Quem procura um plano de saúde para idosos sabe as dificuldades encontradas na hora de fechar um contrato. São poucas as empresas com cobertura para idosos, o custo mensal é alto e os fornecedores impõem várias exigências, sempre visando o lucro que a instituição pode ou não obter com cada indivíduo.
A técnica de Enfermagem Berenice Broc procurou durante meses um plano de saúde para seu pai, João Broc, agricultor de 72 anos que trabalhou na lavoura durante anos, desde a juventude até a sua aposentadoria, porém não encontrou algum que estivesse dentro das condições financeiras que seu João poderia pagar. “Não achamos muitas opções de convênio e as que chegaram até nosso conhecimento tinham um custo mensal muito alto”, informou.
Ao analisarmos sete planos de saúde oferecidos para pessoas com idade superior a 60 anos, constatamos que os preços variam entre R$ 1.090,43 até R$ 11.129,74 mensais. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada em 2020 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com dados referentes ao ano de 2019 (antes da pandemia do novo coronavírus), sete em cada dez brasileiros, ou mais de 150 milhões de pessoas, dependem exclusivamente do SUS para tratamento.
A pesquisa mostrou que, em 2019, 59,7 milhões de pessoas, o correspondente a 28,5% da população do país, possuíam algum plano de saúde, seja ele médico ou odontológico. Dessa forma, 71,5% dos brasileiros não figuram como contratante de qualquer plano privado de saúde, e têm no sistema público de saúde sua única possibilidade para tratamentos, atendimento hospitalar, e outros serviços.
Outra pesquisa, realizada pelo Instituto de Estudos em Saúde Suplementar (IESS) em março de 2020, descobriu que cerca de 6,6 milhões de idosos com mais de 60 anos possuíam planos de saúde de assistência médico-hospitalar no Brasil, representando 14% do total de beneficiários da saúde suplementar e 22% da população brasileira idosa. Com base no levantamento, a maior parte destes idosos é de classe média alta e se concentram em São Paulo e no Rio de Janeiro. No total, São Paulo tem 2,5 milhões de beneficiários com 60 anos ou mais e o Rio de Janeiro 01 milhão.
Reportagem: Vinícius Chequim
Matéria produzida na disciplina Redação Jornalística II, do curso de Jornalismo do Campus da UFSM em Frederico Westphalen, no 1º semestre de 2021, ministrada pela Professora Luciana Carvalho.