Cenas em que familiares contestam os laudos médicos de pessoas que morreram vítimas da Covid-19 têm sido comuns nos noticiários e nas redes sociais. Também têm circulado publicações com a afirmação de que prefeituras e hospitais estariam inflando os números de óbitos por Covid-19 e casos de novo coronavírus para receber verbas destinadas pelo governo. Checamos essas alegações e elas não têm amparo na realidade, segundo as autoridades de saúde.
Já foi checada pelo portal jornalístico G1 a informação de que cada hospital recebe R$ 12.000,00 por óbito registrado de covid-19. Trata-se de boato sem comprovação. O ministro da saúde da época, Nelson Teich, informou que o Ministério da Saúde teria realmente disponibilizado R$ 11 bilhões para o enfrentamento ao coronavírus, mas este valor é destinado à compra de equipamentos de proteção individual para os médicos, respiradores e testes para a população brasileira.
O boato de que cada hospital receberia um valor por óbito surgiu nas redes sociais e chegou ao conhecimento de diversas pessoas, deixando-as desconfiadas dos números relatados pelos hospitais municipais, secretarias estaduais e Ministério da Saúde. Em resposta enviada por mensagem à equipe da Agência Da Hora, os diretores geral e técnico do Hospital Divina Providência de Frederico Westphalen, Roselei Enderle e Cristiano Giovenardi, respectivamente, rechaçaram as insinuações: “Pensar que algum hospital, médico, ou mesmo alguma Secretaria de Saúde estariam manipulando o número de óbitos relacionados à pandemia do Covid-19, através do preenchimento incorreto da Declaração de óbito, beira a insensatez. Não há nenhum repasse financeiro, seja municipal, estadual ou da União, baseado no número de casos”, destacaram.
Eles também chamaram atenção para a importância da responsabilidade ao produzir uma declaração de óbito, já que o atestado é um ato médico embasado em responsabilidade civil, criminal e, acima de tudo, ética. “Para o preenchimento das declarações de óbito são necessários exames comprobatórios dos diagnósticos”, ressaltaram. Os diretores lembraram que todos os profissionais da saúde estão trabalhando para que a pandemia acabe: “O que nós, gestores da saúde, mais desejamos é que o número de infectados zere, o mais breve possível, para essa pandemia ter fim”, declararam.
Igor Mussolin
Isabela Vanzin da Rocha