dos leigos que se dizem detentores da verdade plena e absoluta, mas sim apaixonarmos pela técnica, qualidade e valores como jogo de equipe e respeito ao próximo, seja ele companheiro ou adversário, que o futebol americano nos ensina. O Santa Maria Soldiers seguirá sua caminhada em busca de vitórias e títulos gloriosos enquanto nós, singelos acadêmicos do curso de jornalismo, seguiremos a nossa, apurando informações e redigindo matérias como essa e muitas outras que virão pela frente, como, por exemplo, as da próxima .txt

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