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A mesma tempestade



Um dos maiores clichês disseminados em contextos de crise mundial é de que “estamos todos no mesmo barco”. Com a decorrência da pandemia do novo Coronavírus, uma das maiores da história, é claro, não seria diferente. Mas até que ponto a afirmação é verdadeira? Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto o surto de Covid-19 causará em 2021 a maior crise humanitária vista desde a 2ª Guerra, uma pequena e privilegiada parcela da sociedade se mantém em ascensão: os bilionários. A crise mundial parece não ter afetado os que estão no topo, já que neste período recente os 42 bilionários brasileiros tiveram um crescimento de 34 bilhões de dólares em suas fortunas nos meses da pandemia, de acordo com a ONG Oxfam e divulgados no portal UOL em julho de 2020.

Foto: Themba Hadebe/ AP Photo

Em contraste, as estimativas do Banco Mundial demonstram que a pobreza extrema deve avançar no mundo pela primeira vez em mais de duas décadas. Tais fatores expõem a problemática de uma sociedade estruturada de forma intensamente desigual, cenário que fica ainda mais evidente em meio a condições adversas.  É fato que todas as nuances da desigualdade como o desequilíbrio racial, de gênero e, com destaque, o econômico, prevalecem na contemporaneidade, prejudicando e limitando o status social da população, além de seu acesso a direitos básicos como o acesso à educação e saúde de qualidade, trabalho, moradia, entre outros.

A questão então é: como realizar o combate à desigualdade? A resposta não é simples ou imediata, tendo em vista que a problemática exige um trabalho estrutural e constante. Pode-se apontar que, em primeiro plano, seria necessária a reformulação das políticas fiscais e a instituição da tributação de grandes fortunas, por exemplo.

Além disso, outra ferramenta valiosa na luta para reduzir a desigualdade, segundo o jornal Valor Econômico, seria a adoção de uma perspectiva de gênero na preparação de orçamentos, governamentais ou privados, ampliando a participação das mulheres na força de trabalho e, dessa forma, impulsionando o crescimento e a estabilidade. Tal necessidade de igualdade e empoderamento também poderia ser considerada à população negra, a fim de reduzir a desigualdade racial. Também segundo o veículo especializado em economia, áreas como finanças e negócios, as políticas de gastos sociais, a educação e a saúde são de fundamental importância para combater a desigualdade e, quando bem administradas, conseguem cumprir um papel fundamental na mitigação da disparidade de renda e de seus efeitos nocivos sobre a igualdade de oportunidades e a coesão social.

Por fim, resta a certeza de que não estamos no mesmo barco mas, definitivamente, sob a mesma tempestade. Enquanto alguns se refugiam em embarcações sofisticadas, muitos se agarram à troncos em busca da sobrevivência. Nesse sentido, a sociedade só funcionará de forma harmônica quando existir a redução das desigualdades dentro dos países e entre eles.

Texto: Kelvin Verdum e Teresa Juvencio

Supervisão: Professora Cláudia Herte de Moraes, pela disciplina Comunicação, Cidadania e Ambiente

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