Na 11ª edição da Revista O QI, a equipe gráfica explorou conceitos e impactos do design e do audiovisual, ao mesmo tempo em que trabalhou a própria experimentação da revista em sua materialidade. A partir disso, buscou-se no conceito uma estética de zine, assim como a aproximação ao anti-design, que seria a utilização em excesso de imagens, tipografia e demais elementos gráficos, mesclando com o uso da risografia.
Para ficar mais claro, cada conceito será explorado mais profundamente a seguir:
O primeiro conceito é o zine, que se refere tanto às produções de fãs de alguma cultura em específico, como também publicações independentes, que se valem de recursos como impressão em máquinas de uso diário, desenhos e escritos feitos à mão, e conteúdo quase sempre autoral. Na revista, esta estética é observada em aspectos como a tipografia criada pelos próprios alunos e demais intervenções feitas por meio de escritos à mão.
Como segundo conceito aplicado vem a risografia, técnica de impressão de baixo custo desenvolvida como evolução do mimeógrafo pela empresa japonesa Riso Kagaku Corporation, que se traduz num tipo de impressão que transfere a tinta do tambor rotativo através de um stencil. O nome risografia foi originado da máquina Risograph. Nos resultados impressos, as cores são próprias e vibrantes, com texturas obtidas a partir da tinta absorvida pelo papel, que conferem aos trabalhos artísticos uma aparência composta por manchas, nuances, camadas de cores e sobreposições por conta da impressão de uma cor de cada vez, sobrepondo as várias cores impressas.
Durante a utilização da técnica de risografia, um dos pontos mais positivos é a autonomia para a produção e as possibilidades de experimentação. Isso entra em acordo com o propósito da revista de que a experimentação será explorada a partir da combinação de cores CMYK no estilo risográfico, as sobrepondo para gerar outros efeitos e outras cores.
Como terceiro, mas não menos importante, o conceito de anti-design, originário da Itália, por volta da década de 60 como movimento de contracultura em relação aos ideais do Modernismo da época. O anti-design acredita no que é experimental, sendo contrário à estagnação do design, puxando limites e expectativas ao extremo. Ou seja, não possui barreiras no que se refere à criação de uma estética fora do padrão. O conceito orienta os demais aspectos visuais aplicados à visualidade da revista.
Assim, juntando os três conceitos citados acima, criar-se-á uma identidade visual que transmite a sensação de experimentação, como a reunião de várias ideias para chegar a um produto final.
E assim, nasce a 11ª edição da O QI!