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Trilha Rupestre:  projeto em sítios arqueológicos no Mato Grosso do Sul visa fortalecimento cultural, turístico e econômico da região

Parceria entre UFSM e UFMS destaca o conhecimento do passado para a compreensão do presente e a projeção do futuro



O estado do Mato Grosso do Sul apresenta grande potencial turístico e científico relacionado à arqueologia. Até o momento, são 737 sítios arqueológicos cadastrados no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que fornecerão subsídios para a criação de uma “Rota Rupestre”. Desses, os com maior potencial são 80 sítios que têm pinturas rupestres e estão situados no corredor ecológico Cerrado-Pantanal. O destaque é a cidade de Alcinópolis, que tem 28 sítios.

O que é a Rota Rupestre?

A Rota Rupestre é um programa institucional da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) que visa ao fortalecimento cultural, turístico e econômico entre os municípios sul-matogrossenses do corredor ecológico Cerrado-Pantanal. Nas cidades que têm sítios arqueológicos com arte rupestre, algumas ações têm sido desenvolvidas para fomentar a economia local de maneira sustentável, com a capacitação da comunidade para a circulação de renda através da Bioeconomia. Ou seja, busca-se que os sistemas biológicos e os recursos naturais se aliem às novas tecnologias para gerar produtos e serviços sustentáveis. Ao potencial arqueológico-científico soma-se o turístico. A Rota Rupestre pode apresentar, para além da arqueologia, o turismo sustentável, rural, ecologicamente correto e que preserva suas riquezas. O projeto pensa na “necessidade do passado” para uma melhor compreensão do presente e a projeção do futuro.

 

Os idealizadores do Programa Rota Rupestre são a arqueóloga Lia Brambilla e o professor Ivo Leite, ambos da UFMS. Por meio de um acordo de cooperação entre a UFMS e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o Laboratório de Arqueologia, Sociedades e Culturas das Américas (LASCA), do qual o professor André Luis Ramos Soares é o coordenador, vai colaborar com os levantamentos arqueológicos a serem realizados, a exemplo da escavação arqueológica na cidade de Alcinópolis, que fica no sítio Barro Branco. Também vamos desenvolver trabalhos relacionados à Educação Patrimonial na região.

 

 

Essas parcerias são fundamentais para troca dos saberes entre os estados brasileiros e objetiva fazer com que a arqueologia, mediante as pesquisas arqueológicas, seja reconhecida como um processo participativo entre as diversas cidades do Mato Grosso do Sul, em uma transmissão de conhecimentos arqueológicos sobre a Pré-História regional. Assim, é possível ressaltar, ao mesmo tempo, a preservação do patrimônio cultural, a bioeconomia e a educação patrimonial e ambiental.

Arte Rupestre

No Mato Grosso do Sul, os cerrados e as planícies pantaneiras tinham fartura de alimentos, frutos, caças e pescas. Há indícios de que muitos grafismos ou desenhos poderiam servir para orientar sobre os locais onde encontrar alimentos em determinadas estações do ano, pois a biodiversidade pantaneira era atrativa para os grupos  humanos daquela época.

 

 

Dos 79 municípios sul-matogrossenses, em 16 deles há registros de arte rupestre, que incluem pinturas e gravuras. As datações obtidas na região chegam a 12 mil anos e colocam o local em um panorama nacional de ocupação das mais antigas do Brasil. Nos próximos anos, pode haver mais descobertas dessa materialização intencional do modo de viver da sociedade pré-histórica, que são pontos de pesquisa importantes.

Expectativas 

Partimos do  princípio de levar os sujeitos, sejam eles crianças ou adultos, a um processo ativo de conhecimento do local. Entre os objetivos do Programa Rota Rupestre estão  a geração de renda, a valorização da herança cultural, a produção de novos conhecimentos para formação cultural e a divulgação do patrimônio arqueológico.  Buscamos, também, causar a efetivação do sentimento de pertencimento do cidadão em seu bairro e em sua cidade. Entendemos que uma comunidade consciente do seu patrimônio é capaz de promover a dinamização econômica por meio do turismo histórico e ambiental da região.

