Desenvolvida pela Secretaria de Coordenação e Planejamento de Frederico Westphalen (SePlan), uma Praça Pet está em funcionamento na cidade, oferecendo um espaço destinado a animais de estimação e tutores.
A obra faz parte da revitalização da Praça da Fonte, localizada nas proximidades do supermercado Cotrifred, na rua Maurício Cardoso, no centro de Frederico. Segundo o arquiteto Guilherme Busatto Mello, responsável pela obra, “o objetivo é um espaço de integração para animais de estimação em ambiente urbano, especialmente voltado para aqueles que vivem em apartamentos ou em residências sem pátio, proporcionando uma área de lazer”.
Em conjunto com a obra, foi realizada a remoção de uma antiga escada que cruzava o espaço, agora transformado em uma ampla área gramada. Foram instalados bancos de madeira, para o descanso dos tutores, e brinquedos, como uma rampa e um escorregador, para a diversão dos pets. Além disso, foram colocados postes de iluminação, garantindo que o local seja acessível em diferentes horários do dia.
A praça conta também com bebedouros para os animais, placas de comunicação visual, um espaço com blocos intertravados e um nicho de areia, oferecendo uma estrutura completa para o lazer dos pets.
O investimento total na obra foi de R$79.391,56, provenientes de recursos próprios do município. Conforme o cronograma da SePlan, a obra teve início em junho e foi entregue no mês de novembro.
A praça não funcionará como abrigo para animais de rua. “Não é esse o propósito da praça. O foco está na interação entre os pets que já têm tutores e seus donos no ambiente urbano”, destaca Guilherme.
Assim, a cidade oferece uma ferramenta para a qualidade de vida de quem vive em espaços reduzidos e precisa de um local seguro e amplo para seus animais. “A praça é incrível, os bichinhos gastam toda a energia e estresse por ficarem trancados a maioria do tempo em apartamentos, tem brinquedos, grama, é ótimo”, diz Sidi Vargas durante passeio com sua cachorra Amora.
A nova Praça Pet de Frederico Westphalen é projetada principalmente para cães, é a primeira da cidade e, segundo o responsável pelo projeto, Guilherme Busatto, “também é a única na região”. Embora o espaço tenha sido planejado prioritariamente para cães devido à natureza sociável desses animais, a praça está aberta para outros tipos de animais de estimação. Busatto observa, no entanto, que é raro ver gatos em ambientes como este. Caso algum tutor deseje levar um animal de outra espécie, como gatos, coelhos ou outros animais domésticos, a responsabilidade recai sobre o próprio tutor, que deve estar ciente dos possíveis riscos e da reação ao contato com outros animais.
NOVAS ESTRUTURAS FAMILIARES
Em 2018, o Brasil tinha aproximadamente 35,5 milhões de crianças de até 12 anos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínuos (PNAD Contínua) do IBGE. Na mesma época, o número de animais de estimação no país foi significativamente maior, alcançando 139,3 milhões, conforme levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Esses dados refletem a forte presença de animais de estimação nos lares brasileiros, uma manifestação que movimenta diversos setores da economia e impacta o estilo de vida das famílias.
Os pets têm ganhado cada vez mais espaço dentro do ambiente familiar. Vem crescendo o número de famílias multiespécie, que é o termo utilizado para famílias que são compostas por humanos e animais de estimação.
No passado, os pets eram criados para ficarem somente no quintal, sem acesso à casa. Agora, pets têm cama, banho, brinquedos de pelúcia, perfume, shampoo e, até mesmo, um espaço para lazer.
A nova organização da sociedade tem incentivado famílias a adotarem cães e gatos na forma de “filhos”. Questionada sobre essa relação, a Associação Melhores Amigos dos Animais (AMAA), de Frederico Westphalen, salienta: “Respeitadas as peculiaridades de cada espécie, é muito benéfico que cães e gatos sejam tratados como filhos. Se tem amor de verdade, é família. E essa relação é boa para os animais, que têm suas necessidades supridas, como para humanos, que têm diversos benefícios de saúde ao conviverem, de perto, com animais de estimação”.
Atualmente, não há legislação que trate da guarda de animais domésticos no Brasil. Mas foi protocolado, no dia 12 de abril, na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 1806, de 2023, que pede que os pets sejam tratados como filhos, em caso de separação dos tutores.
COMPANHEIRISMO
Em conjunto com o avanço da urbanização e o aumento das famílias multiespécie, os tutores enfrentam o desafio de oferecer estímulos adequados aos cães em ambientes urbanos, além de manter sua conexão com a natureza. Superfícies como grama e areia, além de atividades que atendam aos instintos naturais dos animais, são fundamentais para evitar problemas como ansiedade e estresse nos bichinhos.
Cássia Ulbrik, é tutora de Pretinha, uma “salsicha” de quatro anos que entrou de forma inesperada em sua vida e, rapidamente, se tornou sua melhor amiga e companheira inseparável. Apaixonada por animais desde sempre, Cássia conta que foi Pretinha quem a escolheu primeiro, aparecendo em sua vida ainda filhote, após ser rejeitada por outras pessoas. “Digo sempre que foi ela que me escolheu. Quando a conheci, sabia que seria minha”, relembra Cássia, destacando o laço imediato e intenso que se formou entre as duas.
MANUTENÇÃO É NECESSÁRIA
Pretinha costuma frequentar a praça, o que exige atenção especial com parasitas, como pulgas e carrapatos, comuns em áreas públicas. Cássia também aponta a necessidade de um controle mais rigoroso de limpeza por parte da prefeitura, já que frequentemente encontra lixo e dejetos de outros animais no local, o que afeta a segurança e o bem-estar de Pretinha e de outros pets.
Antes mesmo de as obras estarem concluídas, a praça já vinha sendo frequentada e, agora, se tornou um ponto de encontro para animais de estimação e tutores, promovendo momentos de lazer e integração entre as famílias multiespécie frederiquenses.
Texto escrito por Ana Julia da Fontoura e Vanessa Onci