Apesar de não contribuir para o combate à Covid-19, a ingestão de água tem papel fundamental para o controle da saúde
No primeiro Audiocast do projeto de extensão “Checagem da Hora – Agência da Hora no combate à desinformação”, checamos a notícia que informava a possibilidade de evitar a contaminação da Covid-19 com a ingestão de água de 15 em 15 minutos. Como explicado no nosso boletim, essa informação é falsa. Como a transmissão do vírus acontece pelas vias aéreas, não existe proteção no estômago contra a doença.
Apesar da ingestão de água de 15 em 15 minutos não prevenir a contaminação por Covid-19, se manter hidratado promove outros benefícios importantes para nossa saúde. A água é parte essencial de nossa dieta. Dentre as vantagens que ingerir água trazem para o ser humano, estão a regulação da pressão, do sistema renal, a eliminação das toxinas que produzimos durante o dia e o bom funcionamento dos rins.
Segundo o médico João Pedro Vanzin Boabaid, mesmo que a ingestão de água não auxilie na prevenção de doenças como a Covid-19, ela é importante para manter a homeostase do nosso corpo. Homeostase, do grego homeo (similar) e stasis (estático), é o estado de estabilidade que o organismo necessita para realizar todas as funções importantes para o funcionamento do corpo.
“Pacientes que não bebem água, que estão mais desidratados, são mais sensíveis a qualquer agravo de doenças”, disse o médico. Durante tratamentos, algumas doenças podem ter seu regulamento auxiliado com a ingestão de água. Já em outros casos, os médicos recomendam não ingerir muito líquido. Tudo depende da enfermidade.
João Pedro ainda complementa, “O paciente com Covid-19, por exemplo, tem a ingestão de líquidos restringida, pois quando há uma inflamação muito importante as membranas dos tecidos, como as pulmonares, ficam inflamadas e perdem a propriedade de barreira. Então, o líquido extravasa. A água nem sempre é o remédio.”
Falando de uma maneira geral, sim, manter-se hidratado diariamente é essencial para manter o equilíbrio do seu organismo. Já em questões mais pontuais, como a Covid-19, não há relação de benefícios no tratamento ou na prevenção.
Texto: Isabela Vanzin da Rocha