O principal propósito pedagógico da revista é formar editores com competências para a gestão de periódicos científicos, capacitar os acadêmicos do curso de Comunicação Social – Produção Editorial para a prática na construção de uma revista, sendo responsáveis pelas etapas da criação, desde sua fase inicial de produção até a fase de publicação e distribuição.
Com isso, a cada semestre a equipe editorial é formada pelas turmas da disciplina “Projeto Experimental em Revistas Científicas” e “Publicações Científicas”, ministradas pela professora Cláudia Bomfá.
Para apresentar uma perspectiva sobre como funciona esse projeto para os acadêmicos, a revista O QI resolveu trazer um pouco das experiências de dois ex-alunos, mostrando como ela pode impactar na vida acadêmica e profissional dos estudantes do curso. O primeiro entrevistado foi o Jean Silveira Rossi, atualmente professor substituto do departamento de ciências da comunicação, ele se formou no ano de 2018 e participou da 7° edição da revista. O segundo participante foi o Maurício de Souza Fanfa, Produtor Editorial, formado no ano de 2016 e participou da 2° edição da revista, atualmente é professor substituto do departamento de ciências da comunicação.Jean conta que seu primeiro contato com a revista foi bem calmo, apesar de ouvir relatos bem caóticos sobre outros discentes que participaram da produção e preparação da revista. Todos já estavam divididos em seus respectivos setores quando iniciaram os trabalhos, tendo então uma experiência bem interessante e descontraída. Sendo sua função a parte de projeto gráfico, diagramação da revista e o fechamento da parte gráfica, agregando também em seu âmbito profissional pois foi de grande importância sua participação. Antes de realizar esse trabalho, o professor já tinha contato com a diagramação e revisão no colégio politécnico, ao qual trabalhou como diagramador e em um antigo Pré-vestibular de Santa Maria, contribuindo para sua escolha de fazer parte do projeto gráfico na revista, posteriormente se candidatando para uma vaga de assistente de produção editorial, na qual a revista foi de suma importância por fazer parte de seu currículo e portfólio.
Rossi relata que essa experiência é muito importante para um conhecimento do mundo científico e das publicações científicas, sendo essa uma área de inserção interessante do curso. Também é um setor com amplas oportunidades no mercado de trabalho, possuindo muitas vagas para editores de publicações científicas e membros do corpo editorial e até mesmo caso queiram ser professores é necessário esse conhecimento. As disciplinas de Publicações Científicas e Projeto Experimental em Revistas Científicas ajudam a entender como é todo o processo editorial nesse ramo.
Conta que, se não tivesse feito parte do projeto gráfico, provavelmente teria optado pela revisão textual do projeto, pois também é uma área que chamou sua atenção. O segundo entrevistado, Maurício Fanfa, também relata como foi sua experiência com a O QI
“Quando fiz parte desse projeto estava na graduação, participei da segunda edição que teve início no ano de 2013. Foi muito interessante porque vimos a revista praticamente sendo criada, assistimos com bastante empolgação ela surgindo e sabendo que eventualmente iríamos fazer parte desse projeto. Havia acabado de adquirir minha primeira câmera e uma das atividades que fiquei de realizar foi a cobertura fotográfica da feira do livro, fazendo também uma reportagem mais abrangente sobre o tema.
Entrevistamos livreiros e conversamos sobre os lançamentos de livros que estavam nas prateleiras, essa foi uma tarefa bem legal, lembro com carinho porque foi uma das primeiras experiências que tive tanto com a fotografia e com a produção de conteúdos. A O QI nos permitiu sair mais em campo para fazer os trabalhos, saindo mais do “escritório” que eram as atividades feitas e praticadas em sala de aula. Também foi uma das primeiras vezes no curso que lidamos com submissões de textos, lembro-me de lidar com autores submetendo, contribuir na divulgação do processo de seleção de textos e de pareceres, lidando com os pareceres iniciais e técnicos dos textos, depois procurando pareceristas e trabalhando com as revisões dos textos que tinham sido submetidos. Foi uma das primeiras experiências que tive que lidar com material que ia ser de outra pessoa e com o texto que seria impresso. A área que me aprofundei nessa edição foi a de revisões dos textos submetidos pelos autores, a seleção dos textos, a matéria sobre a feira do livro, a cobertura fotográfica e algumas entrevistas.”
Uma de nossas perguntas mais pertinentes foi sobre como essa experiência ajuda no mercado de trabalho e segundo nosso entrevistado: “um dos primeiros trabalhos que fui atrás após terminar a faculdade, foi com a fotógrafa e a O QI fez parte do meu portfólio, juntamente com outros trabalhos feitos durante o curso, todos eles com bastante destaque. A seleção de textos também entrou com uma das habilidades que eu sabia, ainda que eu não tenha usado isso no trabalho.
Saindo da faculdade a O QI também foi a minha primeira publicação, com artigos científicos, ou seja, ele me ajudou duas vezes profissionalmente, a primeira quando eu produzi e a segunda quando eu fui um autor publicando. E aí eu fui criando o meu portfólio científico a partir da O QI também. Fora que meu primeiro trabalho como parecerista foi na revista também, foi uma experiência bem legal.
A área a qual mais me identifiquei, a fotografia, mas tenho um enorme apreço na parte científica também, gosto de lidar com pareceres, revisão e correção pois é algo que me dou muito bem.
Finalizamos a entrevista pedindo um diagnóstico da revista “como ex alunos eu acho que a O QI é umas das poucas oportunidades que tive de lidar com submissão de autores e a experiência de lidar com autores e colocar outros de fora, criar critérios de selecionar os textos foi uma experiência muito boa, é super importante para a formação da disciplina que convém com a minha primeira disciplina ministrada que envolve a correção e revisão de textos produzidos por alunos e acredito que é um trabalho que deve ser muito mais valorizado.
Toda essa pré-produção onde você monta uma revista e escolhe o tema devem ser aumentadas e enfatizadas com muitas melhorias, um dos pontos positivos se dá pelo motivo que é uma revista que recebe textos de autores não graduados, ou recém graduados, o que é uma coisa muito boa, por ser uma das poucas revistas na comunicação que contém este critério e que ainda são consideradas revistas científicas. Um ponto negativo é que por vezes acaba tendo uma grande divulgação por dentro do curso e falha na divulgação além dele. Uma sugestão que deixo é uma análise para que investiguem de onde vem estes textos, cidades, estados, cursos, universidades, pois demonstra uma possibilidade e espaço para crescer, contudo, não acredito que deva ficar ainda mais rigoroso o acesso a publicar na revista, mas sim no crescimento de números de edições ou até mesmo no tamanho da edição, principalmente para pessoas que estão terminando a graduação ou entrando na pós graduação consigam publicar, por fim acredito que o crescimento da O QI como divulgação é algo merecido.”
Esperamos que após a leitura tenhamos dado uma nova perspectiva sobre a importância da revista na vida acadêmica e profissional do graduando de comunicação.