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Represente Sua Voz: Negritude



Nós precisamos falar sobre o Colorismo.

A discriminação pela cor da pele é comum em países que sofreram a colonização europeia e em países pós-escravocratas. Quanto mais pigmentada for a pele de uma pessoa, mais exclusão e discriminação ela irá sofrer. E isso tem nome: o colorismo ou a pigmentocracia. De uma maneira simplificada, o termo quer dizer que quanto mais escura for sua pele, mais você é agredida pelo sistema racista. E quanto mais clara for sua pele, mais privilégios você possui dentro do sistema racista. No entanto, em nenhum dos casos, seja com peles escuras ou claras, o racismo deixou de excluir, invisibilizar, calar e matar.

Em uma reportagem para o Alma Preta, Juliana Gonçalves, jornalista e militante do movimento negro diz que “quando a gente percebe que há tentativa de hierarquizar dores, isso transforma-se, na maioria das vezes, em tentativa de colocar negros de pele clara e retinta em trincheiras diferentes. Isso, sim, é um problema.”

“Se o colorismo é cria do racismo e da branquitude, será que é possível fazermos esse debate necessário sem silenciar negros retintos ou destituir negros claros da sua negritude? Houve tentativas honestas, mas há limites de promover esse debate que precisa ser profundo e seguro na internet”, explica Juliana, ao enfatizar a tentativa de separação racial dentro do mesmo nicho.

De acordo com o Roger Cipó, fotógrafo, que pesquisa também a construção da imagem nas religiões de matriz africana, “quando a gente chama as pessoas mais claras a repensarem isso, não é um questionamento à negritude, mas é um olhar de reflexão para pensar as estruturas criadas pelo racismo nos distanciam e classificam. À medida que a gente escurece, a gente é diferenciado e ‘aceito’, mas de forma errônea.”

De acordo com o Roger Cipó, fotógrafo, que pesquisa também a construção da imagem nas religiões de matriz africana, “quando a gente chama as pessoas mais claras a repensarem isso, não é um questionamento à negritude, mas é um olhar de reflexão para pensar as estruturas criadas pelo racismo nos distanciam e classificam. À medida que a gente escurece, a gente é diferenciado e ‘aceito’, mas de forma errônea.”

É fácil as Universidades e Instituições gozarem do discurso de inclusão racial ao apresentar o aumento da população negra nas salas de aulas ou equipes de trabalho. No entanto, em quais condições negras e negros são inseridos no espaço de trabalho? Por quê há uma parcela minúscula de negros de pele escura nas salas de aula e nas gerências das organizações? Por quê, nas campanhas publicitárias, negros de pele clara ocupam lugares com mais facilidade? Talvez seja porque o colorismo é cria do racismo e da branquitude. Tentam embranquecer a população preta ao aceitarem somente os tons de pele mais próximas da branca. Para a branquitude racista, isso é inclusão.

Fotos tiradas pelo estudante de Relações Públicas Kawê Veronezi.

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