Fafá de Belém, Gal Costa e Lenine. Foi com eles, e com outros expoentes da música brasileira, que a designer Tereza Bettinardi dividiu a noite de premiação do 27º Prêmio da Música Brasileira. A noite de homenagem ao músico carioca Gonzaguinha, que completaria 71 anos em 2016, trouxe o prêmio de melhor projeto visual a Tereza por “Dancê”, de Tulipa Ruiz.
Tereza é santa-mariense. Começou, em 2001, a cursar jornalismo na UFSM. Logo também entrou em Desenho Industrial e foi levando os cursos juntos. Quando chegou no 6º semestre de jornalismo, achou que estava na hora de se dedicar a apenas um, e seguiu, então, no Desenho Industrial. Ainda assim, levou consigo os ensinamentos do primeiro curso. O trabalho de conclusão em Desenho foi sobre o design das notícias. Em 2006, ela foi embora para São Paulo assumir o primeiro emprego, na Editora Abril.
O “Dancê” foi o primeiro projeto gráfico de um disco feito por Tereza. Nos encontros iniciais, Tulipa falou que o disco era, acima de tudo, para celebrar o corpo. Os desenhos da capa e do encarte já estavam prontos, feitos pela própria cantora. Coube a Tereza dar movimento ao projeto. Ela usou uma antiga técnica de animação chamada “Ombro Cinema”, que nos dá a ilusão de movimento. Para Tereza, o diferencial do projeto foi o trabalho em conjunto feito com a Tulipa e a equipe de produção. “Design é diálogo e encontro, e foi exatamente isso que aconteceu com este projeto: cada um somou para chegarmos neste resultado” afirma ela.
Tereza diz que não ganhou o prêmio sozinha. Para ela, é difícil produzir sem a interlocução de outras pessoas. Sobre a noite da premiação, ela conta que foi uma honra estar lá representando um trabalho tão bonito e que tenha tocado tantas pessoas. Mas, para além disso, ela afirma “Este projeto também mostra a força do artista independente que está fora do circuito das grandes gravadoras, como é o caso da Tulipa”. O trabalho completo de Tereza pode ser visto aqui.
Reportagem: Andressa Foggiato
Gif: Tereza Bettinardi
Gráficos: Nicolle Sartor