O Estado do Rio Grande do Sul tem cerca de 680 espécies de aves. Só no campus UFSM foram registradas 191 espécies. Para que as crianças conheçam a diversidade de aves que circulam pelo ambiente é que surgiu o projeto “Olha o passarinho”.
A ação de extensão foi criada em 2011 e é realizada com estudantes do terceiro ao sexto ano da rede de ensino fundamental. Desde a criação do projeto, já participaram cerca de 3.627 alunos de 50 escolas, com alunos na faixa etária entre 7 e 15 anos. As atividades foram realizadas em Santa Maria e mais 11 municípios da região como Agudo, Faxinal do Soturno, Itaara, Ivorá, Nova Palma, Palmeira das Missões, Santa Maria, Segredo e Silveira Martins.
A coordenação dos trabalhos é feita pela professora do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental Marilise Mendonça Krügel e pelo professor do Departamento de Zootecnica Everton Rodolfo Behr. Em Santa Maria, participam como monitores do projeto estudantes dos cursos de Ciências Biológicas, Engenharia Florestal e Zootecnia. Em Palmeira das Missões, desde 2015, a ação é desenvolvida conjuntamente por servidores e acadêmicos do curso de Ciências Biológicas.
Olhando o passarinho
Um dos objetivos do projeto é que a prática de observação de aves seja utilizada como ferramenta para a educação ambiental e ensino de ciências, além da biodiversidade de aves da região central do Rio Grande do Sul ser divulgada.
Na sala de aula, os alunos recebem uma palestra sobre o papel das aves no meio ambiente. Depois eles são divididos em turmas e recebem binóculos – e instruções de como manuseá-los – para observar as aves que existem nas imediações da escola. Após, eles voltam para a sala de aula e recebem um conjunto de figuras contendo o nome, imagem e informações biológicas de espécies comuns da região central do Estado.
Ao final da ação, a escola ganha um certificado de participação no projeto. A professora Marilise conta que os alunos saem tão empolgados da atividade que quando vão para as ruas ficam procurando se há passarinhos por perto. Ela relata também que alguns pais de alunos precisaram comprar binóculos para os filhos, pois eles se apaixonaram pela observação das aves. “Nós queremos realmente que as pessoas passem a olhar com outros olhos o ambiente onde vivem”, explica Marilise.
Expandindo o olhar
A iniciativa, que começou nas escolas, agora é realizada também no campus da UFSM. Ela acontece uma vez por mês, sempre nos domingos. São formadas duas turmas com 15 pessoas em cada, e as observações têm, em média, uma hora. Após uma rápida conversa com os participantes, cada um recebe um binóculo e, com o acompanhamento de um monitor do projeto, já estão aptos a explorar a diversidade de aves existentes na universidade.
O logo do projeto traz a corruíra como símbolo. Trata-se de uma ave comum nas cidades, observada nos pátios e jardins e facilmente identificada pelo seu canto gorjeado e comportamento irrequieto.
Reportagem: Clara Sitó e Gabriele Wagner
Fotografias: Arquivo Pessoal