Em 2000, nascia na Dinamarca um projeto inusitado: uma biblioteca humana. Criado pela ONG Stop The Violence, através dos irmãos Ronni e Dany Abergel, e os colegas Asma Mouna e Christoffer Eirchsen, o projeto busca levar aprendizado através das experiências humanas. A ideia é que cada pessoa seja considerada um livro interativo e que suas vivências sejam as histórias contadas.
O primeiro lugar em que aconteceu a biblioteca humana foi no Roskilde Festival, na capital dinamarquesa Copehnhagen. Lá, os autores também foram os personagens principais. Durante oito horas diárias de quatro dias, cerca de 50 pessoas diferentes compartilharam suas histórias com o público do festival, que ultrapassava mil pessoas.
Todas as histórias compartilhadas envolvem a quebra de esteriótipos e preconceitos por parte da população. A maior preocupação da ONG era que as pessoas não entendessem o seu principal objetivo, que é mudar o pensamento do ser humano através do compartilhamento de vivências. Você pode conhecer o acervo da biblioteca humana aqui e ficar por dentro das personalidades e temáticas abordadas pelo projeto.
Ao escolher sua história, o usuário é levado para uma área reservada, onde o personagem irá compartilhar suas experiências. O processo é baseado na interatividade, podendo público e autor conversarem, tirarem suas dúvidas e acrescentar informações. Dessa maneira, o diálogo é fomentado e a arte de ouvir é exercitada.
A Biblioteca Humana escreve no seu Facebook que “o propósito é desafiar o que nós pensamos saber sobre outros membros da comunidade, desafiar os nossos estereótipos e preconceitos num ambiente positivo, onde as perguntas difíceis são aceites, esperadas e agradecidas”.
O primeiro país a possuir a biblioteca humana permanente é a Austrália. Há 3 anos, a ONG Stope The Violence se juntou com o governo federal australiano para promover os encontros, que acontecem toda primeira sexta-feira do mês em Lismore. Mas, caso você não possa ir até a Austrália, a biblioteca vai até você através de eventos que podem ser consultados aqui.
Reportagem: Andressa Foggiato e Jocéli Lima
Fotografias: Facebook