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3 tipos de roedores usados em pesquisas na UFSM

Conheça as características dos ratos e camundongos criados no Biotério Central da Instituição



O Biotério Central da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) é um espaço de criação de roedores para fins de ensino e de pesquisa. O local, vinculado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), atende aos pesquisadores da Instituição que desenvolvem estudos com utilização de animais para experimentação nas mais diversas áreas científicas, a exemplo da biomedicina e farmácia.

Na primeira reportagem do dossiê sobre o Biotério Central da UFSM, a Arco mostrou o trabalho desenvolvido pelo setor e sua importância para o avanço da pesquisa científica na Instituição. Na segunda, apresentamos uma entrevista realizada com três integrantes da Comissão de Ética no Uso de Animais na UFSM. Nesta terceira parte do dossiê, destacamos curiosidades sobre os roedores produzidos na Instituição: há uma colônia de ratos Wistar e duas linhagens de camundongos: a Swiss e a C57BL/6.

Descrição da imagem: imagem de capa horizontal e colorida em tons pasteis. No centro, rato branco e grande, com olhos vermelhos, patas e orelhas rosas. Ao lado esquerdo, rato pequeno e na cor cinza escuro, com olhos escuros e orelhas e patas acinzentadas. Ao lado direito, rato pequeno e branco, com olhos vermelhos e patas e orelhas em rosa claro. Há cinco círculos em tamanhos diferentes e nas cores marrom, lilás e azul. Os círculos estão espalhados pela imagem. No círculo lilás pequeno, no centro superior esquerdo da imagem, em branco, o texto "Parte 03". Ao lado, em caixa alta, tamanho grande e na cor branca, o título "Lista". O fundo é branco.

Os ratos e os camundongos de laboratório podem ser utilizados como modelos em estudos de diabetes, obesidade, doenças autoimunes, envelhecimento, nutrição, doenças cardiovasculares, distúrbios psiquiátricos, neurociências, testes toxicológicos, em estudos de transplante de órgãos e no desenvolvimento de medicamentos, por exemplo. 

A principal diferença física entre o rato e o camundongo é o tamanho: enquanto o rato pesa em torno de 300 gramas, o camundongo pesa somente 30 gramas. Assim, quando se trata de experimentos científicos, cada pesquisa vai demandar um tipo de animal com características específicas. 

 

A partir da conversa com as médicas veterinárias do Biotério Central da UFSM, Ligia Gomes Miyazato e Fernanda Valente, apresentamos quais são as espécies de roedores criadas pelo Biotério da UFSM, suas características e principais estudos em que são utilizados. Confira:

Rato Wistar

Classificação

  • O rato de laboratório, ou rato Norway, é a forma domesticada da espécie Rattus norvegicus, pertencente à ordem Rodentia e a família Muridae. 

Características físicas

  • Pelagem branca – albino;

  • Olhos vermelhos;

  • É caracterizado pelas orelhas alongadas, cabeça grande e comprimento da cauda sempre menor que o comprimento corporal;

 Comportamentos

  • O Rato Wistar tem hábitos noturnos, é curioso, inteligente e apresenta boa capacidade de aprendizado. É considerado um animal dócil, e apenas demonstra agressividade na defesa de seus filhotes;

Origem

  • A maioria das linhagens de rato de laboratório descende de uma colônia gerada, em 1906, no Instituto Wistar, na cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos. Foi desenvolvida pelo fisiologista norte-americano Henry Donaldson, pelo administrador científico Milton Greenman e a embriologista Helen Dean King.

Uso nas pesquisas 

  • O Rato Wistar é heterogênico – não tem linhagem consanguínea, ou seja, não tem parentesco entre si. Por isso, é utilizado em pesquisas que precisam de diversidade – variabilidade – genética, como, por exemplo, em investigações sobre transtornos psicológicos;   

  • Por ser de tamanho maior em relação ao camundongo, é utilizado em pesquisas que envolvem procedimentos cirúrgicos, próteses – áreas da ortopedia e da reumatologia – e análises comportamentais em fêmeas com seus filhotes.

Box vertical e azul claro com texto na cor branca. O texto está distribuído em sete linhas. O título é "Heterogênico". O texto: "Não tem linhagem consanguínea, ou seja, não tem parentesco entre si. Por isso, é utilizado em pesquisas que precisam de diversidade - viabilidade - genética, como, por exemplo, em investigações sobre transtornos psicológicos". O fundo é azul claro.

Camundongo 

Classificação

  • O camundongo de laboratório é um mamífero da família Muridae, subfamília Murinae, da ordem Rodentia e gênero Mus. O seu nome científico é Mus musculus.

