Análise/Opinião
Cem dias após a confirmação do evento, em uma solenidade no Ministério da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro declarou que o Brasil seria a sede da CONMEBOL Copa América, mesmo com mais de 460 mil mortes pela covid-19 naquele momento no país. A Argentina e a Colômbia haviam desistido de ser sediar os jogos, em função do aumento no número de casos do novo coronavírus, e priorizaram seguir as medidas preventivas.
Em 1918, outra pandemia matou milhões de pessoas, a gripe espanhola. Em 1919 a seleção brasileira foi a grande vitoriosa do Campeonato Sul-Americano, hoje também chamado de Copa América. A grande conquista poderia ter sido concretizada um ano antes, em 1918, mas pouco mais de um século atrás o Brasil enfrentou outra crise sanitária.
Em 2021, devido ao agravamento da pandemia da covid-19 na Argentina, e a situação social na Colômbia, a mudança de sede da Copa América foi forçada. Junto com os jogos, o Brasil recebeu uma nova variante do vírus. Entre os envolvidos na competição, 168 casos foram identificados. Outro ponto é que as medidas preventivas pré-estabelecidas não foram cumpridas.
Na grande final do evento, no jogo entre Brasil e Argentina, foi liberada a entrada de mais de quatro mil convidados, com a condição de que apresentassem um resultado negativo para o vírus. No entanto, horas antes da partida, na entrada do Estádio do Maracanã, formavam-se multidões aglomeradas em filas, tamanha desorganização que apenas piorou com a abertura dos portões. Além de todos os problemas, segundo a revista Época, um grupo de torcedores argentinos utilizou testes de PCR falsos para assistir ao jogo.
Em meio a tantas crises, as expectativas não foram atingidas, a competição não teve um grande público de torcedores assistindo aos jogos, seja pela televisão, seja pela internet. Por fim, o Brasil não perdeu apenas dentro de campo.
Texto: Leonardo Toniazzo
Matéria produzida na disciplina Redação Jornalística II, do curso de Jornalismo do Campus da UFSM em Frederico Westphalen, no 1º semestre de 2021, ministrada pela Professora Luciana Carvalho.