A negritude na ciência.
Estudantes de Jornalismo e Relações Públicas negras e negros pautam em suas pesquisas questões que envolvem a negritude. Esse é o caso da Jordana que constrói seu Trabalho de Conclusão de Curso acerca das questões raciais. Ou como o Kawê, que em artigos científicos pauta as questões raciais na comunicação.
This is America – A Arte em forma de protesto por meio do audiovisual
Este artigo tem como finalidade analisar o videoclipe This Is America, do artista Childish Gambino, e questionar as formas de representações, representatividade e visibilidade que o artista referência através da arte. Além disso, traz questões manifestadas no audiovisual e que são tratadas no movimento negro.
Slam: A Poesia Falada de Rua Como Uma Nova Mídia de Resistência para/com o Povo Preto
“Durante e após a batalha pude refletir sobre alguns pontos nos quais me identificava com os participantes em questões de raça e gênero, desde minha criação até os dias atuais e como isso afeta a vida de cada um que tem tanto em comum. Resgatar histórias que vivenciamos e vemos em noticiários de forma violenta faz com que haja identificação com aqueles poetas, principalmente, vindo de mulheres negras.” Jordana Garcia
MARIELLE FRANCO: DE UMA POSIÇÃO-SUJEITO AO LEGADO DA LUTA PELA RESISTÊNCIA NEGRA.
A execução de Marielle Franco, vereadora do Estado do Rio de Janeiro (PSOL), ainda segue sem reú. Um crime político ocorrido em março de 2018, o assassinato da líder política que rompe a linearidade da luta dos direitos humanos, faz refletir sobre o contexto dos negros no Brasil. Ainda que Anderson Silva também tenha sido vítima junto de Marielle, ela se destaca não só por representar grupos socialmente marginalizados, mas também por ser uma representante política no Legislativo. O presente estudo, que se sustenta na Análise do Discurso e em teorias sobre meios alternativos de comunicação, explora as fotografias da passeata convocada pelo slogan “Marielle e Anderson Vivem”. As imagens aparecem no facebook da Mídia Ninja – uma mídia alternativa e ativista, que realiza o processo de articulação, protesto e resistência que transforma a subjetividade política. Ademais, ainda coloca na cena pública novas formas de apropriação, resistência e impugnação da ordem dominante (Reguillo, 2017). Para o percurso analítico, questiona-se sobre quais são as posições-sujeito que se materializam no enunciado “MarielleVive”, quem é Marielle Franco e por que ela vive?, sendo que seu corpo foi executado. Alguém vive por Marielle? Como esse discurso movimentou os discursos-outros? Como são construídos os sentidos de verdades sobre o assassinato de Marielle? Partindo desses questionamentos que fomentam o olhar lançado para análise, bem como a definição filosófica de Marilena Chauí (2004, p.96) quando descreve a verdade como um discurso que “abrange o que é (a realidade), o que foi (os acontecimentos passados) e o que será (as ações e acontecimentos futuros)”, investigamos as possíveis condições de produção que permitem o enunciado posto. Assim, analisa-se o enunciado “Marielle Vive!” como uma construção de legado de resistência. E, para isso, reflete-se sobre os possíveis efeitos de sentido produzidos pela visibilidade dos corpos negros nos espaços urbanos. Busca-se tanto compreender a presença de discursos-outros como ressignificação de luta e legado através do enunciado “Marielle Vive” (uma reatualização dos sentidos de verdade), quanto observar o papel da mídia alternativa na movimentação dos slogans nas territorialidades urbanas e seu funcionamento na legitimação de um legado.
Resumo publicado. Autoria de Kawê Veronezi. Orientação de Marluza da Rosa