Olívia Scarpari – oliviascarpari@hotmail.com
Mathias Rodrigues – mathiasrbotelho@hotmail.com
Dizem que ouvir conversas de terceiros é falta de educação. Não é para um jornalista. Foi justamente de uma conversa assim, aleatória, que surgiu a pauta sobre o atendimento de emergência dentro do campus da UFSM. Durante uma entrevista para o site Infocampus a recepcionista do prédio da Reitoria atendeu ao telefone e começou a comentar um caso de um homem que havia precisado de atendimento na UFSM. O HUSM não ajudaria nesses casos, se entendeu da conversa. Surgiu uma pauta.
Será que o HUSM realmente não atendia emergências dentro da universidade? Isso não seria uma ironia? Com o começo da apuração se percebeu o quanto há de desconhecimento sobre o tema. Poucas pessoas realmente sabiam quais as tarefas e práticas dos hospitais e assemelhados. Realizaram-se diversas entrevistas, e a cada opinião parecia necessário procurar uma outra resposta, de outra fonte.
Durante duas semanas corremos pela UFSM. Entrevistamos três seguranças do HUSM, uma enfermeira, o motorista do HUSM e a encarregada do transporte, o vice-diretor do hospital, o vice-prefeito, além do aluno que não havia recebido atendimento e do diretor do Colégio Politécnico. Foram muitas vozes e ainda assim a reportagem não chegou exatamente à estrutura do problema, que é o problema nos atendimentos na saúde pública de todo o Brasil.
Apesar do pouco tempo e da complexidade da pauta a reportagem saiu completa. Conseguiu contar a história da queda de Francisco, que ainda não era de conhecimento da comunidade acadêmica, e explicar como funciona o atendimento de emergência dentro do campus da UFSM. Escutar conversas de terceiros, além de não ser falta de educação, é tarefa dos jornalistas que estão atrás de novas reportagens.