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Arte em movimento

Grupo de estudantes da UFSM precisa de ajuda para lançar novo espetáculo



Descentralizar o conhecimento artístico e levar para a comunidade a riqueza de ideias da arte. Com essa proposta, surgiu a Atemporânea Cia de Dança, em abril de 2015. O grupo é formado por estudantes de Dança e Teatro da UFSM que precisavam de um espaço para que as produções artísticas produzidas em aula pudessem atingir outros públicos, indo além do ambiente acadêmico.

 

Os integrantes da Companhia estão em processo de criação de um novo projeto, chamado “Ser gente como um disfarce”. O espetáculo é inspirado no livro “Odete Inventa o Mar”, de Sônia Machado de Azevedo e está previsto para estrear no final deste ano. Porém, a realização e produção só será possível se a Atemporânea conseguir apoio financeiro de entidades e contribuições de pessoas. Para arrecadar a quantia necessária, o grupo lançou um projeto de crowdfunding no Catarse, disponível até o dia 8 de julho de 2016.

 

A meta do projeto é de arrecadar a quantia de R$ 4.100. A campanha é do tipo “tudo ou nada”: se o valor estipulado não for alcançado, o grupo não recebe as doações que foram feitas. Para incentivar a contribuição das pessoas, são oferecidas recompensas para quem doar.

 

São 11 opções de contribuições e recompensas. Quem doar R$ 10 ou mais, recebe um agradecimento na página do Facebook da Atemporânea; quem doar R$ 15 ou mais recebe um bottom com a arte do espetáculo e agradecimento. Quem contribuir com R$ 20 ou mais ganha uma mandala da Cotidiano Espiralado.

 

Para empresas que doarem a quantia de R$ 500, a Atemporânea realiza uma oficina de relaxamento e alongamento com duração de duas horas. A maior contribuição é a de R$ 2.500, destinada a empresas ou entidades, e que tem como recompensa uma apresentação completa da peça “Ser gente como um disfarce”.

 

Para contribuir, basta acessar o link

 

Sobre a companhia

O nome “Atemporânea” surgiu de uma brincadeira com as palavras “atemporal” e “contemporânea”. Segundo os fundadores, o nome é também um questionamento: de que tempo é a dança que se faz agora? Além de ser uma forma de pensar criticamente a contemporaneidade que possuí variadas formas de danças.

 

Por ser uma iniciativa de cinco estudantes, a Atemporânea não possuí uma sede, nem apoio financeiro. “Produzimos nossos trabalhos práticos onde encontramos espaço, geralmente na própria Universidade, onde temos aula, conciliando os horários de aula com os ensaios e processos criativos da companhia”, disse Camila Matzenauer, integrante da Atemporânea.

 

Nos ensaios e encontros, o grupo escreve textos e pensa em roteiros para desenvolver atividades de fomento à dança. Um deles é o “Cortejo de Primavera”, que aconteceu em outubro de 2015, e “Abril de Corpo Aberto”, que teve edições em abril de 2015 e 2016, para comemorar o mês da Dança e o aniversário de um ano da Atemporânea. A Companhia também desenvolve trabalhos coreográficos que vão de espetáculos a intervenções artísticas, assim como oficinas de dança. “Uma das nossas características é sempre tentar ocupar diferentes espaços de Santa Maria, fortalecendo o cenário artístico independente da cidade”, relatou Camila.

 

Conheça os integrantes da Atemporânea Companhia de Dança:

 

 

Amanda Silveira, 22 anos, Santa Maria-RS

Escolheu a dança pela necessidade de ser sincera consigo mesma, já que é bailarina e apaixonada por essa arte desde criança, então resolveu somar a esse amor, a dedicação pela profissão. Considera a Atemporânea Cia. de Dança como uma inspiração e experiência de criação artística em coletivo, principalmente performances e intervenções em espaços públicos. Para ela, estar na Atemporânea é uma vivência ímpar com a possibilidade de seguir vários caminhos dentro da dança, que se assemelham com a Dança Moderna e a geração Judson Church.

 

Bibiana Machado Marques, 20 anos, Brasília-DF

Escolheu a dança porque sempre fez parte de sua vida. Desde os oito anos, estudou balé clássico e sentia a necessidade de criar movimentos. Na graduação descobriu um novo mundo da dança, onde poderia ser não apenas bailarina, mas também uma pesquisadora de seu próprio movimento. Transita entre a dança e o teatro, mas é na dança que se encontra.  Na Atemporânea, consegue dar vida aos seus trabalhos artísticos, pode experimentar ideias e descobrir que seu limite está além do que imaginava.

 

Camila Matzenauer, 20 anos, Joaçaba-SC

Na sua adolescência, começou a despertar interesse pelas relações entre diferentes linguagens artísticas. Transitou pelo teatro, música e dança, mas não enxerga fronteira entre as artes como um fator divisor, mas sim como zona de encontro. Começou a praticar balé aos oito anos de idade e passou a dar aulas de dança clássica para crianças em 2012. Em 2013, iniciou a graduação em Dança na UFSM, onde conheceu mais sobre as danças contemporâneas. A dança é seu modo de ser e estar no mundo. Enxerga a Atemporânea como um espaço de trocas, onde trabalha ao lado de grandes amigos.

 

Manoel Luthiery, 26 anos, Remanso-BA.

Escolheu a dança como profissão por volta dos 12 anos. Antes de entrar na Atemporânea, se formou em Educação Física, mas resolveu assumir os riscos de ser artista no Brasil. Sua performance está pautada em questões existenciais: ser negro numa sociedade considerada racista. A Atemporânea cumpre um papel fundamental na sua estadia em Santa Maria e é onde encontra espaço para dançar e contestar paradigmas da dança contemporânea local.

 

Natália Dolwitsch, 19 anos, Santa Maria-RS

Estudante de Teatro, sempre sentiu que a dança fazia parte da sua vida. Por achar que o teatro e a dança andavam juntos, sentiu a necessidade de aprender a dança para poder ser atriz. Foi abraçada pela Atemporânea e se tornou uma “bailatriz”. A sua maior motivação é mostrar um pouco de arte dançada pela cidade, além de ser apoiada por um elenco de bailarinos que se tornaram amigos e fazem o trabalho ser melhor a cada dia.

Reportagem: Laura Lis Boessio e Marina Fortes
Fotografias: Rafael Happke

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