Características gerais

  • O camundongo é dócil, com ciclo de vida curto, tamanho pequeno e alto potencial reprodutivo;

  • É um modelo para estudo de genética, teratologia – anomalias e malformações que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário – e gerontologia – área que estuda o processo de envelhecimento;

  • Nos estudos de genética, estima-se uma similaridade dos genomas do camundongo e do homem de 70% a 90%. O genoma é o conjunto de todos os genes de uma espécie de ser vivo. É a sequência completa de DNA de cada organismo.

Linhagem

  • Swiss

  • Pelagem branca – albino;

  • Olhos vermelhos;

Origem

  • O camundongo Swiss se originou nos Estados Unidos, a partir de uma colônia de nove camundongos cruzados pelo Dr. Leslie Webster. Foi trazido da cidade de Lausanne, na Suíça, em 1926, pela bióloga e pesquisadora na área do câncer, a norte-americana Clara Lynch, pioneira no uso da linhagem em pesquisas científicas;

  • Camundongo Swiss significa ‘camundongo suíço’;

  • A linhagem Swiss é de animais não consanguíneos (Heterogênicos);

Uso na pesquisa

  • Modelo de estudo na área da farmacologia, como teste de drogas, entendimento de doenças metabólicas, auto-imunes; as fêmeas podem receber e  gerar embriões de camundongos de outras linhagens.

Infográfico horizontal e colorido de três tipos de ratos e camundongos. O infográfico tem tons lilás, branco e marrom claro, dividido em três quadrados coloridos. O primeiro, na esquerda, tem um camundongo pequeno de pelagem marrom, olhos escuros e pequenos, orelhas e rabo em tom bege. Acima, em letra cursiva preta, o nome "Camundongo C57BL/6" e "pesa 30g". Ao lado, com fundo branco, raro grande de pelagem branca, com olhos vermelhos e orelhas, latas e rabo em rosa claro. Acima, em preto, o nome "Rato Winster" e "pesa 300g". Ao lado, na direita da imagem, em fundo marrom claro, camundongo pequeno com pelagem branca, olhos vermelhos, orelhas, patas e rabo em rosa claro. Acima, em branco, o nome 'Camundongo Swiss" e "pesa 30g".

 C57BL/6

  • Pelagem preta;

  • Olhos escuros;

  • Obtido pelo pesquisador norte-americano Clarence Little em 1921. É uma das linhagens mais utilizadas e a primeira a ter seu genoma sequenciado;

  •  

É uma linhagem isogênica, isto é, são animais iguais geneticamente – consanguíneos. São produzidos a partir de 20 gerações consecutivas de acasalamento entre irmãos, pais ou filhos. Devido a essa característica, o camundongo C57BL/6 é utilizado em pesquisas relacionadas a doenças humanas – área da biomedicina -, com o objetivo de compreender a causa, os efeitos, fatores envolvidos e desenvolver possíveis tratamentos e diagnósticos.

Uso na pesquisa

 

  • É utilizado como modelo in vivo – que ocorre em um organismo vivo – no estudo de diversas áreas, tais como biologia cardiovascular, biologia do desenvolvimento, diabetes, obesidade, genética, imunologia, neurobiologia, oncologia e biologia comportamental, além de serem comumente utilizados no desenvolvimento de animais transgênicos – ou geneticamente modificados pela introdução de genes de outras espécies, pela intervenção humana, com o objetivo de desenvolver novas características no animal que atendam interesses científicos. 

Box vertical e em tom lilás com texto na cor branca. O texto tem treze linhas. O título é "Isogênicos". O texto: "Isogênica, isto é, são animais iguais geneticamente, - consanguíneos. São produzidos a partir de 20 gerações consecutivas de acasalamento entre irmãos, pais ou filhos. Devido a essa característica, o camundongo C57BL/6 é utilizado em pesquisas relacionadas à doenças humanas - área da biomedicina -, com o objetivo de compreender a causa, os efeitos, fatores envolvidos e desenvolver possíveis tratamentos e diagnósticos. O fundo é lilás.

Expediente:

Reportagem: Eduarda Paz, acadêmica de Jornalismo e bolsista; e Caroline de Souza Silva, acadêmica de Jornalismo e voluntária;

Design gráfico: Noam Wurzel, acadêmico de Desenho Industrial e bolsista;

Mídia social: Eloíze Moraes, acadêmica de Jornalismo e bolsista; Rebeca Kroll, acadêmica de Jornalismo e bolsista; Ana Carolina Cipriani, acadêmica de Produção Editorial e bolsista; Ludmilla Naiva, acadêmica de Relações Públicas e bolsista; Alice dos Santos, acadêmica de Jornalismo e voluntária; e Gustavo Salin Nuh, acadêmico de Jornalismo e voluntário;

Relações Públicas: Carla Isa Costa;

Edição de Produção: Samara Wobeto, acadêmica de Jornalismo e bolsista;

Edição geral: Luciane Treulieb e Maurício Dias, jornalistas.

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