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“Prontos para meter um golaço”

O impacto do futsal na vida das crianças frederiquenses



De 28 de setembro a 23 de novembro de 2024, em Frederico Westphalen, aconteceram as classificatórias do Municipalito de Futsal. Criado em 1999 pela Secretaria de Esportes, Juventude e Lazer do município, o evento envolve crianças entre 5 e 16 anos de idade e tem investimento da Prefeitura, através da Secretaria de Esportes. De 13 de abril até 17 de novembro de 2024, aconteceram os jogos das categorias de base da Liga Gaúcha de Futsal, que ocorreram em cidades de todo o estado do Rio Grande do Sul (RS). O investimento é feito pelos 160 clubes filiados à Liga, que inscrevem suas equipes no campeonato.

Ambos os campeonatos, o Municipalito e o Gauchão, contribuem para a prática de esportes realizada pelas crianças frederiquenses.

Itapajé contra Asif, no Gauchão 2024 | Foto: Larissa da Costa

O primeiro objetivo do Municipalito era o de ser um evento competitivo entre as equipes de Frederico. Mas, em 2023, a Secretaria transformou a competição em uma atividade de caráter apenas recreativo. Segundo Renato Kreitmeier, secretário da pasta de Esportes, Juventude e Lazer do município, essa mudança foi realizada porque, quando os jogos eram competitivos, acontecia de os professores colocarem apenas os melhores alunos para jogar, deixando de fora da competição as crianças que tinham um rendimento menor. Agora, tanto os que ganham os jogos quanto os que perdem, recebem a mesma medalha. “São para as crianças participarem das atividades, do futsal, sem ter competição, que seja para elas se divertirem, brincarem e fazerem uma atividade física que elas possam gostar e criar amor pelo esporte”, diz Kreitmeier. O secretário conta que cerca de 900 crianças de escolas do município participam das atuais partidas do Municipalito.

Já as partidas do Gauchão são realizadas por times de base de todo o estado do Rio Grande do Sul, nos quais as crianças são treinadas com o objetivo de futuramente jogarem no time principal dos clubes profissionais. O campeonato é profissional, com árbitros da Federação Gaúcha de Futebol de Salão e funciona por meio de fases, nas quais os times das cidades participantes se enfrentam em jogos divididos por categorias. Nesse tipo de jogo, as crianças são escolhidas a dedo pelas escolinhas, e a cobrança é maior do que em uma atividade recreativa, como o Municipalito.

SAÚDE E FUTSAL

Estar em quadra é um benefício para os pequenos, porque eles exercem a socialização com outras crianças, trocam experiências e mantêm seus corpos saudáveis enquanto se divertem. Tudo isso longe das telinhas. Franciel Soso, treinador da Escolinha do Itapajé, pontua que não acha saudável uma criança estar parada, dependente de um celular, televisão ou videogame. Para o treinador, quanto mais uma criança praticar esportes, brincar na rua e jogar bola, mais rápido ela se desenvolve. “O esporte proporciona muito mais coisas do que ficar na frente de um celular”, diz.

O esporte serve também para desenvolver as habilidades da criançada. As atividades auxiliam na coordenação motora, na identificação de cores e trabalham a motricidade e a lateralidade. Além disso, ensinam sobre a parte técnica do futsal, como o passe, o domínio de bola e o entendimento dos conceitos de vitória e derrota.

A prática de esportes como o futsal colabora ainda com o desenvolvimento de crianças com transtornos ou déficits. Franciel comenta que um de seus alunos, uma criança com autismo, obteve uma melhora significativa no seu envolvimento social, individual e esportivo. “No último jogo do Municipalito, nós ganhamos de 1 a 0, e ele jogou de zagueiro fixo. Ele dominava a bola, passava para o colega, desarmava o adversário. Foi uma evolução que surpreendeu a gente. Por isso que eu digo, todo esse trabalho é a longo prazo”, relata.

Posse de bola do time de futsal Itapagé | Foto: Larissa da Costa

A mudança não se aplica somente à questão física, mas à emocional. Kreitmeier trabalhou com as dez escolas do município e conta que uma atitude considerada pequena pode fazer muita diferença na vida das crianças. Ele relembra: “Em uma das escolas, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Falcon, as crianças são muito carentes, e eu lembro até hoje que, no primeiro Municipalito que eles foram participar, nós treinamos com eles e eu arrumei um par de tênis para cada um, mas eles não sabiam. No primeiro jogo, quando abri o porta-malas do carro, dei um par para cada um. Nunca vi os olhos das crianças brilharem daquele jeito, sabe? Foi o que me marcou”.

Além do Municipalito, a cidade agora conta com a primeira instituição municipal de treino de futsal infantil, criada em 2021. A Escolinha Primeiro Passe é gratuita e treina, atualmente, cerca de 200 crianças de ambos os sexos. O objetivo é incentivá-las a não abandonarem os estudos, pois, a cada trimestre, devem apresentar o boletim escolar ao treinador da equipe, que fica responsável por monitorar o bom desempenho na escola. Se as notas de um dos estudantes não alcançarem a média de sua escola, o treinador pode desligar o aluno da escolinha.

DAS CATEGORIAS DE BASE AO PROFISSIONAL

Gabriel Busanello é um dos jogadores de destaque que passaram pelos times de base do Municipalito. O lateral-esquerdo formado pelo União Frederiquense joga, atualmente, pela equipe de futsal sueca Malmö Fotbollförening. Matheus Buzatto também passou pelos times infantis e teve atuação como atacante no União Frederiquense. Além deles, passaram pelas equipes de base Douglinhas Fortes, que jogou como atacante, e Lukinhas, que atuou na posição de ala, ambos pelo time do Guarani.

Hoje, esses atletas são inspiração para os jogadores mirins. “O Lukinhas jogava no Guarani e é por isso que eu comecei a jogar futsal, até o número da minha camiseta é igual ao dele”, diz Lucas, camisa 11 e capitão do time de futsal do Itapajé.

Texto escrito por Larissa da Costa e Lizian dos Santos

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