A realidade da agricultura familiar na região do Médio Alto Uruguai
Giovana Zago, Julia Pattoli e Lívia Teixeira
Passam pelas mãos dos pequenos produtores rurais grande parte dos alimentos que preenchem o mercado interno brasileiro. Segundo o Censo Agropecuário de 2017, a atividade envolve, aproximadamente, 4,4 milhões de famílias e é responsável por gerar renda para 70% da população que atua no campo.
A agricultura familiar se volta à produção de diferentes tipos de cultura, e acontece em pequenas propriedades de terra e se destina, além da venda dentro do território nacional, para a subsistência do produtor rural. Com um cuidado maior com o solo e o ecossistema, esse manejo atua com a mão de obra das próprias famílias, empregando-as na administração de seus negócios.
Nesse sentido, o Rio Grande do Sul é uma área de referência quando se trata de agricultura familiar, que vem se desenvolvendo em terras gaúchas desde a chegada dos imigrantes europeus, em 1924. O estado é o quarto maior no ranking do IBGE em número de estabelecimentos agropecuários, especialmente na região noroeste que concentra o maior número de pessoas ocupadas com esse tipo de produção.
Entretanto, esse setor sofre perdas cada vez maiores com o passar dos anos. Desde 2019, as mudanças climáticas têm feito a agricultura de todo o Rio Grande do Sul passar por grandes desafios. A falta de água tem sido um fator predominante nesse período, onde quase 400 cidades gaúchas decretaram situação de emergência. Da mesma forma, as perdas severas nas plantações durante a estiagem e o impacto negativo na criação de animais, combinaram-se com o forte frio que se sucedeu no inverno de 2021, e as dificuldades para os produtores se tornaram ainda maiores.
Para sabermos mais sobre o dia a dia dos produtores, desde formas de produção até adversidades enfrentadas em virtude do clima, visitamos, na região gaúcha do Médio Alto Uruguai, uma propriedade rural que trabalha com agricultura familiar e também o sistema agroflorestal localizado na APAE Frederico Westphalen.