Sementes importadas são cultivadas pela primeira vez em Braga/RS.

Texto e fotos: Caroline Schepp

O agricultor Marlon Dieckow decidiu cultivar, este ano, canola em uma pequena área de sua lavoura em Sítio Tunes, interior da cidade de Braga/RS. Além de ser comercializada para extração de óleo comestível, a canola pode ser uma alternativa para realizar a rotação de culturas, favorecendo a descompactação do solo e a ciclagem de nutrientes.

Produtores da cidade e região, há alguns anos, já tentaram cultivar a canola, porém eram sementes de polinização aberta, sua maturação era menos uniforme, além da falta de equipamentos adequados para seu manejo, o que acabou prejudicando a produção.

As sementes cultivadas pelo agricultor são uma espécie híbrida importada da Argentina. Seu cultivo exige conhecimento técnico em regulagem de equipamentos utilizados desde o plantio até a colheita, além de nutrientes como enxofre e nitrogênio. Estas informações possibilitam a cultura da planta no município.

“O surgimento de uma nova variedade de trigo hiper precoce com ciclo de cem dias, com boa tolerância ao complexo de doenças da cultura do trigo, abre espaço para duas safras de inverno, sendo a canola uma excelente antecessora para este cereal”, explica Dieckow.

O ciclo médio da canola é de 125 a 150 dias, levando em conta os fatores climáticos. É cultivada entre os meses de abril e maio, otimizando equipamentos que, neste período, não estão sendo utilizados. As sementes de canola custam, em média, cento e oitenta reais o quilo, sendo utilizados três quilos de sementes por hectare. O preço de comercialização pode ser equivalente ao da soja. Dieckow espera colher, em média, 25 sacas por hectare nesta safra.