O décimo quarto Objetivo Sustentável da ONU, denominado de “Vida na Água”, tem como foco conservar oceanos, mares e recursos marinhos para seu desenvolvimento sustentável. Os oceanos ocupam ¾ da superfície terrestre e representam 97% da água da Terra, além de conterem 200.000 espécies identificadas e serem fonte de subsistência para 3 bilhões de pessoas.
Apesar de sua importância, 40% dos oceanos mundiais são fortemente afetados por atividades humanas, o que explica a péssima relação do homem com a biodiversidade marinha. Um dos principais problemas responsáveis por assolar a vida na água é a pesca predatória, atividade realizada de maneira descontrolada que acarreta na diminuição do número ou até na extinção de determinadas espécies.
Uma entrevista realizada pela Revista Época com o diretor da empresa ambiental brasileira Rare, Luiz Lima, no ano de 2016, revela que a pesca predatória ameaça a saúde do litoral/ região onde é praticada e que falta infraestrutura para combater esta prática. Além disso, o diretor afirma que o Brasil não possuía guarda costeira suficiente para fiscalizar o litoral brasileiro.
Ainda, segundo Lima, a pesca de arrasto, pesca com explosivos, com rede de malha fina e com compressor de ar são as técnicas mais danosas para o mar, pois exploram as espécies até o limite, tornando-as raras e inviáveis para a exploração e o comércio.
Outro grave problema que afeta fortemente a vida marinha são os vazamentos de óleo que ocorrem no oceano. No ano de 2019, um grande vazamento de óleo atingiu mais de três mil quilômetros do litoral, não só do nordeste, mas também da região sudeste, em estados como o RJ e ES, o que representa 1/3 do litoral brasileiro.
Segundo estudos publicados pelo IBAMA e pelo Governo Federal, os danos ambientais e socioeconômicos são incalculáveis e mais de 300 mil trabalhadores de carteira assinada foram afetados.
A presidente do Instituto Virtual para o Desenvolvimento Sustentável e professora associada ao Laboratório de Cartografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Raquel Souto afirmou em uma entrevista ao Brasil de Fato que o ocorrido foi subestimado pelo Governo Federal, e que, graças a proatividade das ONGS, soluções como boias de contenção e barreiras de rede para conter as manchas foram desenvolvidas. Um ano após o ocorrido, a Marinha do Brasil confirmou que o óleo era de origem venezuelana, mas não significa que tenha sido lançado por navios ou empresas deste país.
Voluntários retiram óleo na praia de Itapuama, na cidade de Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. / Leo Malafaia/AFP
Filhote de tartaruga encontrado morto, em Vilas do Atlântico, na Região Metropolitana de Salvador. O animal estava completamente coberto pelo óleo que poluiu as praias do Nordeste. / Guardiões do Litoral/Divulgação
Para saber mais:
Texto: Amanda Spohr Demamann, Francisco Ernesto Carvalho Soares e Leonardo Da Silva Toniazzo
Supervisão: Professora Cláudia Moraes, disciplina Comunicação, Cidadania e Ambiente
Especial para Agência Íntegra