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Quebrando tudo: a entrada do Breaking nas Olimpíadas de Paris 2024



O estilo de dança será incluído como uma nova modalidade nas próximas olimpíadas, conforme estabelecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI)

Fonte: acervo pessoal Vinicius Manzon

Em dezembro de 2020, o Comitê Olímpico Internacional (COI) oficializou a entrada do Breaking como modalidade olímpica nas Olimpíadas de Paris 2024. A primeira aparição da dança foi durante os Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, em Buenos Aires, na Argentina. “Eu fiquei sabendo da entrada do Breaking como esporte olímpico em 2016, ela é uma modalidade teste ainda, não é definitiva. Precisa passar por três olimpíadas para poder entrar literalmente como um esporte olímpico. E como preparador, tenho plena convicção que o Brasil tem chance de medalhas”, disse Vinicius Manzon, preparador físico da Seleção Brasileira de Breaking.

A iniciativa do COI em incluir o breaking nas Olimpíadas  tem o objetivo de trazer uma audiência mais jovem para a competição, como fez nas olimpíadas de Tóquio 2020 com a inserção do Skate e do Surf. Assim como as outras modalidades, o Breaking é uma aposta de sucesso para Paris 2024 .

 A entrada do Breaking nas Olimpíadas de Paris é esperada, pela comunidade de b-girls e b-boys – dançarinos de Breaking, como um recurso de visibilidade, já que os esportes Olímpicos abarcam um público mais diverso, e a competição cria novas oportunidades, como a profissionalização dos dançarinos, preparadores técnicos, jurados e treinadores. “Eu percebo que grande parte da galera do breaking são pessoas que não têm estudos, com trabalhos bem paralelos (em relação à dança), são poucas as pessoas que vivem do Breaking, que vivem da cultura Hip-Hop”, acrescenta Manzon.

Breaking no mundo e no Brasil

Assim como nos EUA, o Breaking no Brasil se proliferou nas periferias das maiores cidades do país como um estilo entre os jovens. It’sa Gonçalves, dançarino não-binário, considera a modalidade como um estilo de vida, que leva consigo desde os seus 11 anos. “Para mim, o Breaking não é um esporte, e não é apenas uma dança, vai muito além disso, é um estilo de vida. Não é só você chegar lá e dançar, é você vestir uma roupa adequada, você escutar a música, ter amigos do seu bairro que dançam também, então é estilo de vida total.” Para o dançarino foi uma surpresa a aparição do Breaking como modalidade olímpica, o que ele considera um marco na história para os membros da comunidade do rap/break. O Breaking originou-se em comunidades afro-americanas e latinas com o intuito de fugir da realidade em que a juventude da época se encontrava, devido à grande violência e criminalização da região. Com o tempo, as batalhas entre gangues deram espaço para as batalhas de dança, com influências de músicas com fortes batidas como funk, soul, groove e é um dos quatro principais pilares do Hip Hop.

Expectativas para o Breaking nas Olimpíadas

Extasiado seria a palavra certa para Vinícius Manzon, gaúcho e preparador físico da Seleção Brasileira de Breaking Ciclo Paris 2024. “Sou formado em Educação Física, e trabalho como personal trainer, então na hora eu tomei consciência de que precisava trabalhar com essa galera. Preciso ser a pessoa que vai levar qualidade para o treinamento do Brasil, e para mim foi um ponto positivo para a galera do Breaking. “

No Brasil, o Breaking sofreu muito preconceito por pessoas que não tinham o conhecimento do que se tratava, fazendo com que os membros da comunidade fossem marginalizados. Em contrapartida, a dança ajudou milhares de jovens pelo país, tirando do contato com o tráfico e a violência, oferecendo oportunidades para pessoas que mais precisavam dentro das periferias, e também o conforto de ser aceito dentro de uma comunidade. Atualmente, já é possível ver uma sociedade muito mais aberta para aceitar a arte e seus artistas.

Reportagem: Gabriella Verfle, Karla Essy e Nathaly Almeida

Matéria produzida na disciplina Redação Jornalística II, do curso de Jornalismo do Campus da UFSM em Frederico Westphalen, no 2º semestre de 2021, ministrada pela Professora Andrea Franciele Weber.

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