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Retorno de atividades econômicas no comércio sobe gradativamente



Foto Reprodução

Desde o início da pandemia, o comércio não essencial teve que fechar suas portas, sem previsão de reabertura. Isso acarretou em um impacto gigantesco na economia desses locais. A equipe da Agência da Hora conversou com empresários e com um economista para saber como reverter esse quadro da economia quebrada devido a pandemia.  

Desde o mês de março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou a Covid-19 como pandemia, a maior parte do comércio não essencial teve que fechar suas portas para respeitar as medidas impostas pela agência especializada em saúde para combater o novo coronavírus. Essas medidas requerem que as pessoas adotem o distanciamento social e evitem contato umas com as outras, a fim de  evitar o contágio da covid-19

Um estudo publicado pela Revista VEJA em junho deste ano (2020) diz que a expectativa é de que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro tenha uma recuperação gradual e lenta até meados de 2021. 

Setores como lojas, escolas de cursos profissionalizantes e restaurantes, são exemplos de empresas afetadas pela pandemia. A equipe da Agência da Hora conversou com responsáveis de algumas dessas empresas para saber como estão enfrentando os efeitos negativos da crise e o que estão fazendo para reverter este quadro. 

As empresas mais afetadas 

 

O restaurante da Cantina da Salete, localizado em Salto do Jacuí – RS, que tem como responsável Salete Beatriz Cardoso, 57 anos, funciona a 6 anos. Antes da pandemia, ele era um dos mais procurados na cidade, devido ao seu diferencial apresentando shows ao vivo em todos os finais de semana, comida de qualidade e ótimo atendimento, segundo Salete. A empresária conta as dificuldades que passou após ter que fechar seu restaurante devido a pandemia. “Desde que começou a pandemia, a gente buscou se adequar às novas normas que vinham. Quando saiu o primeiro decreto, a gente começou a se retrair financeiramente e profissionalmente também. Tínhamos 8 funcionários e ficamos com 2, dois restaurantes e estou com um funcionando.” 

A empresa se manteve fechada durante o decreto mais rígido no estado. Com a flexibilização, a reabertura foi gradual e muito reduzida. Entretanto, Salete teve que se aperfeiçoar e se adequar aos protocolos de segurança impostos pelo estado.  “Começamos a ver no que a gente poderia melhorar, se adequar e como atrair mais os clientes. Optamos por baratear a comida e manter a qualidade.” Além do funcionamento reduzido, Salete conta ainda que houve uma queda de 80% nas vendas.  “A cada 600 reais do auxílio emergencial que ganho, que tenho direito por ser empresária, perco 5 mil.” Lamenta a empresária. 

 

A redução de compras para evitar o prejuízo 

 

Bruno de Paris, 22 anos, gerente da Loja Andriolli de Salto do Jacuí – RS, conta como foi a experiência de enfrentar a pandemia. Bruno diz que mesmo com o coronavírus, as pessoas continuam pagando suas parcelas e, às vezes, fazendo compras. Segundo ele, para prevenir um prejuízo maior, “Controlamos a entrada da mercadoria. Por exemplo, comprávamos antes da pandemia uma certa porcentagem de produtos, então, após a pandemia, reduzimos esses pedidos, aproveitamos que temos a possibilidade de cancelamento de compra e, se víssemos que não venderíamos o suficiente, evitávamos efetuar a compra. A loja não vai comprar 100% dos nossos produtos se só 50% das pessoas vão vir comprar.” Afirma .

Sobre os protocolos de segurança do estado, o Gerente da loja conta como foi a adaptação “Adotamos uma redução de horários porque a bandeira do Salto do Jacuí está laranja.” 

Quanto ao funcionando e vendas na loja, ele conta que as pessoas, no momento de pagamento, costumam ficar instigadas e acabam comprando mais. “No início, estavam muito assustadas e acabavam ficando em casa, mas no momento em que foram se adaptando, conseguimos aumentar nossas vendas gradativamente. Não é muito, mas é o suficiente, é bom.” Conclui. 

 

Nem todas as empresas foram prejudicadas 

 

Tânia Ferreira, 34 anos, é uma empresária que cuida de sua empresa de cursos profissionalizantes e também do polo da Faculdade Educacional da Lapa (FAEL), na cidade de Salto do Jacuí. Ela conta que na faculdade as aulas já eram à distância, e que, portanto, a pandemia não afetou o aprendizado dos alunos e nem o pagamento das mensalidades. “ As aulas são uma vez por semana, com duração de 2 horas e acontecem aqui na escola. Depois da pandemia, alguns alunos optaram por fazer as aulas em casa, então temos um servidor que disponibiliza o curso para eles fazerem.” 

Tânia conseguiu se adaptar e fez da pandemia uma oportunidade para crescer seu negócio. “Com o polo aberto, porém vazio, nós conseguimos espaço para uma renda extra, fazendo lembranças de aniversário, casamento, para o dia das mães dos pais e outros eventos. Por mais que a minha empresa seja pequena, não foi afetada de maneira muito grande e serviu para nos ensinar a administrar melhor.” Afirma a empresária. 

 

O que dizem os especialistas sobre a retomada gradual da economia 

 

Carlos Gilbert Conte Filho, doutor em economia pela UFRJ, professor e coordenador do curso de economia na UFSM campus Palmeira das Missões, conta que é possível que as empresas se recuperem neste momento e dá algumas dicas. “A dica que eu dou é sempre buscar negociação, principalmente para as pequenas e médias empresas, as quais o governo até disponibilizou linhas de crédito bastante atrativas para tentar mantê-las vivas no mercado.” 

Segundo o economista, as empresas acumularam dívidas ao longo da pandemia, muitas vezes não podendo pagar seus aluguéis, o que resultou em vários fechamentos. Ele ressalta que saber negociar é uma peça importante para os empresários salvarem suas empresas. “É fundamental, e claro, tentar fazer parte desses programas do governo que têm créditos subsidiados. 

Quando questionado sobre o que espera da economia para um mundo pós-pandemia, o economista diz ter expectativas de um grande salto, principalmente nos setores alimentícios, que foram mais prejudicados durante a pandemia, e acrescenta: “Por outro lado, embora o desemprego tenha aumentado, há uma parcela da população que conseguiu juntar dinheiro durante a pandemia.”

 Para Carlos, existe uma demanda reprimida que vai fazer esses primeiros meses de relaxamento do isolamento impulsionarem os negócios. “O pior já passou. Daqui para frente as coisas vão melhorar bastante.” Diz.

Embora a expectativa seja de que haverá um aumento no consumo por parte da população, ele conta que uma possível segunda onda de reinfecção pelo novo coronavírus pode afetar drasticamente o setor econômico. “Isso seria terrível nesse momento porque a economia ainda está fragilizada. Infelizmente, nesse sentido, o Brasil não é exemplo, nós estamos em sexto lugar em número de óbitos, o que é uma posição bastante ruim. Isso mostra que nós não somos um povo educado e que isso pode trazer consequências daqui para frente. Conclui o economista que alerta ainda para que as pessoas continuem seguindo as medidas de prevenção contra o coronavírus. 

 

Texto e Apuração: Igor Mussolin e Alice Rodrigues 

Edição: Luciana Carvalho 

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