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Levantamento topográfico

Você já viu esse aparelho amarelo pelo campus? Sabe no que ele é usado?



Um grupo de estudantes em torno de um suporte com três pés, olhando através de uma luneta em meio ao bosque da Universidade. Você provavelmente está diante de uma aula prática sobre a utilização do teodolito. Este instrumento tem por finalidade principal definir alinhamentos precisos para a determinação de direções horizontais e verticais, com as quais se calculam os ângulos.

 

“Nosso principal objetivo quando usamos o teodolito é encontrar os limites dos terrenos, ou seja, estimar com altíssima precisão a forma e dimensão das figuras geométricas que descrevem lotes ou parcelas de terra. E para isso são necessárias medições in loco, mais conhecidas por “levantamento topográfico”, em que se medem ângulos e distâncias que servirão para o cálculo de perímetros, áreas e diferenças de nível, por exemplo. Cotas ou altitudes são importantes para descrever o relevo de um terreno”, explica o Engº Civil Jaime Freiberger Junior, professor do Departamento de Engenharia Rural do Centro de Ciências Rurais (CCR).

 

O professor Jaime aponta que na prática o teodolito é usado em atividades de mapeamento em que o resultado final é a representação gráfica de uma determinada região da superfície terrestre. Os dados obtidos nessas medições alimentam sistemas e programas de computadores que realizam os cálculos necessários. “Claro que já existem outras técnicas mais modernas, mas antigamente só existia o teodolito. O que mudou foram as formas e meios utilizados para aquisição e gerenciamento dos dados espaciais. É evidente a evolução tecnológica trouxe grandes mudanças na Agrimensura. Mas posso afirmar que sem um bom teodolito ou um instrumento estação total (teodolito eletrônico com funções especiais), é praticamente impossível atender a projetos de engenharia com a devida qualidade”, esclarece.

 

Por consequência, acadêmicos dos cursos de graduação em Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Sanitária e Ambiental, Agronomia, Geografia, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Florestal e de cursos técnicos como Geoprocessamento devem aprender a manusear o instrumento teodolito porque trabalham com informações espaciais ou tipos específicos de cadastro de dados, cada qual no seu ramo de aplicação.

 

Um exemplo são as prefeituras, que necessitam do cadastro urbano baseado na medição precisa e atualizada dos lotes de terra a fim de compor a cobrança de IPTU. Antigamente, estas medições eram feitam por técnicas clássicas, como a medição topográfica, que aos poucos foram substituídas pelo uso de fotografias aéreas e imagens de satélites artificiais. Dentre tantas determinações geométricas possíveis, outros exemplos são os projetos de loteamentos, assim como os projetos de rodovias, avenidas e ruas, em que são necessários cálculos precisos de ângulos e distâncias nos processos de locação e construção que envolvem operações que só podem ser realizadas com o emprego de um teodolito ou de um instrumento estação total.

 

Como funciona?

Existem vários tipos de teodolito, que basicamente permitem a medida simultânea dos ângulos horizontais e verticais. Alguns teodolitos possuem a função de medição de distância por processos ópticos, os chamados taqueômetros. Com o desenvolvimento da eletrônica digital e o advento do medidor eletrônico de distância (MED), surgiram os taqueômetros eletrônicos, chamados instrumentos estações totais.

 

 

 

Apesar de obsoleto, o teodolito analógico ainda pode ser encontrado no comércio. Este modelo foi utilizado nas aulas práticas da UFSM até poucos anos atrás. Trata-se de um instrumento robusto e eficiente, mas que foi substituído pelos teodolitos eletrônicos, cuja aprendizagem de operação é mais rápida e o preço é relativamente mais baixo se comparado a um instrumento estação total.

 

Repórter:Júlia Goulart
Infografia: Giana Tondolo
Foto: Arquivo pessoal do Engº Civil Jaime Freiberger Junior

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