Estudantes do Departamento de Ciências da Comunicação compartilham suas produções em disciplina sobre a temática LGBTQIAP+, confira:
Hoje, dia 28 de Junho, comemora-se o dia do Orgulho LGBTQIAP+. Essa data marca, também, 51 anos da Revolução de Stonewall. Pensando nisso, a Agência Íntegra preparou uma campanha para organizar produções de estudantes de Jornalismo e Relações Públicas sobre a temática. Quer saber um pouco mais sobre a sigla e conferir os materiais? Continue por aqui!
O que significa as letras da sigla LGBTQIAP+?
O L é a letra que representa as Lésbicas, isto é, mulheres cisgênero ou transgênero que possuem interesse sexual e/ou afetivo por outras mulheres;
O G é a letra concernente aos Gays, homens cisgênero ou transgênero que possuem interesse sexual e/ou afetivo por outros homens;
O B é a letra que representa os Bissexuais, pessoas que possuem interesse sexual e/ou afetivo tanto por pessoas do gênero feminino, quanto do gênero masculino;
O T é a letra que representa as pessoas que se identificam como travestis, transexuais ou transgênero. Trata-se das pessoas que se identificam e/ou se expressam com um gênero diferente do qual lhes foi designado a partir do sexo biológico;
O I é a letra utilizada para representar os Intersexuais, ou seja, pessoas que nascem com características sexuais biológicas que não se encaixam nas categorias típicas do sexo feminino ou masculino;
O Q é referente à QUEER, uma fundamentação teórica na qual compreende-se que gênero, identidade de gênero e orientação sexual são conceitos socialmente construídos. Nesta sigla estão inclusos algumas identidades de gênero que buscam a subversão do binarismo, como os Não- Binários, que são as pessoas que não se identificam nem com o gênero masculino, nem com o feminino, os quais buscam uma certa neutralidade de gênero no modo de se expressar; e as pessoas que transitam entre o gênero feminino e masculino, num movimento conhecido como Fluidez de Gênero.
O A, por sua vez, representa os Assexuais. São pessoas que não sentem atração sexual por outras pessoas, independente de sexo ou gênero;
O P refere-se aos Pansexuais. Como o próprio prefixo sugere, Pan= Todos, a pessoa que se identifica como Pansexual é aquela que possui atração sexual e/ou afetiva por qualquer individuo, independente do sexo ou identidade de gênero;
Por fim, mas não menos importante, o sinal de + na sigla representa as diversas possibilidade de orientação sexual e/ou identidade de gênero que possam existir.
Stonewall: evento do DECOM retoma 50 anos da revolução
O grupo de pesquisa “Discurso, Poder e Políticas da (In)visibilidade”, com atividades suspensas desde o afastamento temporário para realização de pós-doutorado da orientadora do projeto, professora Marluza da Rosa, realizou a segunda Jornada de Estudos do Discurso em Maio de 2019. O evento foi idealizado a partir das discussões em reuniões e planejado de modo interdisciplinar, interinstitucional e nacional. A identidade visual foi elaborada pelo bacharel relações-públicas Alisson Gambert, pós-produção pela Denise Nunes, formanda em jornalismo, comitê científico, do jornalista Inácio de Paula, levantamento de recurso e o protocolo pela Pâmela Francelino e cerimonial e campanha por Kawê Veronezi
O bar nova-iorquino Stonewall Inn era famoso na cena gay norteamericana, embora, os anos 60 fosse considerada ilegal a prática de “atos homossexuais” em muitos países, sendo poucos Estados que descriminalizaram a homossexualidade. Por ser proibida, toda e qualquer materialização transviada e afeminada, no e pelo corpo, era condenada. Na madrugada de 28 de junho de 1969, o bar foi invadido pela polícia, que pretendia fechar o local, mas o público presente, formado por Gays, Lésbicas, Mulheres Trans, Travestis e Drag Queens, em sua maioria negros, imigrantes, periféricos e marginalizados, recusaram-se a deixar o ambiente, o que deu início a um confronto intenso entre polícia e revoltosos que durou cerca de três dias.
O acontecimento reverberou e colocou em cena corpos, outrora e sempre, silenciados, negligenciados, violentados, daqueles a quem não era permitido ter voz, “existir” ou “ser”, mas que, naquela madrugada, rebelaram-se contra a opressão policial e a exclusão social que sofriam. Esse gesto de libertação e liberação assemelha-se a ápices de outros momentos históricos, como nas lutas de Maio de 68, dos Panteras Negras, dos movimentos feministas… Corpos socialmente feridos e estigmatizados deixam cicatrizes na memória e na história e viabilizam a (res)significação de outros corpos que, ao estarem nas ruas, assumem no público o que antes pertencia ao privado, assumem identidades que antes eram silenciadas, possibilitam que insurjam rastros de um sujeito que fala (e falha) no/pelo corpo, em sua relação com condições históricas, sociais e econômicas.
