Entre os mais de dois mil projetos que concorreram ao prêmio Empreenda Santander 2017, na categoria Universitário Empreendedor, a proposta de dois alunos da UFSM se consagrou vencedora. Criada por Fernando Ferreira e Jader Stefanello, acadêmicos do curso de Engenharia de Controle e Automação da Universidade, a startup Lunix visa reduzir o consumo de energia por meio de um sistema que identifica qual é a iluminação ideal, conforme a luz natural e a movimentação de pedestres e veículos no local.
Competindo com ideias na área da saúde, gestão, energia e controle de estacionamentos, Jader acredita que vários fatores contribuíram para conquistar o primeiro lugar. “O consumo inteligente foi o diferencial. A conta da energia está cada vez mais cara e tende a piorar nos próximos anos. Teremos que consumir cada vez menos. Além do mais, o potencial da equipe e o tamanho do mercado, também, foram importantes”, relata o estudante.
A luz da ideia
Na disciplina Atitude Empreendedora, ministrada por Hélio Leães Hey, diretor da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (AGITTEC) da UFSM, começou-se o plano de negócio da Lunix-Inteligência em Energia. A Agência teve participação no aprimoramento da ideia e acompanhou o processo desde que saiu da sala de aula até a conquista do prêmio. Como resultado da parceria, a Lunix passou pelo processo de incubação- o que significa ter uma instalação física da empresa, com o suporte e auxílio nos seus primeiros passos até a sua consolidação.
A proposta da Lunix foi pensada a partir de diferentes experiências. Jader, que trabalhou em empresa júnior por um ano e seis meses e tem como foco de atuação a administração e a gestão de negócios, uniu-se à parte técnica de Fernando, que já havia feito curso e trabalhado na área da automação. Ambos viram no projeto a oportunidade de pôr em prática os conhecimentos adquiridos ao longo da trajetória acadêmica. A equipe ainda conta com Felipe Wilke Neu e Jeann Carlo Raguzzoni, responsáveis por dar suporte técnico, com experiência na pesquisa em laboratório e formação na área. “Buscar a diversidade de olhares em um projeto no qual as pessoas se complementam é uma dica para o empreendedorismo”, afirma Jader.
A Lunix ganhou cem mil reais e uma bolsa nos Estados Unidos para cursos de imersão nas áreas de empreendedorismo e gestão, na Babson College, no estado de Massachusetts. Os empreendedores embarcam na segunda quinzena de julho e ficam 15 dias em imersão. Para se prepararem para os desafios que virão, ganharam um programa de aceleração de startups na aceleradora ACE, que durou seis meses, e auxiliou no desenvolvimento do projeto. A partir dessas experiências , Fernando traça alguns objetivos: “nós queremos chegar no mercado nacional em dois anos. Nossos clientes não são casas, são grandes empresas. O objetivo é estar na América Latina no terceiro ano”, compartilha o empreendedor.
Mudança de planos no projeto
Após a conquista do prêmio, o projeto de energia foi reestruturado para atender a outros públicos. Agora, o serviço visará a iluminação interna e a rede privada. Um piloto do produto está instalado, e outros três em negociação, com o objetivo de testar a capacidade de controlar o gerenciamento em iluminação interna do sistema. Esses pilotos ficarão por um mês no local como teste, após esse período, o cliente pode contratar o serviço definitivamente
O projeto mantém o mesmo objetivo- identificar a necessidade de iluminação- mas agora em ambientes fechados. As empresas ou instituições privadas que contratarem esse serviço recebem os dados de consumo e acionamentos, além de problemas detectados pela rede.
As empresas vão pagar pelos equipamentos que possibilitarão a economia. Na atual ideia, a forma de contratação e pagamento do serviço está sendo definido. Uma das possibilidades é precificar o projeto conforme a quantia de lâmpadas que estão ligadas no sistema de controle de energia.
Repórter: Bibiana Pinheiro
Ilustração e infográfico: Pollyana Santoro