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Veteranos com espírito de juventude

Old Bikers revive rock dos anos 60, 70 e 80



Da paixão pelo asfalto se descobriu o amor pelo Rock n’ Roll.  Vitor Hugo, Juca e Celso faziam parte do grupo de motociclistas Gaudérios do Asfalto , e, em meio a uma roda de violão, descobriram que poderiam criar algo sério, para tocar rock para os amigos do grupo. Agregaram Adalberto e Cacau e decidiram que era hora de tirar os instrumentos do armário e voltar a plugar a guitarra no amplificador, ouvir os bumbos da bateria, dedilhar o contrabaixo e tirar o pó do teclado. Foi assim que surgiu a banda Old Bikers.

Com a formação feita, foram realizados alguns ensaios. No terceiro, surgiu a necessidade de um vocalista, para cantar os clássicos das décadas de 60, 70 e 80. O baterista Celso indicou Ricardo Jobim, que tinha facilidade com a língua inglesa por ter morado nos Estados Unidos. Assim, ficou completa a Old Bikers 344, que logo se tornou apenas Old Bikers, pois o número representava a soma das idades dos integrantes, que mudaria a cada ano.

Todos os membros da banda já haviam tocado em outras ocasiões. Adalberto e Cacau eram os únicos que tinham tocado juntos. Foi em 1967, na banda Flintstones, um sucesso de Santa Maria na época, eram os ‘Stones’ da cidade. A dupla também chegou a tocar com a cantora Vanderleia. Celso foi outro que dividiu o palco com uma celebridade, fez uma participação com a banda do cantor Lobão.

Old Bikers ensaiou de maio a setembro de 2011 até chegar na primeira aparição ao público, o evento Mercocycle . Antes disso, fizeram uma apresentação interna, na sede dos Gaudérios do Asfalto, para terem um feedback dos amigos, que adoraram o som da nova banda.

Quando o vocalista Ricardo Jobim não conseguiu mais se dedicar à banda devido ao excesso de trabalho, a Old Bikers começou uma busca por alguém que assumisse o vocal e que se encaixasse na proposta da banda. A procura pôde ser acompanhada através da página da banda no Facebook . Juliano Rigon, que ficou sabendo que a banda precisava de um novo frontman através de uma mensagem da esposa no WhatsApp, assumiu o posto. Juliano é recém chegado na banda, e, embora tenha causado desconfiança inicial por ser mais jovem, vem agradando e cativando os membros da Old Bikers a cada ensaio.

A banda tem uma característica peculiar: não cobra para tocar. Tudo que arrecada em shows é revertido para instituições de caridade de Santa Maria. Já ajudaram o Asilo Oscar Pithan, a Creche Raio de Sol, o Centro de Apoio à Criança com Câncer, a ONG Infancia-Ação, o Lar das Vovozinhas, a Turma do Ique, entre outras. E assim, um economista de 64 anos, dois professores universitários de 67, um engenheiro de 66, um juiz de 63 e um jovem médico de 38 anos mostram que não existe idade para tocar o bom e velho e rock n’ roll. Seguem entoando clássicos de Creedence, Beatles, Rolling Stones, The Doors, DeepPurple, Pink Floyd, R.E.M, entre outros, tendo como único retorno a terapia para a alma que a música lhes proporciona.

Juliano Rigon
Vocalista
Médico
38 anos
“A minha paixão pela música veio da influência do meu avô que tocava violino, ele me ensinou algumas coisas no violão, depois meu pai chegou junto com o violão, e meu pai também tocava acordeon, aí a coisa começou a fluir. Mais tarde eu comecei a ouvir rock, valendo, daí eu queria mesmo era tocar guitarra, mas como já cantava, a coisa prevaleceu mais no sentido vocal.”
Juca Dias
Guitarra base
Professor e pró-reitor UFSM
67 anos
“Eu venho de uma casa que sempre teve uma média de oito violões. Meu pai ensinou todos os filhos a tocar. Tive a experiência, desde a década de 60, de tocar em conjuntos, sempre metido em banda marcial do colégio. Então, eu toco porque gosto, pra mim é tudo.”
Vitor Hugo Dal Molin
Guitarra solo
Economista e empresário
64 anos
“Comecei a tocar com 14 anos. Tenho até hoje a primeira guitarra, comprada no dia 31 de março de 1964, em Porto Alegre, quando estourou a revolução: eu estava com meu pai dentro das lojas Mesbla quando começaram as sirenes anunciando que o exército fechou as ruas.”
Adalberto Meller
Teclado
Professor UFSM/FATEC
67 anos
“Eu queria unir o útil ao agradável. O agradável é a música, tu poder espairecer, desestressar. E o útil é poder ajudar as pessoas, isso é fantástico. Todo mundo diz que isso é a coisa mais linda que temos na banda, poder ajudar quem precisa.”
Claudio Lobato
Baixo
Engenheiro e empresário
66 anos
“Vou usar as palavras do nosso doutor: “A música é terapia pra alma”.”
Celso Celidonio
Bateria
Juiz
63 anos
“Eu comecei a tocar por influência das grandes bandas como Beatles, Stones, os anos 60 em geral. Comecei a tocar numa banda no Rio de Janeiro, eu era guitarrista, depois terminou a banda e eu fiquei parado. Voltei a tocar no final dos anos 90 quando comprei uma bateria eletrônica.”

Produção: Eduardo Simioni, Felipe Tubino, Guilherme Borges, Joelison Freitas e Jonas Migotto
Fotos: Joelison Freitas
Vídeo: Guilherme Borges

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