Ir para o conteúdo Revista Arco Ir para o menu Revista Arco Ir para a busca no site Revista Arco Ir para o rodapé Revista Arco
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Coleta de fósseis

Pesquisadores da UFSM explicam como é feito o tratamento dos fósseis



O principal objeto de estudo da paleontologia são os restos de seres vivos do passado que foram preservados até os dias de hoje – os fósseis. Como não se tropeça em uma fonte de informação pré-histórica todo dia, localizar e coletar fósseis para estudo não é uma tarefa fácil. Para entender como funciona esse processo, fomos até o Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia/Universidade Federal de Santa Maria (CAPPA/UFSM), em São João do Polêsine, e conversamos com o paleontólogo Leonardo Kerber. Confira o que descobrimos:

 

Não há uma fórmula exata para localizar, coletar e preparar um fóssil. No geral, existem cinco etapas nesse processo: prospecção, coleta, transporte, preparação e curadoria.

 

Prospecção

Tudo começa na análise do mapa geológico da região em busca de áreas formadas pelas rochas sedimentares, que por seu processo de formação contribui para a conservação dos fósseis. Mas há um problema: seria inviável econômica e ambientalmente remover camadas de solo e vegetação para chegar até os fósseis. Por isso, os paleontólogos fazem pesquisas e identificam os afloramentos fossilíferos na superfície através do Google Earth, saídas a campo e relatos de moradores.

 

Afloramento encontrado pela equipe do CAPPA/UFSM

 

Após a indicação de que em determinado local há indícios de afloramento, os pesquisadores caminham e buscam os vestígios pré-históricos através do tato e observando o solo, para confirmar e posteriormente coletar o material encontrado. Normalmente apenas parte do fóssil está exposto, o que dificulta o trabalho. É corriqueiro voltar para casa sem descobertas. No entanto, quando algo é encontrado, começa uma nova etapa: a coleta.   

 

Saiba mais: Como descobrir um sítio? 

 

Coleta

A coleta é a fase mais “suja” de todo esse processo. Para retirar o bloco de rocha que será levado para o laboratório, os pesquisadores escavam em volta do achado com uma margem de segurança variável estabelecida para não danificar o fóssil. Quando o bloco é isolado da rocha circundante, se aplica um envoltório de gesso para evitar tanto a quebra, como também proteger o material durante o transporte.

 

             Equipe de paleontólogos delimita o tamanho da rocha a ser extraido

 

             Material isolado pronto para ser transportado

 

Transporte

Quando o bloco de gesso com o fóssil é totalmente destacado do resto da rocha, inicia-se a etapa do transporte. A forma de transporte varia muito de acordo com o tamanho do achado, já que pedaços menores, com fósseis pequenos, podem ser transportados facilmente com o carro. Em outras situações o bloco pode chegar a pesar algumas toneladas, sendo necessário o uso de maquinaria pesada, como guindaste e caminhão. No CAPPA, por exemplo, há um bloco que não passou pela porta do laboratório. A solução foi montar a estrutura de trabalho na garagem, onde o material está depositado. Ao chegar no laboratório começa uma nova etapa: a preparação.

      Preparação para o transporte do bloco de gesso para o laboratório

 

Preparação

A preparação consiste em separar o fóssil da rocha. Inicialmente o envoltório de gesso é aberto na parte superior. Então inicia-se um processo lento e cuidadoso, em que os pesquisadores usam ferramentas como espátulas, marteletes e talhadeiras para desprender o fóssil da rocha.  Durante essa etapa é aplicado sobre o fóssil a resina Paraloid diluída em acetona que penetra e endurece o material para evitar a quebra.  

 

Paleontólogos começam o trabalho de separação do fóssil da rocha

 

Devido ao cuidado para não danificar o fóssil, esse procedimento pode levar meses ou até anos para ser concluído. Ao contrário do imaginário popular, os cientistas não ficam debruçados sobre o bloco durante todo o dia até que o trabalho esteja concluído. No CAPPA/UFSM, por exemplo, os paleontólogos dividem a atenção com a pesquisa e com o aprendizado dos pós-graduandos que frequentam o laboratório.

 

Curadoria

Cada fóssil é numerado e catalogado no livro Tombo, que por questões de segurança possui uma versão online também. Os dados anotados vão desde o local e data de quando o fóssil foi coletado, até o nome dos coletores do material. Nessa fase, denominada curadoria, o fóssil é armazenado em um local apropriado de maneira organizada para que em caso de estudos posteriores sua localização seja fácil.

 

É na sala

 

Os fósseis são colocados em caixas de acrílico etiquetadas. Essas caixas vão para uma estante dentro de um armário deslizador. Como o fóssil não tem mais material orgânico nem tecido mole, não é necessário o controle da temperatura na sala onde são armazenados, apenas um desumidificador de ar atua na ventilação do local. No CAPPA/UFSM há uma sala especialmente destinada para esse fim.

 

Confecção de réplicas

Outra parte do processo de conservação envolve a confecção de réplicas, que você pode conferir no vídeo com explicação do paleontólogo Flávio Pretto do CAPPA/UFSM.

 

 

 

Repórter: Felipe Backes
Foto:Rafael Happke e divulgação CAPPA/UFSM
Colaboração: Flávio Pretto

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-601-471

Publicações Relacionadas

Publicações Recentes