Em entrevista ao Caderno Culturália, o gaúcho Daniel Cargnin contou qual foi a sensação de conquistar a medalha de bronze no judô brasileiro durante as Olimpíadas de Tóquio 2020. Aos 23 anos, o medalhista venceu o israelense Baruch Shmailov na categoria até 66kg.
“Sou muito grato por tudo o que fizeram por mim e por toda a torcida. Lembro que quando cheguei no aeroporto de Porto Alegre eu pensei: agora realmente estou em casa”, conta o judoca.
Ao ser questionado sobre seu primeiro contato com o judô, Cargnin revelou que participou de seu primeiro treino quando ainda era criança, a convite de um amigo. Com o tempo, a prática do esporte se tornou um hábito, e devido ao incentivo da família, decidiu seguir a carreira esportiva.
Daniel contou como se sente ao saber que é fonte de inspiração para muitos jovens que desejam ingressar na carreira dos esportes: “É uma honra muito grande pra mim. Quando eu era menor e entrei na Sogipa, minha inspiração era o João Derly. E vejo que hoje, de algum jeito, posso inspirar não só medalhas, mas valores como garra e determinação”.
A Sogipa, clube onde o gaúcho realiza seus treinos e preparações, manifestou a importância da sua vitória: “A Sogipa tem um histórico importante nos Jogos Olímpicos. A sua primeira participação foi em Seul, 1988, e sua primeira medalha foi em Londres, em 2008. Com as duas medalhas em Tóquio, o clube soma seis no total, um recorde para o Rio Grande do Sul. Mesmo assim, apesar de não ser novidade, sempre é um fato extremamente relevante, que eleva o clube e orgulha todos os associados. Sentimos um enorme aumento de interessados em praticar esportes, em várias modalidades, desde os Jogos Olímpicos. Isso já é um reflexo prático da conquista das medalhas”.
Segundo a assessoria de imprensa da Sogipa, o clube tem um Projeto Olímpico com metas, prazos e fontes de financiamento há pelo menos quatro ciclos olímpicos, se transformando em referência para outras instituições do país na prospecção e desenvolvimento de atletas. Para a instituição, a participação de sogipanos em grandes eventos, como uma Olimpíada, é apenas a faceta mais visível de um trabalho de formação integral que engloba a prática esportiva, de quase quatro mil pessoas no clube. A Associação acredita que quando houver maiores investimentos no esporte do país, teremos uma sociedade mais justa e fraterna.
Reportagem: Amanda Demamann
Matéria produzida na disciplina Redação Jornalística II, do curso de Jornalismo do Campus da UFSM em Frederico Westphalen, no 1º semestre de 2021, ministrada pela Professora Luciana Carvalho.