Como em Stonewall, na história não faltam momentos que reafirmam o caráter político do corpo, como lugar de sujeição e de insurgência, de docilização e de rebeldia. Marcas no corpo, feridas de lutas, cicatrizes de resistência… o corpo, enquanto político e sob a ordem do político, inscreve-se e se escreve no/pelo discurso como efeito de unidade de um sujeito constituído por múltiplos sentidos.
A 2ª JED teve por objetivo proporcionar discussões e reflexões que compreendam o corpo nas suas mais distintas possibilidades de insurgência e (con)figuração no âmbito social e histórico. Fatos curiosos sobre o evento? A maioria dos estudantes que organizaram-o são parte da comunidade LGBTIAP+. O tema “Corpo” foi fruto de discussões cerca do incomodo que cada integrante mobilizava com as teorias da Análise do Discurso. Não há como falar de corpo, sem falar das estéticas de gênero que são marcadas.
Você quer audiovisual?
A Íntegra recebeu duas produções audiovisuais sobre a temática: Arte Drag e Transluzir. Confira:
A produção audiovisual “Arte Drag” foi elaborada com o intuito de pautar a visibilidade e o respeito LGBTQ+ em uma conjuntura interiorana, tratando-se, mais especificamente, da única Drag Queen de Frederico Westphalen- RS. O projeto foi desenvolvido por: Glóra Melo Leite, Maisa Bin, Gabriel Araujo, Catarina Bertoldo e Wellington Hack, com participação da Katrina Addams.
Produção da disciplina de Comunicação, Cultura e Poder do curso de Jornalismo da UFSM-FW, realizado por Ananda Rivero, Cristiele Braga, Isabela Vanzin da Rocha, Jéssica Vieira e Wagner Stan, tem como objetivo levar a sociedade ao debate sobre a comunicação voltada as pessoas consideradas sem gênero. Neste trabalho, estudantes de Jornalismo trazem especialistas dos estudos da Língua Portuguesa e dos estudos de Gênero.
Elaborado na disciplina Cinema e Sociedade, Disciplina Complementar de Graduação do DECOM, em 2017, a produção audiovisual Transluzir foi desenvolvido por: Amanda Denise da Costa, Ariel Stival, Isabela Vanzin da Rocha, Renata Albiero, Taiane Centenaro Borges e Wagner Stan. Transluzir
Do amor á resistência
Os estudantes Ângela Srocynski da Costa e Kais Ricardo Nidal Husein apresentam dois projetos. Partindo do pressuposto de que no século XXI a comunidade L G B T Q + a i n d a é v i s t a majoritariamente com repúdio pela população mundial e, apesar da grande liberdade de expressão em território brasileiro, os índices de violência e homicídios relacionados às pessoas dessas comunidades são alarmantes. Além disso, presumimos que o Rio Grande do Sul é um estado carregado de uma cultura machista, xenofóbica e, por conseguinte, homofóbica, como em exemplos de manifestações artísticas do estado: “vou tirar a china mais linda pra bailar de cola atada e se não souber dançar ensino e não cobro nada depois que meto o cavalo seja lá o que deus quiser pois sou do tempo em que os homens ainda gostavam de mulher” (Chiquito e Bordoneio- Bailar de cola atada). No entanto, a comunidade LGBTQ+, persiste em suas lutas resistindo a todas as formas de opressão, munindo-se, não de guerras, mas de cores, como de costume nas Paradas LGBTQ+ que ocorrem pelo mundo, com a mensagem Love wins (O amor vence- traduzido para o português).
O projeto fotográfico que tem o objetivo de registrar representantes da comunidade LGBTQ+, sendo marcados pelas cores que tingem a história dessa cultura. A ideia de capturar uma consonância entre queers e cores surge da percepção de que é corriqueiro assimilar os assuntos e, sobretudo, pelo desejo de explanar a exterioridade desse símbolo tão utilizado como referência da comunidade.
Esse projeto fotográfico tem o objetivo de registrar representantes da comunidade LGBTQ+ sendo marcados pelas cores que tingem a história dessa cultura. A ideia de capturar uma consonância entre queers e cores surge da percepção de que é corriqueiro assimilar os assuntos e, sobretudo, pelo desejo de explanar a exterioridade desse símbolo tão utilizado como referência da Comunidade.
“NÃO OLHE NOS SEUS
OLHOS
NÃO CREIA NO SEU
CORAÇÃO
NÃO BEBA DO SEU COPO
NÃO TENHA COMPAIXÃO
DIGA NÃO À ABERRAÇÃO”
Caso queira ver mais conteúdos com a pauta, que tal conferir o quadro Divulga TCC que convida o Eduardo Dóro, relações-públicas egresso que fala sobre o Discurso Organizacional?
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Por Kawê Veronezi e Pâmela Francelino
Revisão de Jéssica Vieira