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A difícil luta contra as desigualdades e os estigmas da sociedade atual



Em 2012, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que foi realizada no Rio de Janeiro, foram criados 17 objetivos para criar um mundo mais sustentável e inclusivo, que fizeram parte do Acordo de Paris em 2015, compondo a Agenda 2030. Entre esses 17 objetivos criados, o 10° objetivo traz a meta de reduzir a desigualdade em todas as escalas da sociedade. Seja ela cultural, étnica, social, ou racial.

Dessa forma, a meta da ONU seria dar mais igualdade e oportunidades para grupos mais discriminados. Mas apesar desse objetivo da ONU, no Brasil o crescimento da desigualdade só aumenta, o problema de desigualdade racial no Brasil não se restringe somente aos tempos de escravidão, o legado deixado por esse período tenebroso no país permanece até os dias de hoje enraizado na sociedade. Algumas pesquisas, mesmo que não muito aprofundadas, mostram como nosso país ainda é extremamente desigual quando se trata de igualdade racial nos meios políticos, econômicos e sociais, e ainda deve muito a respeito de inclusão. De acordo com o Guia Agenda 2030, é preciso enfrentar o racismo estrutural no Brasil, desta forma propõe-se um ODS específico – ODS-18: Igualdade Racial e Enfrentamento ao Racismo.

Para contextualizar, podemos visualizar que, no final de 2019, em um relatório divulgado pela PNUD (Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento), o Brasil aparecia como o sétimo país mais desigual do Mundo. E com a pandemia esse cenário piorou ainda mais, com boa parte dos trabalhadores perdendo seus empregos e enfrentando ainda maiores dificuldades econômicas.

Seguindo os passos do período da escravidão, quando os negros apenas serviam as vontades dos brancos e não tinham espaço em praticamente nenhuma parte da sociedade, nosso país se encontra hoje em uma situação não muito distante, herdada desse período, tendo uma população em sua maioria negra, representada por 56% da população, obtém uma porcentagem baixa de negros em cargos políticos, por exemplo, ou de negros entre os mais ricos do país.

Já nas favelas e lugares mais pobres, os negros são maioria, também são maioria na população de baixa renda e na linha da pobreza. Além disso, sofrem diariamente com remunerações mais baixas no mercado de trabalho e com racismo nos mais diversos lugares. Mas por que nosso país continua sendo desigual mesmo obtendo em sua maioria negros?

O problema é que a desigualdade começa desde cedo, de maneira estrutural, crianças negras possuem dificuldade tratando-se de educação no país, visto que a população negra é maioria na porcentagem de adultos que não completaram o ensino fundamental e médio, nossos governantes não obtiveram êxito em abranger essa população mais necessitada educacionalmente, mesmo que diversos projetos tenham sido desenvolvidos ao longo da história, uma vez que esse indivíduo não é educado, e já faz parte da população mais pobre do país (não é regra, mas maioria) torna-se ainda mais difícil sua busca por espaço em cargos públicos e de alto padrão da sociedade.

Por isso a desigualdade do Brasil difere-se da desigualdade dos tempos de escravidão, esta mais direta e escancarada, proibia-se que os negros fizessem parte de cargos públicos e que ocupassem vagas de trabalho bem remuneradas, essas proibições não existem mais, mas isso não basta, pois mesmo que os negros possam (por lei) ocupar tais cargos na sociedade atual, isso é inviabilizado de maneira estrutural, a estrutura social do nosso país impede a ascensão dessa população aos lugares de sucesso da sociedade, havendo claro algumas exceções, de negros que lutaram e hoje estão em determinados cargos, mas não devemos nos enganar, esta exceção não torna nosso país menos desigual e não possui nenhuma ligação com esforços governamentais de inclusão social, e sim de luta pessoal humana.

O que mostra que, apesar da Agenda 2030 estar tentando diminuir as desigualdades não vem surtindo efeito no Brasil. O racismo é um elemento importante que dificulta e inviabiliza a condição dos grupos excluídos de ter uma qualidade de vida melhor, e uma igualdade de condições para estudar e trabalhar, ocupando assim baixos cargos de trabalho e tendo uma educação muito inferior aos demais.

Um dos programas que vem tentando aumentar pelo menos a qualidade de educação e posteriormente de vida desses grupos, é o sistema de cotas, mas algo muito pequeno ao se olhar para a quantidade de grupos discriminados.

Texto: Gabriel Eduardo Batista e Nicolas Sperb Felippetti

Supervisão: Professora Cláudia Herte de Moraes, pela disciplina de Comunicação, Cidadania e Ambiente

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