 

Após a divulgação dos resultados dos estudos que estamos realizando, que preveem o aproveitamento do potencial ambiental, a sensibilização dos munícipes e a  elaboração de produtos, esperamos que o turismo local e o comércio sejam fomentados. Isso pode gerar empregos nas cidades envolvidas na rota, assim como ocorreu em São Raimundo Nonato no Piauí.

  

São Raimundo Nonato, no Piauí, é onde fica o Parque Nacional da Serra da Capivara, o local com maior concentração de sítios de arte rupestre do país. São mais de 300 locais com vestígios de ocupação humana que podem datar de 40 mil anos antes do presente. O Parque Nacional trabalha com a comunidade para a preservação do parque, estimulando o turismo sustentável, a pesquisa arqueológica científica de ponta, bem como a promoção do local. Saiba mais: http://fumdham.org.br/.

 

O programa terá como espaço as cidades que integram a chamada Rota: Alcinópolis, Chapadão do Sul, Corguinho, Costa Rica, Coxim, Figueirão, Jaraguari, Paraíso das Águas, Pedro Gomes, Rio Negro, Rio Verde, São Gabriel do Oeste e Sonora, como pode ser visto no mapa abaixo:

Potencial arqueológico do Mato Grosso Do Sul

Além do enfoque arqueológico (arte rupestre), as pesquisas em Mato Grosso do Sul vão dinamizar a economia local fornecendo produtos que serão gerados através de estudos e apoio acadêmico. O programa foi estruturado em seis eixos de implementação, levando em conta a Bioeconomia: 1. Arqueológico; 2. Botânico-Alimentício; 3. Cerâmico; 4. Químico-Farmacêutico; 5. Agricultura familiar; e 6. Paleontológico.

 

Uma das iniciativas vai ser a exploração de Plantas Alimentícias Não Comercializáveis (PANCs), –  peixinho da horta e ora-pro-nobis, por exemplo – que levará a flora do Mato Grosso do Sul ao restante do país. O projeto dos aromas do Cerrado, desenvolvido a partir de óleos essenciais de plantas locais, também integrará a proposta.

 

Entre as atividades que serão realizadas estão a promoção de ações, principalmente educativas,  nas cidades da Rota, que objetivam que os produtos desenvolvidos em cada eixo sejam qualificados dentro das atividades econômicas nos municípios participantes. O intuito é desenvolver iniciativas que permitam o acesso dos educadores, dos educandos e da comunidade aos conceitos de Patrimônio Cultural e de sua preservação; e promover o diálogo entre gerações, principalmente entre a escola, a universidade e a comunidade. Até o momento foram realizados dois workshops, sensibilização de entidades, autoridades e visitas, que servem para que as pessoas conheçam o programa, opinem na estruturação e que nós conheçamos a vocação de cada município.

 

 

Dessa forma, este programa impacta no aprimoramento do aluno da academia e dos moradores das cidades. Consiste em provocar no cidadão sul-mato-grossense e turistas situações de aprendizado sobre o processo cultural e bioeconomia. Partindo da Educação Patrimonial, o ensino e a aprendizagem podem ser dinamizados e expandidos muito além do ambiente escolar, ao inserir a comunidade no processo. Por meio das ações, os alunos e a comunidade poderão conhecer lugares, histórias, objetos, monumentos e tradições que foram ou são importantes na história local. Além disso, irá dinamizar a economia da região. Logo, o patrimônio pré-histórico, histórico e o meio ambiente em que está inserido oferecem oportunidades de provocar sentimentos de surpresa e curiosidade nos alunos, professores, servidores e guias de turismo , levando-os a conhecer que é um bem cultural e patrimonial.

Expediente:

Texto: André Luís Ramos Soares (LASCA/UFSM) e Lia Raquel Toledo Brambilla Gasques (UFMS);

Design gráfico: Vinicius Bandeira, acadêmico de Desenho Industrial e voluntário;

Mídia social: Eloíze Moraes, acadêmica de Jornalismo e bolsista; Camilly Barros, acadêmica de Jornalismo e bolsista; Rebeca Kroll, acadêmica de Jornalismo e voluntária; e Gustavo Salin Nuh, acadêmico de Jornalismo e voluntário;

Edição de Produção: Samara Wobeto, acadêmica de Jornalismo e bolsista;

Edição geral: Luciane Treulieb e Maurício Dias, jornalistas.

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