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Nutrição vegetal

Estudo utiliza resíduos orgânicos da agroindústria para melhorar nutrientes de plantas



De um lado, resíduos da produção agroindustrial de alimentos que, sem a destinação correta, podem se tornar prejudiciais ao meio ambiente. De outro, plantas que ao receberem nutrientes – seja de origem mineral ou orgânica – se desenvolvem melhor. E por que não unir as duas coisas?

Pensando nisso, os pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Rul Martins Antunes, Rosa Maria Vargas Castilhos, Danilo Dufch Castilho, Robson Andreazza e o doutorando da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Otávio dos Anjos Leal, testaram onze tipos de aplicações na planta acácia-negra (Acacia mearnsii De Wild) com o objetivo de avaliar como seria o crescimento inicial, a concentração de nutrientes e os efeitos no solo. Os resultados foram publicados no volume 26 de 2016 da revista Ciência Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Dos onze tipos de tratamentos, nove eram vermicompostos, processo que utiliza minhocas para decompor parte da matéria orgânica; um utilizava adubação mineral NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) e outro era um grupo controle (sem nenhum tipo de adubação).

Em cada pote de plástico foram acomodados 5 quilos de solo do tipo argissolo vermelho amarelo. As plantas primeiro foram germinadas e, após 60 dias, transferidas para os vasos e cultivadas por 180 dias. Ao fim do estudo, a altura de cada planta foi medida e a parte aérea cortada e secada em estufa para que determinassem a matéria seca. Além disso os pesquisadores coletaram amostras de solo de cada pote para verificação dos nutrientes, condutividade elétrica e pH.

A planta que mais cresceu foi a adubada com vermicompostos de esterco bovino e resíduos alimentícios, sendo 22,6% superior ao do tratamento controle, que não utilizou adubos. Já a que produziu mais matéria seca foi a planta adubada com o fertilizante NPK mineral, 166% superior ao tratamento controle. Essa produção foi semelhante à matéria seca resultante do vermicomposto de esterco bovino e resíduos alimentícios, evidenciando seu potencial como adubo orgânico.

Para a verificação dos macronutrientes, as folhas foram destacadas dos galhos e moídas , sendo que as maiores concentrações foram observadas no tecido foliar das plantas tratadas com  vermicomposto originado do lodo de parboilização de arroz e também os da mistura com esterco bovino e esterco ovino.

 

Com relação aos solos, os vermicompostos fizeram aumentar a fertilidade, especialmente com relação aos níveis de fósforo, potássio e magnésio presentes neles, quando comparado a aplicação controle. A adubação orgânica também aumentou os teores de carbono no solo e à adubação mineral e ainda permitiu que o pH do solo das aplicações com vermicompostos se mantivessem estáveis (entre 5,4 e 5,8 depois de 180 dias de cultivo) o que não ocorreu com a adubação mineral.

A relevância dos resultados está em poder diminuir o uso dos fertilizantes convencionais comerciais – e consequentemente diminuir os custos de produção – e ainda em retirar do ambiente resíduos que poderiam gerar poluição, reutilizando-os e transformando-os em potenciais fertilizantes com teor adequado de nutrientes. Os pesquisadores concluem que “a adubação orgânica mostra-se como uma adubação mais interessante ao meio ambiente. A reutilização de resíduos tem um aspecto ambientalmente correto. Assim, só o fato da retirada de um resíduo poluente do ambiente e a transformação deste em um insumo na produção de mudas de acácia-negra seria uma solução adequada”, afirmam.

Reportagem: Clara Sitó e Gabriele Wagner
Infográficos: Nicolle Sartor

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