As mudanças climáticas vem acontecendo e com elas a necessidade de firmar acordos mundiais de descarcarbonização e desenvolvimento sustentável. Diversos acordos mundiais estão sendo realizados para conter os impactos das mudanças climáticas, já que evitá-las completamente não é mais possível. Em novembro de 2021, ocorreu em Glasgow (Escócia), a Conferência do Clima (COP-26), na qual foi aprovado um relatório com as medidas que devem ser tomadas para conter as mudanças climáticas.
Segundo a IPCC, a mudança climática atual não é natural, ela decorre da intervenção humana, estando relacionada com a grande quantidade de gases de efeito estufa emitidos pelo planeta. Os gases de efeito estufa são aqueles que permanecem por um
longo período na atmosfera sem reagir quimicamente, os principais são: carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e outros gases industriais (como halocarbonetos e o hexafluoreto de enxofre), todos estão detendo calor na atmosfera e causando o efeito estufa o qual, por consequência, gera mudanças climáticas.
As consequências das mudanças climáticas são muitas e já estão aumentando a frequência e intensidade de eventos extremos, os quais estão relacionados a mudanças observadas no ciclo global da água (com secas longas e severas em algumas regiões e com o aumento da precipitação anual em outras regiões). Eventos como a maior quantidade de chuva em um dia na cidade de Nova York, calor extremo causando incêndios massivos na Grécia e na Turquia, o furacão Irma e diversos outros desastres ganharam força devido às mudanças climáticas. A COP-26 reuniu líderes mundiais para apresentar e debater medidas para combater as mudanças climáticas, buscando a limitação do aquecimento global em 1,5° C. Além disso, foram firmadas parcerias com o setor privado para a execução de um plano de transição energética.
Assim, várias promessas foram feitas, mais de 100 países se comprometeram em acabar com desmatamento até 2030, e a emitir 30% a menos de metano. Bem como foi debatido sobre a queima de carvão e combustíveis fósseis, além de diversos temas, principalmente com o apelo para que a ação internacional foque em aumento de investimentos em pesquisa e informação sobre as ameaças, além de novas tecnologias para evitá-los.
Segundo Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia, em uma entrevista para a NBC News, “Glasgow é um momento crítico e acho que todos reconhecem isso no contexto em que estamos” enfatizando que é esse acordo e a seu desenvolvimento que irá determinar o fracasso ou o êxito global em não ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5°C.
Ambientalistas criticaram a baixa eficiência deste acordo, o qual opera com conceitos de desenvolvimento sustentável e manutenção do capitalismo, sem pautar uma mudança estrutural. Também são criticadas as metas criadas sem um plano de execução detalhado ou sem atitudes visíveis imediatas para cumprir as promessas.
Ainda referindo-se a esse descontentamento com a eficácia das ações e decisões discutidas durante a COP-26, Greta Thunberg descreveu o evento como um verdadeiro “blá, blá, blá” em uma publicação diretamente de seu Twitter. A ativista mundialmente famosa pontuou que o “verdadeiro” trabalho continuará sendo feito por ativistas, os quais trabalham e lutam independente dos resultados da conferência.
Texto: Felipe de Martini, Maria Luísa Lima e Taís S. Busanello
Supervisão: Professora Cláudia Herte de Moraes, pela disciplina de Comunicação, Cidadania e Ambiente
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