Ir para o conteúdo Revista Meio Mundo Ir para o menu Revista Meio Mundo Ir para a busca no site Revista Meio Mundo Ir para o rodapé Revista Meio Mundo
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Mudanças no mercado alteram o trabalho de jornalistas e outros profissionais



Como a atividade de social media vem impactando o cotidiano de profissionais da comunicação

Bruna Lopes

Frederico Westphalen

Enquanto graduanda e, atualmente, estagiando como Assistente de Marketing, ou melhor, Social Media, me encontro no dilema profissional que seria: quando irei de fato atuar na minha área? Ah meu caro leitor, essa pergunta eu me faço já têm três meses (duração de meu conflito interno) e não acho respostas para tal. Desse modo, ao propor esta reportagem e após ter sugestões amigáveis em olhar para minha própria situação, pensei sobre como este problema não é somente meu, e sim, de uma grande parcela.

A explosão da internet e o surgimento das redes sociais nos fizeram modificar o que pensamos sobre trabalho, suas formas e até extinguir algumas profissões. E este é o caso do Jornalismo, em que o profissional anteriormente se deparava com as questões jornalísticas do jornal impresso e agora pensa em como transformar seu conteúdo interessante para quem desce a time line. Ser jornalista, atualmente, é uma grande prova de fogo, pois enquanto se têm as mídias sociais, você escreve, produz matéria, tira foto, se vê pensando em estratégias de marketing para somente, um único post. Um único conteúdo retirado de você, em que o tempo e trabalho não podem ser recompensados tão facilmente. 

Mas esse não é o caso de Gabriella Bordasch, 35, jornalista que após plantar uma bananeira, durante sua exposição ao ar, decidiu que o seu caminho era de fato viver com uma câmera na mão. Bordasch relembra momentos de sua trajetória pela emissora RBS, atual afiliada com a rede Globo no Rio Grande do Sul (RS). “Eu me imaginava trabalhando na Globo fazendo isso [documentário].. e eu fiquei quatro anos na RBS sendo moça do tempo” afirma Gabriella.

O grande boom foi após virar meme pela bananeira. Ela que já pensava em pedir as contas, sentiu que aquilo foi uma oportunidade para mudar de carreira. Hoje, Bordasch possui uma produtora independente chamada Da Terra Studio, que está totalmente e inteiramente ligada com a sua história.

A história da Gabi me chamou a atenção pelo fato de estar totalmente na contra-mão que eu esperava de um jornalista, ou melhor, do jornalismo. Ela que desistiu da profissão por não estar realizada com o que possuía, decidiu largar tudo e começar do zero na internet. Bordasch menciona: “Não quero ser uma peça, e sim, a própria engrenagem.” Foi com este pensamento que ela precisou inovar ao se deparar com um mercado (novo) em crise para as produtoras, e viu nas redes sociais, uma maneira de se destacar.

Lucas Zimmerman, de 21 anos, atualmente Social Media e estudante de Relações Públicas pela UFSM – SM, relaciona os efeitos da profissão Social Media como algo que veio para ficar, e destaca a grandiosidade das ramificações do trabalho a partir dela. “Quão essencial é tu ter esse trabalho de Social Media sendo profissional de comunicação” afirma. Segundo ele, devido a pandemia, as empresas começaram a valorizar a profissão pelas necessidades do mercado. 

Cada vez mais vimos que as redes sociais vieram para ressignificar todo a forma que temos de socialização, e não obstante disso, como elas impactaram profundamente as organizações de trabalho. Greta Oliveira, de 27 anos, formada em Relações Públicas pela UFSM – FW, comenta sobre como ser Social Media no início de sua carreira, foi fundamental para ser o que é hoje, gerente de Marketing da empresa Tchê Turbo. “Para mim, o social media foi extremamente importante para as empresas me conhecerem, e conhecerem o meu trabalho”, destaca. 

Ela afirma que as redes sociais são como um objeto de estudo para cientistas de dados, em que a todo momento precisamos estar atentos para os surgimentos de uma nova tendência, um novo algoritmo que precisa ser analisado.

Letícia Stasiak, 24, relações públicas e jornalista pela UFSM – FW, precisou se adaptar ao novo mercado após a graduação. Hoje, ela se considera Mentora de Personal Branding para futuros empreendedores que querem dominar as ferramentas do Instagram. Questionada sobre o motivo de ter feito jornalismo, ela cita: “Eu gosto de escrever, sempre gostei, e sinto falta disso no meu dia a dia.” Stasiak viu a mudança no mercado para sua profissão como algo escasso, não havia oportunidades para quem estava começando. E foi assim que ela viu nas plataformas de mídias uma solução para continuar atuando com a comunicação.

Ao me deparar com as entrevistas, imaginei que para algumas pessoas, a profissão Social Media foi bastante positiva ao fato de mudarem suas vidas, enquanto para outros é um campo ainda desconhecido e que precisa ser coletivamente explorado. Continuo questionando como serão as organizações de trabalho daqui para frente? Os criadores de conteúdo hoje, serão de fato os mesmos criadores de conteúdo, amanhã? O que será de nós jornalistas, que precisamos nos adaptar a este novo formato?

Eu não sei, mas continuo me questionando.

Repórter: Bruna Lopes

Edição digital e publicação: Emily Calderaro (monitora)

Professor responsável: Reges Schwaab

* Trabalho experimental desenvolvido na disciplina de Reportagem em Jornalismo Impresso em 2021/1, período em que trabalhamos de modo remoto em razão da pandemia do novo coronavírus.

Contato: meiomundo@ufsm.br

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-760-44

Publicações Recentes